Não acho que Barrichello tenha culpa nas quebras de sua Ferrari.

a barreira da vitória
03/04/2002
ainda há coelhos na cartola da Ferrari?
10/04/2002

du,

Desculpe, mas desta vez vou passar longe de concordar com você. Não acho que Barrichello tenha sido o responsável pelas quebras da Ferrari na Malásia e no Brasil. Pode ter sido falha de revisão, neglicência com os prazos de validade de certas peças, castigo divino ou pura falta de sorte (qualquer carro de corrida pode quebrar, não pode?). Mas não acho que a pilotagem do brasileiro tenha sido responsável pelas quebras da Ferrari “velhinha”.

Nem vou entrar na discussão sobre se a eletrônica diminui ou não a responsabilidade dos pilotos na durabilidade de seus carros. Note apenas que Barrichello nunca foi quebrador de carros. Acho difícil que agora, com nove anos de F 1 (já é um veterano na categoria…), ele tenha mudado de estilo e partido para o “vai ou racha”. No ano passado, Mika Hakkinen também quebrou em quase todas as primeiras corridas do ano. Em momento algum foi colocada sob suspeição sua capacidade de preservar a máquina.

Falar mal de Barrichello virou o esporte preferido de muitas pessoas e a culpa disso é do próprio piloto – não pelo que ele faz nas pistas, mas pelo que fala fora delas. Mas por enquanto prefiro colocar a conta dessas quebras na mais pura falta de sorte. Mais tarde a gente volta ao assunto, se for o caso.

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Falou-se muito de duas coisas depois da corrida de Interlagos: o “vacilo” de Pelé, que não deu a bandeirada ao vencedor, e (um pouco menos) da conversa que Schumacher manteve com a equipe nas voltas finais. Isso fez lembrar de duas historinhas ocorridas por aqui mesmo, no automobilismo nacional.

A primeira é de 1978 e tem como protagonista Alfredo Guaraná, fera da antiga Fórmula Super-Vê (foi o maior adversário de Nelson Piquet no campeonato de 1976 e depois conquistou dois títulos seguidos na categoria). Em Brasília, Guaraná vinha em 2º lugar na primeira bateria. Não tinha chances de alcançar a liderança, mas também não era ameaçado por ninguém. De repente, na 6ª volta, Guaraná passou pela linha de chegada e perdeu velocidade. Ficou andando devagar e, em poucas curvas, perdeu umas seis posições. Em seguida, voltou a andar forte e foi assim até o final. Quando parou no box, estava chorando de raiva.

O que havia acontecido? Segundo o próprio Guaraná disse na época, naquela volta ele passou pela linha de chegada e viu com o canto do olho um objeto branco e preto balançando. Era a placa do diretor da prova, indicando que faltavam três ou quatro voltas para o final. Mas Guaraná pensou que fosse a bandeira quadriculada e tirou o pé do acelerador… Quando percebeu seu erro, voltou a acelerar forte. Na soma das duas baterias, terminou em 4º lugar. Menos mal que esse engano não influiu no resultado do campeonato: no final de 1978, Guaraná conquistou seu segundo títulona Super-Vê, que na época era a categoria mais importante do automobilismo brasileiro.

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Sobre conversas por rádio. Certa vez, Beto Giorgi (campeão de Fiat Palio em 1997 e 3º colocado no campeonato de Stock Cars do ano passado) estava testando seu Vectra em Interlagos e ia passando para sua equipe o desempenho da máquina ao longo do circuito.

De repente, o pessoal ouviu a seguinte frase: “O carro está deslaranjando”. Depois de alguns minutos de silêncio e estupefação, alguém conseguiu entender o que Beto queria dizer: o carro estava destracionando (perdendo estabilidade) na curva do Laranja. Concentrado em pilotar e querendo se comunicar com rapidez, Giorgi acabou engolindo um monte de sílabas e “criou” um verbo totalmente novo…

Coisas assim são bem mais comuns do que se pensa. Quando estava na Fórmula Indy, Emerson Fittipaldi acionou o rádio durante uma corrida para reclamar do retardatário Hiro Matsushita: “Fucking Hiro!” (“maldito Hiro”, em uma tradução educada…). Só que Emerson começou a falar uma fração de segundo antes de acionar o comunicador e tudo o que a equipe ouviu foi “king Hiro” (“rei Hiro”, em inglês). Durante um bom tempo, Matsushita passou a ser chamado de “The King” pelos mecânicos e engenheiros da Penske.

Abraços,

Panda

Sexta-feira passada, uma conversa com o Flávio Gomes (piloto do nosso parceiro www.grandepremio.com.br) esclareceu um dos maiores mistérios de minha vida: o nome verdadeiro do “Volante 13”, folclórico piloto de DKW nos anos 60. Na carteira de identidade, ele trazia o nome Flodoaldo Arouca – da família proprietária da fábrica de fechaduras Arouca.


WITH A LITTLE HELP
FROM OUR FRIENDS
05/04/2002

HORA DA SAUDADE I

Pessoal, bom dia! Sobre as Mille Miglia de 1955, considerada uma das maiores corridas (por quem?) tenho a dizer o seguinte: essa e TODAS AS MILLE MIGLIA, foram uma verdadeira loucura, pé em baixo mesmo, pelas
estradas, vilas e cidades da Italia, e com a galera assistindo muito de perto. Targa Florio e Carrera Panamericana (esta nas estradas do México) estão no mesmo nível. Aliás a Porsche batizou seu modelo,em homenagem às peformances que obteve na Carrera… Bom, mas as MM de 55, foram mais ou menos assim: pra valer tinha Ferrari e Mercedes, de fábrica, lutando pela vitória, e mais de 300 outras inscrições com tudo
que é tipo de equipamento… Eram quatro Mercedes de fábrica, modelos 300 SLR. Fangio, Kling e Hans Hermann alinharam carros com uma cobertura aerodinâmica sobre o assento do passageiro. Mas Stirling Moss correu acompanhado pelo jornalista inglês Dennis Jenkison, manjado no meio pelo apelido “Jenks”. Esse cara tinha participado de outras edições da prova e tinha feito anotações detalhadas sobre o percurso, igual ao que os navegadores de rally fazem. Então o cara ia cantando o caminho e o outro alucinado acelerando. Ganharam fácil, com média de mais de 157 km/h. Como detalhe, Fangio foi segundo depois de ter um defeito no carro no meio do percurso, e que ele mesmo consertou. É essa a história. Até existe pra montar em escala 1:24 o carro de Moss, que levou o número 722 (indicativo
da hora em que largaram: 7:22. Pô, lembrei do Bica Votnamis e seu carro, o tal “Caçador de Estrelas”. Era brincadeira, puta troço feio! Já o Caetano Damianni tinha a segunda melhor carretera da época, a número 34, que era um Chevrolet ano 34 com motor Corvette e que às vezes até deu pau no Camillo. Nunca mais ouvi falar do caetano. Agora, gostaria de pedir: quem tiver dados e informações sobre: Cyro Cayres (maior bota, falecido em 2000),
Celso Lara Barberis (que morreu num 500 km de Interlagos pilotando um Fórmula Júnior feito pelo Chico Landi, com motor de JK) e sobre mais pilotos dos anos 50 e 60, que se manifeste…
Um abraço…
Alexandre Zamikhowsky Filho, São Paulo

Edu/Panda


HORA DA SAUDADE II

Vamos tentar resolver o “problema” criado pelo Wagner. Apesar da demora, tenho algumas informações que podem ajudar.
Bica Votnamis foi parceiro de Caetano Damiani na carreteira 34, e disputou algumas edições das Mil Milhas nos anos 66 a 70 (tenho um folheto com todos os participantes das Mil Milhas de 66 e algumas fotos). Eram os dois grandes rivais do Camilão nas provas da época.
Nas provas de curta duração, Damiani vivia na cola do Camilo e sua carreteira nº18.
Bica Votnamis posteriormente construiu alguns protótipos estranhos, todos derivados de um Corvette 59 ou 60, com soluções aerodinâmicas curiosas como o famoso “Caçador de Estrelas”, que ganhou esse apelido por possuir uma espécie de farol sobre a capota (moda criada pela equipe DKW, podemos falar sobre isso em outra oportunidade) que ficava focado para o céu, e nas corridas noturnas fazia muito sucesso. Na verdade não consegui ainda localizar nenhuma foto do mesmo. Tenho uma foto de um outro protótipo. Tenho algumas raras edições das revistas 4 Rodas e Auto Esporte, dos anos 60, com reportagens sobre corridas da época. Caetano e Bica não eram dos pilotos mais jovens na época, já regulavam em idade com Chico Landi,
portanto acredito que já tenham passado para o “autódromo lá de cima” e devem estar felizes “dividindo” curvas com Villeneuve (pai), Peterson, Senna, Clark Rindt, Landi, Camilo etc. e recepcionando o Avallone que,recém chegado, deve estar louco para “organizar” aquela bagunça.Tão logo consiga mais informações, passarei com prazer aos amigos do GPTotal, que pelo que sinto felizmente, vai de vento em popa!
Abraços
Romeu Nardini, São Paulo

GPTotal
GPTotal
A nossa versão automobílistica do famoso "Carta ao Leitor"

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