

A década de 70 em Le Mans começa sob a hegemonia do Porsche 917, como já vimos aqui https://gptotal.com.br/foto-legendas-porsche-917/, com as vitórias do magnífico modelo 917.
Tal foi a superioridade dos alemães nas corridas de 70 e 71 que os franceses mudam o regulamento, limitando os motores a três litros. Abriu-se espaço, assim para os anos Matra.
1972

A Matra estreou em Le Mans 66, recrutando a elite dos pilotos franceses e penando atrás da vitória. Até 71, a despeito de sempre inscrever ao menos três carros em cada prova, comemorou apenas um 4º e um 5º lugares em 69. Nos demais anos, só abandonos e acidentes.
Em 72, foi diferente. Na ausência da Ferrari, que dominou amplamente o Mundial de Marcas daquele ano com o modelo 312 PB e que simplesmente não aguentaria uma corrida de 24 horas, a Matra venceu Le Mans com facilidade.
O carro vencedor, modelo 670, foi conduzido por Henry Pescarolo e Graham Hill, que fechou assim a sua tríplice coroa, somando as vitórias em Indy e na Fórmula 1, marca que segue única na história do automobilismo.
A dupla percorreu 260 km mais que a 3º colocada, num Porsche. Em 2º, chegou outro Matra, pilotado por François Cevert e Howden Ganley.
Foi, apesar de alguns sustos, uma vitória histórica, a primeira de uma equipe francesa desde 1950.
![]()
1973

Em seus primeiros anos em Le Mans, os Matra usavam motores BRM. Em 69, passaram a usar motores Simca, de três litros e doze cilindros, sempre descritos como a mais bela voz do automobilismo. Comprove você mesmo no vídeo abaixo
Na prova de 73, marcando os 50 anos das 24 Horas de Le Mans, a Matra voltou a ter a oposição da Ferrari. Nova vitória dos franceses, com o modelo 670B, após uma corrida bastante disputada. Pescarolo e Gerard Larrousse chegaram uns 80 km à frente da 312 PB de Arturo Merzario e Carlos Pace, deixando o Matra de Jean-Pierre Jabouille e Jean-Pierre Jaussaud em 3º.
![]()
1974

A dupla Pescarolo/Larrousse repete a vitória com o mesmo modelo 670B, depois de alguns sustos. A equipe fez ainda o 3º lugar, deixando um Porsche Carrera na 2ª posição.
Em seguida, a Matra dissolve a equipe e se limitará no futuro a fornecer motores a equipes da F1, com poucos sucessos.
![]()
1975

As idas e vindas do regulamento técnico impostas pelos organizadores de Le Mans – sabem como é: existe um jeito certo de fazer as coisas, um jeito errado e o jeito francês… – cobram seu preço. A prova deixa de integrar o Mundial de Marcas e menos equipes se interessam por ela.
Isso abre espaço para a até então discreta Mirage, equipe de John Wyer, produto direto da associação dele com a Ford, no desenvolvimento do GT40 e, mais tarde, com a Porsche. A equipe era patrocinada pela petroleira Gulf, eternizando as cores azul e laranja no imaginário do automobilismo.
Usando um motor Cosworth de três litros e oito cilindros em V, semelhante ao usado na F1, o carro vencedor, denominado Gulf Ford GR8, pilotado por Jacky Ickx e Dereck Bell, controlou a corrida desde o começo, deixando o 2º lugar para um Ligier. Foi a primeira equipe não oficial de fábrica a ganhar em Le Mans no pós-guerra – se a gente fechar os olhos para a vitória da equipe americana da Ferrari em 65.
![]()
1976

A Porsche está de volta, vencendo a corrida com o lindo modelo 936, com Ickx e Gijs Van Lennep ao volante (carro número 20).
O carro é equipado com um motor seis cilindros turbocomprimido, na primeira vez que esta motorização vence em as 24 Horas.
![]()
1977

De novo Porsche 936, de novo Ickx, numa vitória dramática.
No começo da prova, o carro vencedor, pilotado por Jurgen Barth e Hurley Haywood, tem problemas na injeção de combustível e fica quase meia hora parado nos boxes. Volta na 41ª posição. Ickx estava correndo em outro Porsche, dividindo o volante com Pescarolo, mas o carro quebra e o belga assume o carro de Barth e Haywood, iniciando uma fantástica recuperação até assumir a liderança, faltando umas seis horas para o final da prova.
![]()
1978

O construtor francês investia pesado em automobilismo esportivo, confiando no futuro dos motores turbo. Amassou muito barro, inclusive na F1, onde estreara no ano anterior e ainda teria de pagar muito mico até seus primeiros sucessos.
O simpático vencedor (carro número 2) da equipe em Le Mans era denominado Renault Alpine A 442 B, equipado com um V6 turbo de dois litros. Foi pilotado por Didier Pironi e Jaussaud, que deixaram para trás dois Porsche 936.
Depois da vitória em Le Mans, a Renault abandona Le Mans e passa a se concentrar na F1. No ano seguinte, colheria seus primeiros sucessos na categoria.
![]()
1979

Com fraca a oposição, a prova é amplamente dominada pela Porsche, que ocupa os quatro primeiros lugares e encaixa mais três carros até o décimo lugar.
Vence o modelo 935 K/3, pilotado por Klaus Ludwig e pelos irmãos Don e Bill Whittington, após a quebra dos favoritos 936.
![]()
1980

O inesperado acontece: uma equipe local de Le Mans, a Rondeau, vence as 24 Horas, aproveitando-se da ausência de equipes de fábrica.
Mais: é a única vez na história da prova que ela é vencida por um piloto que construiu o próprio carro (número 16), que foi empurrado por um motor Cosworth semelhante ao da F1.
O autor da façanha é Jean Rondeau, que divide o volante com Jaussaud, deixando em 2º nada menos do que um Porsche pilotado por Ickx e Reinhold Joest.
![]()
Mais Foto-Legendas:
A saga do Ford GT40 em Le Mans: https://gptotal.com.br/foto-legendas-a-saga-do-ford-gt-40-em-le-mans/
As joias da Ferrari em Le Mans https://gptotal.com.br/foto-legendas-as-joias-da-ferrari-em-le-mans/
O Porsche 917 https://gptotal.com.br/foto-legendas-porsche-917/
Jim Clark https://gptotal.com.br/foto-legendas-jim-clark/
Legendas 1 https://gptotal.com.br/foto-legendas-1/
3 Comments
Excelente coluna como de costume. Grato e até a próxima.
Devemos lembrar que Juan Pablo Montoya também já ganhou a tríplice coroa. Assim, essa não é uma “marca que segue única na história do automobilismo.”
Edu,
Mais um show de fotos.
Le Mans merece sempre fotos legendas
E o ronco da Mayra … É de arrepiar
Fernando Marques
Niterói RJ