Foto-Legendas – Le Mans anos 70

Gerência e liderança – final
09/06/2022
Rumo ao bi
20/06/2022

A década de 70 em Le Mans começa sob a hegemonia do Porsche 917, como já vimos aqui https://gptotal.com.br/foto-legendas-porsche-917/, com as vitórias do magnífico modelo 917.

Tal foi a superioridade dos alemães nas corridas de 70 e 71 que os franceses mudam o regulamento, limitando os motores a três litros. Abriu-se espaço, assim para os anos Matra.

 

1972

A Matra estreou em Le Mans 66, recrutando a elite dos pilotos franceses e penando atrás da vitória. Até 71, a despeito de sempre inscrever ao menos três carros em cada prova, comemorou apenas um 4º e um 5º lugares em 69. Nos demais anos, só abandonos e acidentes.

Em 72, foi diferente. Na ausência da Ferrari, que dominou amplamente o Mundial de Marcas daquele ano com o modelo 312 PB e que simplesmente não aguentaria uma corrida de 24 horas, a Matra venceu Le Mans com facilidade.

O carro vencedor, modelo 670, foi conduzido por Henry Pescarolo e Graham Hill, que fechou assim a sua tríplice coroa, somando as vitórias em Indy e na Fórmula 1, marca que segue única na história do automobilismo.

A dupla percorreu 260 km mais que a 3º colocada, num Porsche. Em 2º, chegou outro Matra, pilotado por François Cevert e Howden Ganley.

Foi, apesar de alguns sustos, uma vitória histórica, a primeira de uma equipe francesa desde 1950.

1973

Em seus primeiros anos em Le Mans, os Matra usavam motores BRM. Em 69, passaram a usar motores Simca, de três litros e doze cilindros, sempre descritos como a mais bela voz do automobilismo. Comprove você mesmo no vídeo abaixo

Na prova de 73, marcando os 50 anos das 24 Horas de Le Mans, a Matra voltou a ter a oposição da Ferrari. Nova vitória dos franceses, com o modelo 670B, após uma corrida bastante disputada. Pescarolo e Gerard Larrousse chegaram uns 80 km à frente da 312 PB de Arturo Merzario e Carlos Pace, deixando o Matra de Jean-Pierre Jabouille e Jean-Pierre Jaussaud em 3º.

1974

A dupla Pescarolo/Larrousse repete a vitória com o mesmo modelo 670B, depois de alguns sustos. A equipe fez ainda o 3º lugar, deixando um Porsche Carrera na 2ª posição.

Em seguida, a Matra dissolve a equipe e se limitará no futuro a fornecer motores a equipes da F1, com poucos sucessos.

1975

As idas e vindas do regulamento técnico impostas pelos organizadores de Le Mans – sabem como é: existe um jeito certo de fazer as coisas, um jeito errado e o jeito francês… – cobram seu preço. A prova deixa de integrar o Mundial de Marcas e menos equipes se interessam por ela.

Isso abre espaço para a até então discreta Mirage, equipe de John Wyer, produto direto da associação dele com a Ford, no desenvolvimento do GT40 e, mais tarde, com a Porsche. A equipe era patrocinada pela petroleira Gulf, eternizando as cores azul e laranja no imaginário do automobilismo.

Usando um motor Cosworth de três litros e oito cilindros em V, semelhante ao usado na F1, o carro vencedor, denominado Gulf Ford GR8, pilotado por Jacky Ickx e Dereck Bell, controlou a corrida desde o começo, deixando o 2º lugar para um Ligier. Foi a primeira equipe não oficial de fábrica a ganhar em Le Mans no pós-guerra – se a gente fechar os olhos para a vitória da equipe americana da Ferrari em 65.

1976

A Porsche está de volta, vencendo a corrida com o lindo modelo 936, com Ickx e Gijs Van Lennep ao volante (carro número 20).

O carro é equipado com um motor seis cilindros turbocomprimido, na primeira vez que esta motorização vence em as 24 Horas.

1977

De novo Porsche 936, de novo Ickx, numa vitória dramática.

No começo da prova, o carro vencedor, pilotado por Jurgen Barth e Hurley Haywood, tem problemas na injeção de combustível e fica quase meia hora parado nos boxes. Volta na 41ª posição. Ickx estava correndo em outro Porsche, dividindo o volante com Pescarolo, mas o carro quebra e o belga assume o carro de Barth e Haywood, iniciando uma fantástica recuperação até assumir a liderança, faltando umas seis horas para o final da prova.

1978

O construtor francês investia pesado em automobilismo esportivo, confiando no futuro dos motores turbo. Amassou muito barro, inclusive na F1, onde estreara no ano anterior e ainda teria de pagar muito mico até seus primeiros sucessos.

O simpático vencedor (carro número 2) da equipe em Le Mans era denominado Renault Alpine A 442 B, equipado com um V6 turbo de dois litros. Foi pilotado por Didier Pironi e Jaussaud, que deixaram para trás dois Porsche 936.

Depois da vitória em Le Mans, a Renault abandona Le Mans e passa a se concentrar na F1. No ano seguinte, colheria seus primeiros sucessos na categoria.

1979

Com fraca a oposição, a prova é amplamente dominada pela Porsche, que ocupa os quatro primeiros lugares e encaixa mais três carros até o décimo lugar.

Vence o modelo 935 K/3, pilotado por Klaus Ludwig e pelos irmãos Don e Bill Whittington, após a quebra dos favoritos 936.

1980

O inesperado acontece: uma equipe local de Le Mans, a Rondeau, vence as 24 Horas, aproveitando-se da ausência de equipes de fábrica.

Mais: é a única vez na história da prova que ela é vencida por um piloto que construiu o próprio carro (número 16), que foi empurrado por um motor Cosworth semelhante ao da F1.

O autor da façanha é Jean Rondeau, que divide o volante com Jaussaud, deixando em 2º nada menos do que um Porsche pilotado por Ickx e Reinhold Joest.

Mais Foto-Legendas:

 A saga do Ford GT40 em Le Mans: https://gptotal.com.br/foto-legendas-a-saga-do-ford-gt-40-em-le-mans/

 

As joias da Ferrari em Le Mans https://gptotal.com.br/foto-legendas-as-joias-da-ferrari-em-le-mans/

 

O Porsche 917 https://gptotal.com.br/foto-legendas-porsche-917/

 

Jim Clark https://gptotal.com.br/foto-legendas-jim-clark/

 

Legendas 1 https://gptotal.com.br/foto-legendas-1/

Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

3 Comments

  1. Thiago disse:

    Excelente coluna como de costume. Grato e até a próxima.

  2. Helena disse:

    Devemos lembrar que Juan Pablo Montoya também já ganhou a tríplice coroa. Assim, essa não é uma “marca que segue única na história do automobilismo.”

  3. Fernando marques disse:

    Edu,

    Mais um show de fotos.
    Le Mans merece sempre fotos legendas
    E o ronco da Mayra … É de arrepiar

    Fernando Marques
    Niterói RJ

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *