Todo circo, ao vivo, três semanas depois da infelicidade de correr no Bahrein. Uma F1 abalada em sua ética e política (com um rumo de salvação, como bem descreve Edu na coluna dessa semana, leia aqui), mas com um campeonato aberto, disputado e sem favoritos. Hoje, ninguém tem aquele palpite certeiro de quem será o campeão (apesar de apostar ainda em Vettel).
Para apimentar a conversa, um teste no meio da temporada. Lá se foram quatro longos anos de um esporte que proibiu seu atletas de treinarem. Todo mundo tirou os carros da garagem e foram para pista da Ferrari dar umas voltas. Todos menos a HRT, que economizou nas passagens e não tinha milhas pra fazer o voo. O mais interessante foram as reações dos dirigentes. Horner, da Red Bull, botou a boca no trombone e reclamou que é caro, que não tem mais time de teste, que é uma dureza danada e seria mais inteligente passar um dia mais no fim de semana de Grande Premio. Se tem reclama, se não tem reclama. Duro entender esse povo.
Aproveitando o assunto, colocamos uma enquete na nossa página do Facebook: O que fazer para os pilotos voltarem a treinar?
Voltando a Barcelona.
Todo mundo aqui conhece a pista, certo? Desde 1991 ela é a sede do GP da Espanha e de trocentos mil quilômetros de testes de pré-temporada. O circuito teve diversas pequenas modificações em curvas até 2010, quando uma mudança maior na parte final tentava resolver a falta de ultrapassagens na pista. Jenson Button definiu muito bem Barcelona nessa semana “There are no particularly stand-out corners”, ou literalmente, “Tédio”
Não deu certo.
Quando construíram o circuito, acreditavam que duas curvas de alta e uma reta gigantesca em direção a uma forte freada produziria um bom ponto de ultrapassagem. Mas foi o inicio da era de refinamento da aerodinâmica e se tornou virtualmente impossível acompanhar o carro da frente nas curvas anteriores a reta. Some a isso que todas as equipes conhecem o traçado de trás pra frente. Resultado: o prêmio de corrida mais chata do ano.
Na parte técnica, a pista apresenta um desafio de velocidade entre alta e média, com variações de altitude, curvas longas e mudanças constantes de direção. O acerto do carro é bastante difícil também por conta dos ventos que mudam constantemente. Para os motores, a maior dificuldade é apresentar o torque necessário nas subidas sem prejudicar a passagem na grande reta. A pista abrasiva vai receber pela primeira vez a combinação de pneus duros e macios da Pirelli.
Não leitor, o circuito não é do Senhor Tilke, pare de maldade!
Hoje, 2012, 22 carros horríveis na pista em uma luta danada pra ter um grid cheio. Vamos voltar a estreia desse circuito em 1991?
Em 1991 eram 33 pilotos na tentativa de disputar um GP. Somente (!?) 26 tinha vaga no grid para participar.
Era uma época de “fartura de equipes”. Dessa época sobraram Williams, Ferrari e McLaren. Se você for mais tolerante pode dizer que a Benneton ainda sobrevive, vá lá. As demais ficaram pelo caminho, e não são poucas: Footwork-Porsche, Ligier-Lamborghini, Brabham-Yamaha, Tyrrell-Honda, Dallara-Judd, Minardi-Ferrari, Fondmetal-Ford, Ligier-Lamborghini, Lola-Ford, Lotus-Judd, Lambo-Lamborghini, AGS-Ford e Leyton House-Ilmor.
O grid era uma tentativa de festa “italiana”. Treze pilotos inscritos para prova: Riccardo Patrese, Ivan Capelli, Emanuele Pirro, Stefano Modena, Gianni Morbidelli, Andrea de Cesaris, Pierluigi Martini, Alessandro Zanardi, Gabriele Tarquini, Michele Alboreto, Nicola Larini, Alex Caffi e Fabrizio Barbazza.
Pra completar tinha Senna, Schumacher, Piquet, Alesi, Prost, Mansel e o grande Satoru Nakajima!
Que fase, não? Voce Sente falta de alguma equipe e piloto?
Vamos falar de 1991 e não vai ter vídeo do Senna x Mansell?
Tem sim, claro!
httpv://www.youtube.com/watch?v=ZzN9u7T3iNg
Informações da Pista
Circuito: Circuit de Catalunya
Voltas: 66
Comprimento: 4.655 km
Distância: 307.104 km
Recorde da Pista:
1:21.670 – K Raikkonen (2008)
Programação
Sexta-Feira
5h – 1º treino livre
9h – 2º treino livre
Sábado
6h – 3º treino livre
9h – Classificação
Domingo
9h – Corrida
Um campeonato equilibrado. Uma pista que todos, engenheiros e pilotos, conhecem. Um teste de “meio de temporada” inédito na história recente do esporte. Mesmo em uma pista “monótona” não podemos esperar um resultado previsível! Temos tudo para assistir uma grande batalha.
Também espero que o início da fase europeia nos traga algumas respostas. Sem desculpa de não conhecer a pista, Bruno Senna vai prevalecer na Williams? Toro Rosso vai ficar no fim da fila, mesmo? Caterham é figurinha fácil no Q2? E a Lotus vai finalmente vencer uma corridinha?
Novamente não acredito que teremos a verdade das forças para o restante da temporada. Nem a equipe dominante para as próximas corridas, principalmente porque as 3 próximas corridas são em circuitos de características muito particulares (Mônaco, Canada e Valencia).
Agora é esperar! Boa Corrida!
Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz
10 Comments
Ninguém fala, mas tem alguma coisa que já não é mais ‘aleatória’. Massa, desde aquele acidente na Hungria, acabou. Fico triste que não temos mais nenhum piloto brasileiro, a alma do nosso país, totalmente miserável. Não interessa que o povão entrou na era do consumo (a idade das trevas!). Mas é difícil perceber que o Senna 2 não tem nem 5% do tio, o melhor de todos os tempos, é triste, mas não tem mais o que dizer dele. O problema do Massa é quase o final. Um brasileiro, que sofreu um acidentem quando aquela mola quase terminou sua vida, naquele momento, chegou o fim dele como o piloto que ele foi. Ficaria feliz, pode ser coisa de doido, mas o acidente do Senna poderia ter acontecido naqueles milímetros e ele estaria aqui, embora, como todo Neurologista diria “terminou tua carreira, mas terás uma vida saudável”. O caso do Massa é “idêntico”, o que aconteceu com ele. Alguns milímetros deixaram sua vida continuar, com saúde e junto com seus filhos. Mas como piloto, acabou. Dois brasileiros, foram milímetros que mudaram tudo. Mas, como toda resposta até hoje quer dizer ‘um mero acaso’, não consigo e jamais conseguirei entender: uma mola que sai e vem na direção e na altura ‘ideal’ na cabeça do Massa e um pedaço da suspensão que leva uma lateral e uma altura ‘ideal’ na cabeça do Senna, para mim são casos que não tem nenhuma explicação, como são as palavras do Millôr: ‘A morte e compulsória, a vida não.’ Fiquei pensando na prova de domingo, torcendo até o fim com o Maldonado, mas triste com o Massa e o Senna.
Aurélio
Porto Alegre RS
Corremos o serio risco de terminar a temporada de 2012 sem um brasileiro na Formula 1 … e pior sem nenhum em 2013 … o B. Senna é uma farsa como piloto e o MAssa ja provou que não consegue reagir mais …
Fernando Marques
Niterói RJ
E aí, veio Pastor Maldonado e virou a estrela da festa!
Regulamento é regulamento … os caras inventam tanta coisa … mas as vezes até que acertam … botar o Hamilton la no final da fila foi uma boa para corrida … senão ele ia disparar e ninguem ia pegar ele … agora olhando o grid definitivo … sei não … a corrida promete coisa boa para a Lotus …
Fernando MArques
Niterói RJ
Peraí: Tyrrell não virou BAR? Que depois virou Honda, depois Brawn e depois… Mercedes!
E a Minardi virou Toro Rosso.
Olá!
Sinto falta destas equipes: Footwork-Porsche, Ligier-Lamborghini, Brabham-Yamaha, Tyrrell-Honda, Dallara-Judd, Minardi-Ferrari, Fondmetal-Ford,Lola-Ford, Lotus-Judd, e Leyton House-Ilmor.
E dos pilotos: Senna, Piquet, Alesi, Prost, Mansel, Berger, Patrese, Boutsen, Nakajima e tantos outros daquela época!
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR
A maior expectativa para esta corrida a meu ver será em torno da Lotus. Será ela uma realidade ou um blefe?
Fernando Marques
Niterói RJ
blefe é a Mercedes. Vai Kimi!
Não sei se o blefe foi o melhor adjetivo mas eu penso que pelos ultimos desempenhose do jeito que as coisas estão que agora seria a vez da Lotus ganhar … com relação a Mercedez pode ser que sim pode ser que não … agora algo me diz que o MAssa pode aparecer bem na fita …
Fernando Marques
Niterói RJ