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Um ciclo se encerra para o Brasil na Fórmula 1. E outros se iniciam?

A Fórmula 1 é cíclica, sempre acreditei nisso. Tem os ciclos dos carros, com suas mais diversas inovações, configurações e caras e também o ciclo dos pilotos. De tempos em tempos, há uma renovação, saem tantos já considerados “velhos” para o trabalho, e entra a molecada disposta a dividir uma curva a 200km/h. Por isso mesmo, acho que na Fórmula 1, um piloto tem algumas poucas possibilidades de ser campeão, duas ou três no máximo ao longo da carreira, caso não consiga garantir o título nessas janelas de oportunidade, essas brechas são abertas a outros pilotos. Mas, é o que eu acho, e não necessariamente algo conclusivo.

O fato é que enxergo o automobilismo hoje justamente nessa fase da passagem de ciclo, veja a leva de pilotos brasileiros, por exemplo, que estão migrando para a Europa. Na World Series by Renault, somando a 3.5, a 2.0 e a ALPS, teremos uns sete pilotos, entre eles Guilherme Silva, Lucas Foresti, Victor Franzoni, Gustavo Lima, Felipe Fraga – alguns saídos diretamente do kart e outros vindos do Racing Festival, da categoria de monopostos criada por Felipe Massa.

Além desses, tem a GP2, que por enquanto tem o Felipe Nasr – aclamado pela mídia pelos excelentes resultados que tem obtido, e claro que os excelentes patrocínios que conseguiu angariar também ajudam nessa exposição toda – e Luiz Razia, com nova equipe e fazendo parte do programa de desenvolvimento de pilotos da Red Bull – que pode gerar grandes possibilidades ! Vai ser, sem dúvida, um ano de muito aprendizado para essa garotada e emoções na pista para quem quer ver se esses pilotos conseguem comprovar e mostrar o que podem fazer nas corridas. Ainda comprovando minha tese da força cíclica da Fórmula 1, enxergo assim a saída de Rubens Barrichello da categoria e sua ida a Indy.

Eu sou fã declarado de Rubinho, acho um baita piloto, de tremendo bom caráter e que acima de tudo faz o que gosta – admiro as pessoas que levam isso em consideração. Me lembro de quando acompanhava a Fórmula 1 mais de perto, in loco, na era Schumacher e Barrichello na Ferrari, de não serem poucas as vezes onde o acerto de carro encontrado por Rubinho era levado para os dois carros da Ferrari.

O fato é que Schumacher era o Schumacher e isso não dá nem para discutir ou colocar mais argumentos, todo mundo já sabe das qualidades desse alemão na pista. Mas, pense bem, se não fosse Schumi, em 2002 e 2004, quem seria o campeão ? Além disso, nenhum piloto, NENHUM, consegue ficar tanto tempo na F1 (Barrichello é o recordista de corridas na categoria – 326 provas) se não for bom para isso. Com um brasileiro do peso de Rubinho na Indy, correndo nos Estados Unidos, uma grande lacuna para os brasileiros pode ser aberta.

Somando a força de todos os outros por lá, como Helio CastroNeves e Tony Kanaan e mais as portas abertas na Nascar por Miguel Paludo e Nelsinho Piquet acho que as opções para os novos pilotos brasileiros, em um próximo ciclo, podem ser bem maiores. Dessa forma tantos talentos não seriam desperdiçados, só para mencionar um mais recente, Lucas di Grassi, que teve poucas chances reais na Fórmula 1, e é, para mim, um baita piloto.

Enfim, torço muito para que esse novo ciclo na vida de Rubens Barrichello dê certo – vai ser muito bom para ele, para o Brasil e para quem gosta desse vício, que é a velocidade.

Até a próxima

Tiago Toricelli

tiagotoricelli@hotmail.com

Tiago Toricelli
Tiago Toricelli
Jornalista, autor de "Rally dos Sertões" e "Manual do Alpinista de Primeira Montanha". Já cobriu 12 temporadas de F1 (CBN) e acompanhou de perto as principais categorias da velocidade.

4 Comments

  1. Fernando Marques disse:

    Mauro,

    é bem capaz do Schumacher ficar até o fim de 2013 para abocanhar mais este record

    Fernando MArques
    Niterói RJ

    • Mauro Santana disse:

      Fernando

      É bem nisso que eu penso, e se não estou enganado, só falta este record para ele.

      Vamos ver pra crer.

      Abraço!

      Mauro Santana
      Curitiba-PR

  2. Thiago Barbosa disse:

    Bom, imagino que acontecerá agora com Rubens, o que aconteceu nos anos 80 com Emerson, claro com proporções bem diferentes (um saindo da F1 bicampeão do mundo e o outro sem ter tido a graça de ter sido campeão) mas chegando para conquistar os EUA. Rubens é muito bem reconhecido, porém vai ter que mostrar muita coisa, se quiser ter um lugar de prestígio junto aos americanos… Ainda imagino Rubinho sendo campeão nos EUA e terminando a carreira dele em um bom time na Fórmula 1 !!!

    Abraços !!!!!!!!!

    Thiago Barbosa
    São Paulo – SP

  3. Mauro Santana disse:

    Olá Amigos do GPTotal!

    Só gostaria de deixar um pequeno comentário, que se o alemão disputar todas as etapas de 2012, e todas as etapas de 2013, ele quebra o recorde de largadas na F1 que pertence a Barrichello.

    Abraço a todos!

    Mauro

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