Estamos perto

Nas entrelinhas…
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Estamos perto. Só mais 24 dias para a largada do GP da Austrália em Melbourne. Mas emoção e assunto não faltam nas 'rodas' de automobilismo.

Estamos perto. Só mais 24 dias para a largada do GP da Austrália em Melbourne. Em 24 dias a F1 começa a tirar suas dúvidas do que será a temporada de 2014. Até agora só uma mísera bateria de testes e todo mundo de olho na primeira visita ao Bahrein que começa nessa quarta-feira. O falatório continua, mas a Renault fez a gentileza de monopolizar toda a atenção da mídia especializada e os chutes estão cada vez menores. Só se fala das falhas – visíveis e factuais – dos motorezinhos franceses.

Na porta do “mais alterado” campeonato mundial da F1 da atualidade são muitas dúvidas e uma certeza histórica: não falta vontade para vermos carros da categoria nas pistas.

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A gente quer ver carros dessa categoria na pista, mas já deu pra matar vontade da velocidade em outras categorias. A NASCAR e 24 Horas de Daytona deram suas caras. Já teve Mundial de Rally e até o V8 Australiano. Emoção não faltou.

Para essa semana ainda temos as 500 Milhas de Daytona. A grande prova de abertura da categoria americana. Dessa fez, nas 3 divisões nacionais, nadica de nada de pilotos brasileiros.

Miguel Paludo, nosso bandeirante nessa categoria, ficou a pé no começo da temporada devido à dissolução de sua equipe que perdeu um dos carros. Sobrou pra ele e não sobrou tempo para conseguir outra vaga. Vai tentar fazer uma ou outra corrida, mas não é o ideal. Para Piquet Jr, o mesmo destino. Nada de carro para a temporada completa e possivelmente nem para corridas esporádicas. Vai tentar a vida no Rally Cross.

Uma pena, por Miguel Paludo, admito. Piquet continua com o discurso de piloto mimado. Repare nas declarações dele “Eles têm aquele padrão antigo deles, medo de tecnologia, não querem mudar muito. Realmente funciona para o americano, o cara que nasceu e cresceu lá, mas é um pouco difícil para mim.” e continua, mostrando que o que pesa na decisão dele é a vaidade “Ainda quero vencer uma corrida da Cup (…) Minha grande chance de ganhar será em um circuito misto, mas mesmo assim quero ser um piloto a vencer em todas categorias da Nascar”. Talvez esteja aí a dificuldade dele em ser patrocinado nos EUA.

Ainda não sabemos se você poderá ver a corrida mais importante da temporada americana de NASCAR na TV brasileira. Depois de convocar os fãs da categoria para pedir a presença no canal na grade das operadoras, a FOX SPORTS esqueceu o bom uso das redes sociais e ignora os pedidos de divulgação da programação com antecedência.

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Voltamos a Fórmula 1.

Com esse tempo todo até a largada em Melbourne, o que podemos esperar dos testes no solo do Bahrein? Muita coisa pela frente, muita especulação e muitas incertezas.

No primeiro momento, olhos voltados para a Renault. Apesar de ser a tetracampeã, vale lembrar que os Renault nunca foram as unidades mais potentes do grid. Velocidade final não era um ranking que as equipes do motor francês lideravam.
Agora o cenário está complicado. Remi Taffin, chefe de operações de pista do fabricante francês, afirma que as unidades não tem um “monte de problemas”, somente “duas ou três complicações maiores que já estão resolvidas”. E vai além, afirma que não é só fabricação, mas o seu maior trabalho agora é o software que gerencia tudo isso e sua calibração. Vamos resumir, para facilitar: se as equipes não conseguirem muita quilometragem na pista nessa semana para calibrar esse software, terão muitos problemas.

Depois, olho nas fotos e vídeos. Os carros foram para Jerez bastante crus, por assim dizer. Toda temporada, sabemos que ninguém vai pra pista com todas as cartas na mesa. E esse ano foi potencializada essa particularidade. A ordem do dia era botar um carro que andasse na pista, básico mesmo, onde o conjunto fosse testado com o novo motor. Tirando a Lotus, todo mundo cumpriu o objetivo e agora está na hora de testar o carro com uma especificação mais próxima do que poderemos ver na Austrália. Vem muita novidade por aí! A Sauber já confirmou que o pacote aerodinâmico do Bahrein vai ser muito próximo do pacote final. Chegam à pista de teste com novas asas (traseira e dianteira) e mudanças no corpo do carro. O plano central é deixar tudo prontinho na parte mecânica e já trabalhar em desempenho.

Teremos atualizações e novidades, carro novo na pista (da Lotus), e o que mais? Mclaren, Mercedes e Ferrari são as três que despontaram em Jerez com maiores quilometragens acumuladas. Elas estão na frente em confiabilidade e será que estão na frente em velocidade também? Os quatro cantos do mundo apostam que a confiabilidade será a chave da decisão do título. Concordamos em gênero, número e grau. Só uma ressalva, se o carro não for rápido, não haverá briga pelo título. Essa é a dúvida: os prateados e os vermelhos andam por muito tempo e andam rápido?

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Na Williams a dúvida maior é o aparecimento da Martini com principal patrocinadora. Só não faz muito sentido especular pela aparição da Martini no Bahrein. Vamos Lá, calculadora na mão. Some, uma fabricante de bebidas alcoólicas + uma país que proíbe a venda de bebidas alcoólicas, isso é igual a um ambiente não muito convidativo para a apresentação. Concordam?

Petrobras confirmou a volta como parceira técnica, sem necessidade da equipe inglesa ter pilotos brasileiros. Não é patrocínio esportivo, é plataforma para desenvolver um produto. Faz total sentido. O duro que a proposta de layout do carro que “vazou” na internet por esses dias é medonha. Algo que valeria a frase “Erraram na mosca!”. Vamos esperar.

Ainda acredito no crescimento da Williams nessa temporada. Vão arrumar o barco, colocar o nariz – de tamanduá – no caminho certo, pontuará com até alguma constância. Só que ainda aposto que o processo para chegar ao topo novamente demorará alguns anos. Vamos dar um crédito para os ingleses, mas sem esperar milagres!

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Aqui não existe fim de coluna sem falar da turma do “salve-se quem puder”, as pequeninas, as nanicas e simpáticas de sempre.

Marussia russa já avisou no rádio , nas Tvs e nas farmácias: Q2 é uma realidade! O carro foi bem trabalhado para esse ano e não parece um remendo dos carros anteriores. São 190 funcionários na fábrica (contra uns 1000 da Mclaren, por exemplo), um time pequenino e sem muito poder de desenvolvimento ao longo da temporada. Só que agora conta com uma parceria de túnel de vento e tecnologia com a McLaren e motores e câmbio Ferrari. É um baita avanço pro time.

Na turma da Caterhan, o clima é de ultimato. O chefe já avisou que esse ano quer ver progresso e aí você pode ler nas entrelinhas que ficar atrás da Marussia não é uma opção. Se acontecer outra vez, fim! O carro desse ano tem o bico mais “inovador” da classe de 2014 e contrataram o pacote completinho da Renault+RedBull, para garantir motor, kers, ers, câmbio e geometria de suspensão traseira iguais ao da tetracampeã! Tem chances de melhora, tem sim. Esperamos pela sobrevida da simpática equipe. Nas redes sociais, só perdem da Lotus em simpatia!

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Enquanto a temporada não começa, não falta assunto. Tem Lotus na pista, tem carro com pintura e patrocinador novo, tem a tetracampeã lutando com seu motor, tem equipe querendo sobreviver e tem gente querendo provar que veio disputar o
campeonato para ganhar. Para melhorar, enquanto a competição de verdade não começa na F1, podemos acompanhar uma das provas mais tradicionais da América do Norte.

Está bom demais para 2014! O que acham?

Abraços,
Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

5 Comments

  1. Fabiano disse:

    Pelo resultado dos treinos desta quinta-feira já deu pra ver que os carros deste ano não serão tão lentos como diziam. Hoje o novato Magnussen já fez um tempo melhor do que a melhor volta da corrida de 2013. Isso num treino que não valia nada, imaginem como será no Q3. Sempre achei que estavam exagerando no pessimismo, talvez para não criar expectativas exageradas e depois decepcionar.
    Vamos ver como os tempos cairão até o final da terceira semana de testes. Acho que vem mais por aí!

    • Mário Salustiano disse:

      Sim Fabiano tuas observações fazem sentido, os pontos que agora precisam ser elucidados e acredito que apenas nas primeiras provas vamos ter respostas mais concretas:
      1. sim os carros podem ter potencial de desenvolver maiores velocidades, mas e a resistência do conjunto? vai aguentar uma prova inteira? como será a confiabilidade dessas maquinas no vamos ver pra valer?
      2. com a limitação de combustível por corrida, por quanto tempo as maquinas podem ser exigidas em seu limite? sem apresentar pane seca no final?

      Evidente que como você, estou na torcida para que algumas previsões mais pessimistas não se concretizem, mas acho que haverá mais cautela nas disputas iniciais até algumas dúvidas que hoje se apresentam sejam elucidadas

      abraços

      Mário

  2. Fernando Marques disse:

    Flavis,

    pelo que estamos vendo nestes testes de pré temporada corremos o sério risco de não ter uma corrida completa no GP da Austrália daqui a 24 dias … os motivos são dois … muitos carros vão quebrar ou aqueles que completarem não cumprirão o percurso da corrida em 2 horas … nunca vi tanta incerteza na Formula 1 …
    No mais sigo a linha do Mauro … estou torcendo pelo Ice Man em 2014 … aliás ele já tinha a minha torcida ano passado …

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  3. Mário Salustiano disse:

    Flaviz e amigos

    Faz um bom tempo que uma temporada não começa com tantas variáveis a serem desvendadas, se a mudança do regulamento vai proporcionar mais competitividade ainda é cedo para saber, são muitas incógnitas que permanecem obscuras,por isso esse ano resolvi voltar a torcer zerando minhas opiniões e paradigmas, tipo deixa a onda me levar, apenas elegi como meu alvo em termos de piloto o Raikkonen, vou torcer para ele chegar ao Bi esse ano.

    abraços

    Mário

  4. Se a Fox Sports ajudar, vai ser bom sim nesse final de semana…

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