Vem aí o campeonato de 2024 da F1

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Estamos na eminência dos testes coletivos no Barein e não muito longe do começo da temporada na mesma pista. A mais longa temporada da história após o mais avassalador domínio de uma dupla carro x piloto. Por mais que nos digam que testes de “de inverno” não significam nada (e não significam essencialmente a ordem dos times), há sim muito indicios do que esses parcos 3 dias de carros na pista apresentarão no decorrer do ano.

Com a temporada de fofocas do mercado de pilotos disparada precocemente por Luiz Hamilton, vamos deixar os exercícios de futurologia de lado e colocar na nossa lista o que ficar de olho esse ano.

Primeiramente a Red Bull. Voltamos no tempo, ali para o começo do segundo semestre de 2023, e vamos recordar as palavras constantes do time sobre sua supremacia humilhante no campeonato. Pontos constantes: 1. Paramos de desenvolver esse carro pra focar na máquina de 2024, não temos muito tempo de desenvolvimento por conta das punições. 2. Todos os times estão muito próximos de nós, mais do que parece. 3. Pela estabilidade do regulamento, as soluções vão convergir e eles vão chegar em nós. Toda e qualquer declaração time após mais um vitória era norteada por esses 3 pontos. A vitória solitária da Ferrari ainda ajudou a validar os pontos acima. Realmente começaram a surgir os carros com soluções iguais as da Red Bull, ainda em 2023 mesmo. Com a McLaren liderando com sucesso esse grupo. Todo mundo veio pra 2024 com carros “livremente inspirados” na Red Bull dominante.

Todos não!

Porque a própria Red Bull, quietinha, em silêncio sepulcral, trouxe um carro revolucionário, “livremente inspirado” nos caminhos que os engenheiros da Mercedes falharam em implementar nos anos dois anos anteriores. Se a humilhação imposta aos demais times em 2023 não foi suficiente, que tal então tentar a sorte em 2024 com um conceito que outra equipe disse que não conseguia fazer funcionar? Será quem em 2024 a Red Bull quer provar que o problema não é conceito e sim execução? Como se diz por aí, de tédio ninguém vai morrer na Red Bull.

Na sequencia, a Red Bull também, mas falando de pilotos. Independente dos resultados de 2024, o time Austríaco é um dos assentos mais disputados. A equipe é forte sempre, mesmo nos anos que não ganhou ou disputou os títulos. A equipe também tem dinheiro e sim se estabeleceu como uma das 3 grandes do esporte. Obviamente a vaga de Perez é a vaga em disputa aqui. Ultimo ano de contrato e um campeonato de 2023 abaixo do esperado. Os boatos são de uma avaliação rápida. Algo que deve ocorrer entre a 4a e a sexta corrida do ano, antes dos times começarem o giro europeu. Essa avaliação teria dois lados: Perez propriamente dito e Ricciardo. Se tudo der errado pro Mexicanos nessas primeira corridas e tudo der certo para o Australiano, a troca de lugares é dada como certa. Ainda deixando aberta a decisão da Red Bull de quem vai correr ao lado de Max em 2025. As trocas na Red Bull são constantes, normais e não seria surpresa para absolutamente ninguém. Por isso mesmo é bom ficar nesses dois pilotos que estarão muito pressionados para garantir um lugar ao Sol em 2025.

Dia 23 tá aí na fila e tem Drive To Survive novinho na Netflix.

Deixando a Red Bull de lado, quem vai liderar o pelotão intermediário? Ou seja, quem vai estar na frente das 9 outras equipes. O ano passado foi difícil para determinarmos a ordem prova a prova. Sentadinhos aqui em Fevereiro de 2024 e com todo o distanciamento necessário do campeonato de 2023, é clara a divisão (e abismo) entre dois grandes blocos de times. Os 4 primeiros formam um bloco sólido que contou com a adição da McLaren no segundo semestre. Esse bloco tem a Red Bull, McLaren, Ferrari e Mercedes. Não tinham forças pra bater Max, mas eram constantemente sólidos acumuladores de pontos. Na parte de baixo, as 5 últimas: Apine, Williams, Alpha Tauri, Alfa Romeo e Haas. Times que apresentaram alguma evolução, algum brilho esporádico (menos a Haas, nos dois quesitos, diga-se), mas foram incompetentes em desenvolver uma base sólida para brigar pelos pontos.

Faltou a Aston Martin? Faltou…ela é um divisor de águas entre os dois blocos. Começou o ano no bloco de cima e se perdeu no segundo semestre caindo para o bloco de baixo. Mas seu desempenho nas 9, 10, primeiras provas garantiu um 5o lugar na tabela e alguns troféus na prateleira.

Para 2024 alguns pontos geram alta expectativa. O primeiro deles a “promoção” da Alpha Tauri que deixa de ser um time Júnior da Red Bull pra ser um time que precisa de resultados, pontos e lucro. Com isso, pegou o regulamento e buscou todas as peças que poderia usar do time que dominou 2023. Deve vir forte para ser promovida de grupo. Expectativa forte também sobre a McLaren e se ela consegue começar o ano no mesmo ritmo do fim de 2023. Se começar dessa forma, também é forte candidata a se consolidar no grupo de cima, deixando de vez o pelotão intermediário. Na mesma linha da McLaren, temos a Aston Martin que promete utilizar todo o aprendizado dos erros de 2023 para brigar por um top 3 nesse campeonato de 2024. São muitas variáveis e muitas suposições, a única coisa certa é que grande saltos de times do fundo do grid são improváveis de um ano pra outro num mesmo regulamento.

A Red Bull está nessa posição hoje porque é um time sólido faz muito tempo. A Ferrari não vence um campeonato faz 15 anos, mas está sempre ali rondando o top-3. sem falar da Mercedes, que mesmo com o carro “ruim” foi vice-campeã de construtores. O que não se espera é um grande salto de Williams, Haas, Alpine e Stake/Kick/Sauber. Esses times devem continuar nesse ritmo de 2023, com alguma chance de “salto” pro regulamento de 2026.

E nessa linha de desempenhos constantemente frustrantes, ano após ano, que fica a pergunta: Quem vai sair da F1 pra dar lugar para Andretti Cadillac chegar? Com a Sauber já comprada pela Audi, ficam aqui duas fortes candidatas, a Alpine e a Haas. A Alpine é a eterna promessa do time de fábrica, histórico, o legado da F1. Nessa “encarnação” do time de Enstone como Alpine foram 66 corridas, uma vitória e 4 pódios. Única fábrica do grid que não conseguiu vender seu motor pra ninguém, absolutamente ninguém. São números raquíticos pro time francês se justificar na F1, sem contar as inúmeras trocas de liderança e as trabalhadas contratuais, vide o patético caso de Oscar Piastri.

Do lado da Haas, o dono atacou e demitiu seu estrelar líder Guenther Steiner. Famoso fora das pistas e carismático, não traduziu essa potência midiática em resultados além do ridículo. Resta saber até quando a paciência de Gene vai aguentar, ainda mais com um outro time Americano cheio de vontade de entrar na F1 e apoio da GM.

Será uma longa temporada, semana que vem começam os testes e já vamos ter alguns indícios de como tudo vai se desdobrar.

Vale a pena ficar atento não somente em quem vai ser campeão, temos varias histórias correndo em paralelo para deixar o ano ainda mais interessante.

Abraços
Flaviz Guerra

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

1 Comments

  1. Fernando Marques disse:

    Flavis,

    eu como leigo mas entusiasta e longe de estar atualizado sobre a Formula 1 como voces do GEPETO não espero outra coisa em 2024 a não ser um passeio do Verstappen/RBR nas pistas e no campeonato … vai levantar muita poeira de novo … o abismo que separa esse conjunto dos demais adversários é enorme … inclusive de seu companheiro Peres/RBR …
    Eu como saudosista vou ter sempre uma torcida pelas garagistas Mclaren e Williams … e adoraria se a Mercedes desse um carro nesse momento para L. Hamilton duelar nas pistas com o holandes … mas como o regulamento pouco ou quase nada mudou tudo é uma utopia nesse sentido …
    Ao que tudo indica até o fim de 2025 quem manda na Formula 1 é o conjunto verstappen/RBR

    Fernando Marques
    Niterói RJ

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