Foto-Legendas – As joias da Ferrari em Le Mans

Déjà vù
28/03/2022
Chiron ou Nuvolari, quem venceu?
04/04/2022

 

 

A lenda da Ferrari foi construída em grande parte nas 24 Horas de Le Mans, corrida que venceu nove vezes entre 1949 e 1965, sendo seis de forma consecutiva. Além disso, a fábrica italiana fez correr na pista francesa alguns dos mais belos carros de todos os tempos. Vamos dar uma olhada neles?

1949: Ferrari 166 MM, pilotado por Chinetti e Selsdon

A Ferrari, como fabricante, estabeleceu-se em 1947 e inscreveu-se na primeira 24 Horas de Le Mans pós II Guerra, realizada em 1949. A estreia não poderia ter sido melhor sucedida: vitória com um carro equipado com motor de 12 cilindros, cerca de dois litros, uns 150 cavalos. Era da família 166 os carros que venceram as Mil Milhas de 1948 – a primeira vitória marcante da Ferrari como fabricante –, 1949 e 1950. E mais: com um 166, a Ferrari vence também a Targa Florio de 1948 e 1949. Em Le Mans 1949, a dupla vencedora Chinetti e Selsdon percorre 3 178 km, à média de 132 km/h.

1954: Ferrari 375 SP Plus, pilotado por Gonzales e Trintignant

Um lindo carro com larga folha de vitórias, inclusive na Carrera Panamericana de 1954, deu à Ferrari sua segunda vitória em Le Mans. Era equipado com um motor de 12 cilindros, 4,5 litros, uns 340 cavalos, semelhante ao usado pela equipe na F1.

1958: Ferrari 250 TR, pilotado por Gendebien e Phil Hill

Mais uma joia italiana, ganhou em Le Mans quebrando a hegemonia de três anos da Jaguar. TR seriam as iniciais de Testa Rossa, o que gerou uma das tantas lendas da equipe em torno da denominação, a explicação mais simples sendo que o cabeçote do motor de 12 cilindros, três litros, 290 cavalos foi pintado de vermelho por iniciativa de um mecânico anônimo.

1960: Ferrari TR 60, pilotado por Freré e Gendebien

Uma vitória tranquila, com grande folga sobre a oposição. A Ferrari fez também o 2º lugar, com Ricardo Rodriguez e Andre Pilette num modelo idêntico ao vencedor, cedeu o 3º lugar a um Aston Martin e depois emplacou carros da sua fabricação da 4ª à 7ª posições.

1961: Ferrari 250 TR 61, pilotado por Gendebien e Phil Hill

Gendebien e Hill colhem mais uma vitória fácil, mas não poupando o carro, percorrendo a distância recorde de 4 476 km, média de 186 km/h. O pódio foi completado por outros dois carros da fábrica, pilotados Mairesse e Parkes e Noblet e Guichet.

1962: Ferrari 330 LM, pilotado por Phil Hill e Gendebien

E de novo o belga Olivier Gendebien e o americano Phil Hill conduzem a Ferrari (carro número 6) à vitória e de novo a fábrica fez os três primeiros lugares na prova, sendo o pódio complementado por dois modelos GTO, uma dos mais admirados carros fabricados pela Ferrari ao longo da sua existência. Ele aparece acima, carro número 19, pilotado por Noblet e Guichet.

1963: Ferrari 250 P, pilotado por Scarfiotti e Bandini

Apoteose Ferrari: seis carros da fábrica nos seis primeiros lugares. O primeiro não Ferrari, um AC Cobra Ford, terminou quase 400 km distante. O modelo 250 P tem sua origem no 246 P, de 1960, e foi o primeiro da Ferrari com motor traseiro (doze cilindros, três litros, 300 cavalos) a vencer em Le Mans.

1964: Ferrari 275 P, pilotado por Guichet e Vaccarella

Mais um pódio completo de Ferrari, deixando um AC Cobra no 4º lugar. O carro vencedor amassou os recordes da pista: foram 4 695 km percorridos em 24 horas, a uma média de 195 km/h.

1965: Ferrari 275 LM, pilotado por Gregory e Rindt

O apogeu da Ferrari em Le Mans, num feito extraordinário, batendo um esquadrão da Ford e da própria Ferrari, com carros muito mais potentes. De beleza singela, o 275 LM foi lançado em 63, como um GT. Tinha um motor de 3,3 litros, doze cilindros, 290 cavalos. A corrida foi um grande sucesso para a Ferrari, com mais um pódio completo da marca, num momento em que a guerra contra a Ford ganhava contornos épicos. Curiosidade: um Ferrari 275 LM terminou as 24 Horas de Le Mans de 1969 em 8º lugar.

1967: Ferrari P4

No auge da guerra com os Ford, um dos mais belos carros de todos os tempos finaliza a maratona francesa nos 2º e 3º lugares, pilotados por Scarfiotti e Parkes e Mairesse e Beurlys. Eles foram batidos pelo igualmente inesquecível Ford MK IV de Gurney e Foyt numa 24 Horas lendária, onde todos os recordes foram pulverizados – a dupla vencedoras percorreu 5 232 km!

A P4 era o ponto final de uma linha de lindos carros, sendo equipada com motor de 12 cilindros, 4 litros, 450 cavalos. Foi uma P4 quem liderou a Ferrari na estupenda vitória nas 24 Horas de Daytona, com Amon e Bandini. Outros dois carros da equipe completaram o pódio na prova americana, vingando o que a Ford fizera em Le Mans no ano anterior, quando fez os três primeiros lugares com o Ford MK II.

1970/71: Ferrari 512

Este lindo carro não foi páreo para o Porsche 917 (https://gptotal.com.br/foto-legendas-porsche-917/), terminando atrás deles nos dois anos – 4º em 1970 e 3º em 1971. Na foto acima, o carro de Merzario e Regazzoni, que abandonou por acidente na 4ª hora da corrida.

O 512 era empurrado por um motor de cinco litros, doze cilindros, 500 cavalos. Não foi um carro querido pela equipe, que o realizou às pressas, contrariada pelo regulamento. Vence em Sebring 70, num dia de pilotagem antológica de Mario Andretti.

1973: Ferrari 312 P/B

Outro candidato ao mais belo carro de todos os tempos. Dominante nos Mundiais de 1972 e 1973, não foi pensando para uma corrida de 24 Horas. Só correu em Le Mans em 1973 e ficou em 2º, pilotado por Merzario e Pace, ficando uns 80 km atrás do Matra vencedor de Pescarolo e Larrouse. No final do ano, a Ferrari abandona a categoria, concentrando as suas forças na Fórmula 1. Aguardamos agora pela sua volta a Le Mans, no ano que vem.

Mais Foto-Legendas:

O Porsche 917 https://gptotal.com.br/foto-legendas-porsche-917/

Jim Clark https://gptotal.com.br/foto-legendas-jim-clark/

Legendas 1 https://gptotal.com.br/foto-legendas-1/

Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

2 Comments

  1. Fernando Marques disse:

    Edu,

    show de coluna
    show de fotos
    mais uma vez o GEPETO fazendo jus de ser a história do automolismo.

    Como era bom os tempos dos idos anos 50,0 e 70 ….

    Fernando Marques
    Niterói RJ

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *