208 GPs entre 78 e 91, três Mundiais, 60 pódios – sendo 23 vitórias –, 24 poles, 23 voltas mais rápidas. A trajetória de Nelson Piquet pela F1 é magnífica, principalmente quando se pondera que ele correu num período de extraordinária transformação da categoria, em termos técnicos e esportivos.
Piquet correu com motores de quatro, seis, oito e doze cilindros, turbo e aspirados, fabricados pela Ford, Alfa Romeo, BMW, Honda e Judd, chassis de alumínio e fibra de carbono, câmbios manuais e eletrônicos, suspensões ativas e reativas, freios em aço e carbono e pneus da GoodYear, Michelin e Pirelli. Pelas suas qualidades excepcionais como piloto de testes, foi decisivo para o desenvolvimento dessas e várias outras tecnologias.
No plano esportivo, saiu dos tempos heroicos (quando corria praticamente de graça) para o glamour dos anos 90, encarando chefes como Bernie Ecclestone, Frank Williams, Peter Warr e Flavio Briatore.
A seguir, um breve registro dos carros pilotados por Piquet.
ENSIGN N177 – 78
O carro da estreia do brasileiro na F1, quase que por acidente, no GP da Alemanha de 78.
Foi uma estreia mais do que discreta: 21º no grid, abandono na volta 31 por quebra do motor Ford Cosworth, quando corria entre os últimos colocados.
MCLAREN M23 – 78
O carro do título de Emerson em 74 é inscrito por uma equipe particular para Piquet nos três GPs seguintes de 78, Áustria, Holanda e Monza, onde termina em 9º.
BRABHAM BT 46A – 78 e 79
Na última corrida do ano, Piquet estreia na Brabham, a equipe com a qual teria ligação mais longa e intensa, principalmente pelo seu bom entendimento com o projetista Gordon Murray.
Com este bonito modelo, equipado com um motor Alfa Romeo doze cilindros flat, Piquet fará apenas duas corridas, Canadá 78 e Argentina 79, com resultados muito modestos.
BRABHAM BT 48 – 79
O motor Alfa é agora um V12, mas os resultados são decepcionantes, ainda que o carro seja bem bonito, pintado em vermelho e preto.
Piquet fará doze GPs com o modelo, conseguindo apenas um 4º lugar na Holanda, quebrando ou batendo em quase todas as outras provas. Niki Lauda, seu companheiro de equipe, termina o ano com um 4º e um 6º lugares. É o fim da Alfa como fornecedora de motores à Brabham.
BRABHAM BT 49 – 79 e 80
A Brabham volta a usar motores Ford Cosworth, passa a pintar seus carros em branco e azul escuro nas duas provas finais de 79 e os resultados aparecem no ano seguinte. Piquet é agora o primeiro piloto da equipe e termina como vice-campeão da temporada de 80.
Ele consegue suas três primeiras vitórias na categoria – Estados Unidos, onde marca a também a sua primeira pole, Holanda e Itália (na única vez em que foi disputado em Imola) –, além de dois segundos lugares. Disputa o título até o penúltimo GP, no Canadá, onde é abalroado numa manobra na minha opinião francamente mal-intencionada por Alan Jones, o futuro campeão.
BRABHAM BT 49C – 81
Retocado, o modelo leva Piquet ao seu primeiro Mundial, empurrado pelo mesmo motor, mas com pneus Michelin, que serão trocado pelos GoodYear no meio do ano.
É uma temporada movimentada, com seis pilotos e cinco equipes vencendo GPs. A disputa pelo título entre Piquet e Carlos Reutemann arrasta-se até as voltas finais do último GP, disputado em Las Vegas. O 5º lugar na prova dá o título ao brasileiro, com um ponto de vantagem sobre o argentino.
Piquet fecha 81 com três vitórias, Argentina, Imola e Alemanha, e quatro poles.
BRABHAM BT 50 – 82
A Brabham entra na era turbo, com o brutal motor BMW de quatro cilindros, que Piquet desenvolverá incansavelmente.
A estreia se dá na África do Sul, conseguindo o 2º lugar no grid. O 49 é trazido de volta para as duas corridas seguintes, depois das quais, o BMW retorna. Dois resultados animadores são conquistados em sequência: vitória no Canadá e 2º lugar na Holanda, mas pouco mais pode ser creditado ao modelo.
BRABHAM BT 49D – 82
Um breve retorno por dois GPs ao modelo do ano anterior, com motor Ford Cosworth, mas sem qualquer resultado prático para equipe.
Piquet vence em Jacarepaguá, mas é desclassificado, por conta de um truque grosseiro no peso do carro, em meio a uma guerra geral na F1, numa das temporadas mais dramáticas da história da categoria.
BRABHAM BT 52 – 83
O segundo título de Piquet vem com pneus Michelin e motor BMW, começando com o modelo 52, outra bela criação de Gordon Murray, que lhe dá a vitória logo na estreia, em Jacarepaguá.
Ao todo, o carro é usado nos oito primeiros GPs do ano, com mais dois 2os e dois 3os.
BRABHAM BT 52B – 83
Piquet, o primeiro campeão de um GP da Europa, em 1983.
O 52 ganha evolução usada por Piquet a partir do GP da Inglaterra e com o qual consegue um 2º lugar logo na estreia, dois 3os e duas vitórias, Monza e Europa, disputado em Brands Hatch.
Mesmo com tantos pontos conquistados, Piquet chega à prova final, na África do Sul, disputando o título com Alain Prost e Rene Arnoux. A corrida é rocambolesca, com Piquet tirando proveito de um pit stop precoce e uma gasolina ligeiramente fora do regulamento.
Concluo em nosso próximo encontro.
Aqui você confere os F1 de Emerson: https://gptotal.com.br/foto-legendas-os-f1-de-emerson/
E aqui, mais Foto-legendas:
Largadas! – https://gptotal.com.br/foto-legendas-largadas/
As joias de Mauro Forguieri – https://gptotal.com.br/foto-legendas-as-joias-de-mauro/
Viva Chaparral! – https://gptotal.com.br/foto-legendas-viva-chaparral/
Viva CanAm! – https://gptotal.com.br/foto-legendas-viva-canam/
Le Mans, desde 2000 – https://gptotal.com.br/foto-legendas-le-mans-desde-2000/
Le Mans, 81 a 99 – https://gptotal.com.br/foto-legendas-le-mans-81-a-99/
Le Mans – Os anos 70: https://gptotal.com.br/foto-legendas-le-mans-anos-70/
A saga do Ford GT40 em Le Mans: https://gptotal.com.br/foto-legendas-a-saga-do-ford-gt-40-em-le-mans/
As joias da Ferrari em Le Mans https://gptotal.com.br/foto-legendas-as-joias-da-ferrari-em-le-mans/
O Porsche 917 https://gptotal.com.br/foto-legendas-porsche-917/
Jim Clark https://gptotal.com.br/foto-legendas-jim-clark/
Legendas 1 https://gptotal.com.br/foto-legendas-1/
5 Comments
O melhor foto legendas até agora, Edu.
Só mais uma pequena correção: a vitória de Piquet na estréia do BT52 em 1983 foi no Brasil (Jacarepaguá) pois o gp da Argentina teve um longo hiato de 1982 a 1995, foi disputado até 1998 e desde então não mais.
Tem toda razão, Wladimir, Piquet em 1o, Keke Rosberg em 2o, após corrida épica.
Obrigado pelo toque, já consertei o texto
Abraços
Edu
Que legal Edu, você fazer uma coluna Foto Legendas- Piquet! Dos grandes campeões Piquet, sempre é o menos lembrado lá fora e principalmente em nosso país! As fotos estão de mais! Essa sua coluna pra mim reforça o que sempre pensei sobre o Piquet e suas temporadas na F-1. Dos grandes pilotos e campeões, Piquet foi o que mais passou por mudanças de regulamentos! E, sempre se adaptava, desenvolvia e conseguia ser campeão! Talvez se não fosse tantas mudanças, Piquet tranqüilamente teria ganho mais uns 2 campeonatos e teria chegado a umas 30 vitórias ou mais!
Edu,
com certeza ” Fotos Legendas ” da qual vou mais gostar, afinal é sobre Nelson Piquet, já que sou Piquetista .
As fotos estão lindas, como sempre, mas mereceuma correção em relação ao ano de 1980. As vitorias de Piquet foram nos EUA, Holanda e Itália (sendo este GP em Imola, não em Monza).
O que mais admiro na carreira do Piquet, foi a forma como ele chegou na Formula 1, com pouco e quase nada de dinheiro e com carros obsoletos foi capaz assim mesmo de chamar a atenção da Formula 1 de que era muito bom e se tornou um tri campeão da Formula 1.
Show de bola
Fernando Marques
Niterói RJ
Obrigado pelo toque, Fernando
Já corrigi o texto
Abração