Vai começar a temporada 2013!
Senhoras e Senhores, liguem seu motores: apesar de ser uma categoria essencialmente européia (sic) poderíamos muito bem usar essa célebre frase para iniciar os trabalhos de 2013. Finalmente vamos voltar a ver as fantásticas máquinas de 2013 em busca do caneco. É um sem-número de pessoas no twitter, facebook e afins que contam nos dedos o horário para a abertura dos treinos. Depois desse hiato, dessa irritantemente minúscula pré-temporada, da crise de abstinência, chegamos ao circuito de Melbourme para celebrar a F1 em clima de festa.
O clima da festiva Melbourne poderia ser maior. Na verdade, dois carros a mais de felicidade. Infelizmente a HRT não resistiu as aventuras fiscais/financeiras/contábeis de seus administradores e abandonou a F1. Abandonou de uma forma melancólica, com briga de funcionários, venda de espólio para reciclagem. A nanica equipe não foi épica em 2012 como eu havia imaginado (entenda-se que ‘épico’ seria qualquer resultado a cima da Marussia), mas também não sofreu pra se classificar dentro da regra de 107%. Ninguém comprou a equipe. Quem se interessou foi proibido de correr esse ano por conta do fim do período de inscrições e assim vamos lá ter um grid com 22 carros.
Não parece bom o panorama da F1. Uma equipe desistiu. Outras tantas estão no limite, sempre lutando para fechar seus orçamentos. Force India, Williams, Marussia, Catherhan e Sauber vivem de malabarismo orçamentário, pilotos pagantes ou carros que só podem ser desenvolvidos até agosto/setembro para não comprometer o carro do ano seguinte. A Lotus/Genii é uma incógnita, ninguém sabe de onde vem o dinheiro e nem pra onde ele vai. O que mais impressiona é a falta de capacidade de captação de patrocinadores. A Williams chega a ser vergonhosa, perdeu todos os patrocinadores grandes que teve na última década e corre com um carro “estatal”, praticamente livre de patrocínios.
Junte a esse cenário desolador uma nova regra de motores e uma nova regra aerodinâmica para 2014. Parece que depois do meio do ano teremos um campeonato “esvaziado”, com as pequenas e médias focadas na tentativa de fazer a grande virada em 2014.
Não dá para começar a temporada sem palpites para o ano, certo? Ano passado acertamos alguns aqui no GPTotal. Vettel seria campeão e a turma do miolo do grid seria a mais divertida de acompanhar. Esse ano vai? Separou seus palpites?
Sem a HRT, a turma do fundão vai ficar restrita a Marussia e Catherhan. E, vejam vocês, aposto na Marussia. Esse ano tem KERS novinho em folha e tem túnel de vento da McLaren para ajudar no carro. Os verdinhos da Catherham já jogaram a toalha e entregaram as oferendas para 2014. Apostam tudo no próximo projeto e esperam só manter os bons Renaults com algum dinheiro vindo de um possível 10o lugar no campeonato.
A turma do meio vai continuar compacta e disputada. Não muda muito diferente do ano passado. As regras são as mesmas. Os carros são basicamente os mesmos. O que pode sim mudar e a presença mais constante de uma equipe em sua posição geral do grid. O ano de 2012 foi marcado pela variação constante, circuito a circuito, entre as posições desse miolo do grid. A Sauber apresenta um pacote evoluído com algumas inovações interessantes como os radiadores super estreitos. A Toro Rosso vem com um carro menos parecido com a irmã red bull e com um bom comportamento em curvas. Williams e Force India são incógnitas que não chamaram a atenção em nenhum momento. A Mercedes espera não fazer mais parte desse grupo e se consolidar no grupo da frente. Tem uma equipe técnica competente, tem dinheiro, tem Hamilton, tem Rosberg, só não teve resultados constantemente expressivos até hoje. Quem sabe está na hora de mudar?
Na turma da frente a tendência também é de estabilidade. Com um parenteses. A Mclaren. A equipe prateada foi a única do grid com uma mudança radical em seus carros. Trouxe o sistema push-rod na suspensão (igual ao que a Ferrari estreou em 2012) o que a obrigou a elevar o monocoque do carro. Com isso, recebeu o degrau no bico (coberto pelo painel permitido na regra) e ainda briga um pouco para entender o comportamento dos diferentes acertos do novo carro. A Lotus evoluiu aparentemente para se manter na posição que estava e brigar por pódios esporádicos. Ferrari conseguiu, finalmente, fazer um carro que não matasse de vergonha sua torcida e seus pilotos. Não é nada, não é nada, mas começa a temporada muito a frente do inicio desastroso de 2012.
E a Red Bull? vem com alguma carta na manga? Nas sessões de inverno a redbull sempre esteve focada em long runs e aparentemente nunca mostrou a velocidade final do carro. Mas os tri-campeões mantiveram toda a base técnica na fábrica e a dupla de pilotos. Continua assim a equipe a ser batida.
O mais interessante esse ano certamente será acompanhar o comportamento de uma legião de pilotos que vão precisar de bons resultados para garantir vida útil na categoria. Tem gente que chegou e precisa mostrar serviço. Tem gente que recebeu segunda chance. Um ou dois em fim de contratos que podem virar fim de carreira. Tem todo o tipo de situação.
Ainda vale a máxima da F1 que seu maior adversário está no box, ele deve ser o primeiro a ser batido. Mas 3 pilotos já aprecem na imprensa com opiniões que divergem desse “ditado”. Alonso precisa bater Vettel, e não Massa. Vettel se preocupa com Alonso, e esquece Webber. Hamilton que bater Alonso, e desconhece Rosberg. Realmente são as 3 apostas das 3 equipes, e não há “politicamente correto” no mundo que consiga dizer que não há preferências dentro dessas equipes.
Webber e Massa tem a missão mais ingrata. São dois felizes proprietários de somente um ano de contrato. Passaram por 2012 sendo contestados dentro de suas equipes e isso nunca ajudou ninguém na renovação de contrato ou na busca por outra vaga em uma equipe competitiva.
Hamiton precisa bater Rosberg para levar a Mercedes a vitória. Mas Rosberg, apesar de insoso e sem carisma, é um personagem ingrato com seus companheiros de equipe. Na F1 nunca foi dominado por nenhum companheiro e também sabe que esse ano, bater em um campeão no auge da forma pode lhe garantir algum crédito e tranquilidade para pavimentar um caminho rumo a um futuro título.
Alonso e Vettel tem grandes chances de polarizar as atenções novamente. Estão em forma excelente. Rápidos e Focados. Existe uma pressão maior sobre Alonso, que precisa ser campeão na sua nova casa, mas todo mundo já viu o espanhol e sua velocidade serem postas a prova. O resultado é sempre espantoso.
Raikkonen vem para mais um ano de diversão, alguns pódios e beliscar uma vitória. Nada muito além disso. Seu companheiro de equipe espera perder o apelido de “maluco da primeira volta” para conseguir um assento para 2014. Sim, Grosjean não se deixa enganar e sabe que 2013 é seu teste final.
Button pode ser um forte competidor esse ano. Primeiro vai ter que dominar os animos juvenis do mexicano do box ao lado, mas tem tudo para fazer um grande campeonato e mostrar que sua experiencia é valida.
Tirando os pilotos do grupo da frente, o meio do grid apresenta uma profusão de novatos. Chilton, Pic, Bianchi, Van de Garde, Gutierrez, Bottas, Ricciardo, Vergne e Hulkenberg , todos novatos, 1 ou duas temporadas completas no bolso e nada mais. O que todos esses pilotos tem em comum? São todos da geração de testes limitados. Esse ano, quem mais andou foi Chilton, com parcos 6000 km. Bottas andou um pouco menos mas tem alguns kilometros feitos nas sextas, e só! É uma geração inteira no grid sem a possibilidade de ser treinada. Não custa lembrar, o último novato bem sucedido foi Hamilton que subiu para F1 na época de testes mais permissivos. Mais crus, devemos desconsiderar algum brilho dessa juventudde? Não podemos, o primeiro ano tem sido o verdadeiro ano de aprendizado (vide Grosjean, Ricciardo e Vergne). Considero Grosjean começando mesmo na f1 ano passado, as apresentações esporádicas anteriores pouco serviram.
O segundo ano parece ser o começo da estabilidade e busca por resultados. É importante para o estreante não fazer besteiras e trabalhar duro para manter um posto para o ano seguinte.
Parece fácil? Bruno Senna não conseguiu….
Em Melbourne a grande dúvida está nos pneus. Estrutura nova, maior agressividade do fabricante.
E só.
O pessoal da Renault já avisou para imprensa e seus clientes que apesar do alto consumo de combustível, da alta taxa de aceleração, das grande exigência do motor (perdendo somente para Spa), nada disso será problema de confiabilidade. Os motores são os mesmos, os mapeamentos de motores são os mesmos e existe larga margem de operação. Resumindo: se quebrar, é muito azar.
Mas no calor Australiano os pneus podem fazer novamente papel decisivo, estão prevista de 2 a 3 paradas se as temperatura permitirem os pneus rodarem em suas condições ideais.
Começar o campeonato em circuito de rua não é o ideal para sabermos as forças da temporada, mas é carro na pista, com promessa de mais um campeonato equilibrado!
Boa temporada a todos!!! Quais as apostas de vocês para a temporada?
Abraços,
Flaviz Guerra – @Flaviz
8 Comments
Alguém ainda acredita que o Felipe Massa vai chegar na frente do Alonso numa corrida de Formula 1 pela Ferrari?
Fernando Marques
Niterói RJ
Eu acho que Kimi Raikkonen é muito bom para ser descartado… Está numa posição confortável: a equipe trabalha para ele e não há pressões excessivas nem compromissos publicitários tediosos. É um coringa e com isso pode surpreender, como fez hoje na Austrália…
Alexei, só fica a dúvida se a Lotus vai fazer um bom $$$ desenvolvimento do carro ao longo do ano.
Não gosto do Alonso, mas aposto nele.
Se o carro da Ferrari nascer “médio” ele já vai começar a acumular aqueles valiosos pontinhos dos quais não abre mão.
Oi amigos,
Nao me atrevo a citar nenhum favorito. O único que me interessa é que nao haja ninguem “favorecido”.
Eu aposto no Vettel !!!
Ainda mais sabedor que do meio do ano pra frente as equipes estarão com seus orçamentos focados para o novo carro de 2014. Como o regulamento deste é o mesmo do ano passado, o melhor pacote é da RBR e Webber parece não se encaixar bem neste pacote …
Estas mudança de regulamento em 2014 me remete as lembranças do inicio dos anos 80 quando havia motores aspirados e turbos andando juntos. Em 1982, Nelson Piquet abriu mão de lutar por um bi-campeonato para poder desenvolver e testar os novos motores BMW turbo que equipava a Brabham. Agora será tudo diferente. Em 2014 novos carros, novo regulamento e novos motores turbos … tudo praticamente sem testes … acho que a temporada que promete mesmo será a de 2014.
Este ano se houver surpresas serão presentes da Pirelli.
Fernando Marques
Niterói RJ
Concordo contigo Fernando, a dúvida de 2013 é sobre os pneus e a grande espera por 2014!
Eu aposto em Button!
Boa temporada a todos!
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR