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Desculpe, mas desta vez vou passar longe de concordar com você. Não acho que Barrichello tenha sido o responsável pelas quebras da Ferrari na Malásia e no Brasil. Pode ter sido falha de revisão, neglicência com os prazos de validade de certas peças, castigo divino ou pura falta de sorte (qualquer carro de corrida pode quebrar, não pode?). Mas não acho que a pilotagem do brasileiro tenha sido responsável pelas quebras da Ferrari “velhinha”.
Nem vou entrar na discussão sobre se a eletrônica diminui ou não a responsabilidade dos pilotos na durabilidade de seus carros. Note apenas que Barrichello nunca foi quebrador de carros. Acho difícil que agora, com nove anos de F 1 (já é um veterano na categoria…), ele tenha mudado de estilo e partido para o “vai ou racha”. No ano passado, Mika Hakkinen também quebrou em quase todas as primeiras corridas do ano. Em momento algum foi colocada sob suspeição sua capacidade de preservar a máquina.
Falar mal de Barrichello virou o esporte preferido de muitas pessoas e a culpa disso é do próprio piloto – não pelo que ele faz nas pistas, mas pelo que fala fora delas. Mas por enquanto prefiro colocar a conta dessas quebras na mais pura falta de sorte. Mais tarde a gente volta ao assunto, se for o caso.
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Falou-se muito de duas coisas depois da corrida de Interlagos: o “vacilo” de Pelé, que não deu a bandeirada ao vencedor, e (um pouco menos) da conversa que Schumacher manteve com a equipe nas voltas finais. Isso fez lembrar de duas historinhas ocorridas por aqui mesmo, no automobilismo nacional.
A primeira é de 1978 e tem como protagonista Alfredo Guaraná, fera da antiga Fórmula Super-Vê (foi o maior adversário de Nelson Piquet no campeonato de 1976 e depois conquistou dois títulos seguidos na categoria). Em Brasília, Guaraná vinha em 2º lugar na primeira bateria. Não tinha chances de alcançar a liderança, mas também não era ameaçado por ninguém. De repente, na 6ª volta, Guaraná passou pela linha de chegada e perdeu velocidade. Ficou andando devagar e, em poucas curvas, perdeu umas seis posições. Em seguida, voltou a andar forte e foi assim até o final. Quando parou no box, estava chorando de raiva.
O que havia acontecido? Segundo o próprio Guaraná disse na época, naquela volta ele passou pela linha de chegada e viu com o canto do olho um objeto branco e preto balançando. Era a placa do diretor da prova, indicando que faltavam três ou quatro voltas para o final. Mas Guaraná pensou que fosse a bandeira quadriculada e tirou o pé do acelerador… Quando percebeu seu erro, voltou a acelerar forte. Na soma das duas baterias, terminou em 4º lugar. Menos mal que esse engano não influiu no resultado do campeonato: no final de 1978, Guaraná conquistou seu segundo títulona Super-Vê, que na época era a categoria mais importante do automobilismo brasileiro.
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Sobre conversas por rádio. Certa vez, Beto Giorgi (campeão de Fiat Palio em 1997 e 3º colocado no campeonato de Stock Cars do ano passado) estava testando seu Vectra em Interlagos e ia passando para sua equipe o desempenho da máquina ao longo do circuito.
De repente, o pessoal ouviu a seguinte frase: “O carro está deslaranjando”. Depois de alguns minutos de silêncio e estupefação, alguém conseguiu entender o que Beto queria dizer: o carro estava destracionando (perdendo estabilidade) na curva do Laranja. Concentrado em pilotar e querendo se comunicar com rapidez, Giorgi acabou engolindo um monte de sílabas e “criou” um verbo totalmente novo…
Coisas assim são bem mais comuns do que se pensa. Quando estava na Fórmula Indy, Emerson Fittipaldi acionou o rádio durante uma corrida para reclamar do retardatário Hiro Matsushita: “Fucking Hiro!” (“maldito Hiro”, em uma tradução educada…). Só que Emerson começou a falar uma fração de segundo antes de acionar o comunicador e tudo o que a equipe ouviu foi “king Hiro” (“rei Hiro”, em inglês). Durante um bom tempo, Matsushita passou a ser chamado de “The King” pelos mecânicos e engenheiros da Penske.
Abraços,
Panda
Sexta-feira passada, uma conversa com o Flávio Gomes (piloto do nosso parceiro www.grandepremio.com.br) esclareceu um dos maiores mistérios de minha vida: o nome verdadeiro do “Volante 13”, folclórico piloto de DKW nos anos 60. Na carteira de identidade, ele trazia o nome Flodoaldo Arouca – da família proprietária da fábrica de fechaduras Arouca.
HORA DA SAUDADE I Pessoal, bom dia! Sobre as Mille Miglia de 1955, considerada uma das maiores corridas (por quem?) tenho a dizer o seguinte: essa e TODAS AS MILLE MIGLIA, foram uma verdadeira loucura, pé em baixo mesmo, pelas Edu/Panda
Vamos tentar resolver o “problema” criado pelo Wagner. Apesar da demora, tenho algumas informações que podem ajudar. |