O ano de provações

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Por que a F1 nos mantem tão distante se gostamos tanto dela?

Bernie brincou com nossos corações apaixonados no GPTotal em 2013. Um ano que marcou um fim de uma era e coroou a era de um novo piloto dominante. Um ano que marcou a F1 por novas decisões no seu regulamento esportivo, um pacote tão “incrível” de mudanças juntas e combinadas que será necessário muito mais que um Galvão Bueno na Austrália para explicar tudo de novo que a nossa categoria predileta carrega para 2014.

Essas mudanças deixaram marcas por aqui. Vamos voltar 3 colunas no GPTotal e ver o que aconteceu. Nosso editor e mestre Eduardo Correa perdeu a paciência, Alessandra Alves ama a F1 mais que algodão doce em dia de parque e Carlos Chiesa resgatou em frases tudo que nos faz amar a F1. Se você voltar mais uma coluna, Márcio Madeira dá sugestões de simples implementação, como votação pelo Twitter para 1 abandono escolhido pelo público, transformando a Formula 1 em um grande show de covers na voz de Luan Santana. Minha vontade é mandar tudo em carta registrada para quem comanda a categoria, quem sabe assim entendem o que estão fazendo.

Das decepções sofridas pelo Edu, pelo amor vivido por Alessandra e pela motivação de Chiesa, a ansiedade por 2014 só aumenta. E, novamente a F1 parece fazer de tudo para nos manter afastados dos carros que amamos.

Nessa semana temos uma festa acontecendo no Bahrein. Equipes testando pneus da próxima temporada, dois carros para cada. Quem tinha grana, foi. Redbull, Toro Rosso, Mercedes, Ferrari. Todos na pista. Você acha alguma informação? Alguma foto? Não, não pedimos tempos detalhados, parciais, compostos. Só imagens. Simples imagens. Nada, teste confidencial alegam. Ninguém pode ver, saber, ouvir.

Esse distanciamento das mídias novas, da forma mais contemporânea a de distribuição de conteúdo e interação com o público, é o item que mais preocupa, para nós apaixonados, no futuro da categoria. Não há esboço de aproximação. É uma categoria que se fechou em seus direitos de transmissão televisivas. Não há opção de ver pela internet, não há conteúdo interativo. Só há restrições. Se você fizer um vídeo contando seu amor pela F1 é capaz de receber um pedido de retirada do ar por usar sem autorização o nome Fórmula 1! É um absurdo de proporções colossais.

FIFA já disponibiliza material na internet. NFL, NBA. NASCAR, todas tem transmissões ricas em conteúdo adicional para o fã. Não se enganem, nada é gratuito. Você paga por multi-cameras, jogos que não passam na tv. E novamente, não se enganem, muitas pessoas pagam. É um fenômeno similar ao início do pay-per-view do Campeonato Brasileiro. No começo ninguém acreditava em um custo adicional à assinatura mensal e hoje é parte significativa da receitas das operadoras de tv à cabo e dos times. Sim, fonte de renda extra para os time.

Por que a F1 insiste em nos manter distantes?

Depois de uma avalanche de colunas sensacionais, coube a mim fechar o ano do GPTotal. É uma responsabilidade tremenda escrever sobre um ano que foi sensacional depois dos texto de tanta gente de peso no jornalismo e com tanta história para nos contar.

O GPTotal passou por um ano de crescimento consistente, tivemos 25% a mais de visitas e chegaremos ao fim de dezembro com 100 mil visitas nas nossas colunas que foram lidas nesse ano por mais de 170 mil vezes. Foram 149 colunas publicadas por um time de 10 colunistas. Sempre com conteúdo inédito, de opinião, sem textos de assessoria de imprensa. É um volume grande de conteúdo feito de forma artesanal, feito com carinho. Recebemos dos amigos leitores, pelo site, mais de 1500 comentários. E lemos todos. Se eu pudesse, pediria a todos um salva de palmas para o time do GPTotal.

Também em 2013 tivemos pela primeira vez uma presença consistente no Facebook. A maior rede social recebeu a curadoria criteriosa de Marcel Pilatti e Lucas Giavoni, que transformaram, em apenas um ano, o GPTotal na segunda maior página em portugês sobre automobilismo do facebook. Isso mesmo, em um ano, o GPTotal caminha para ser a maior página de automobilismo do Brasil no Facebook. Se eu pudesse, pediria a todos um salva de palmas para esse trabalho brilhante do time liderado pelo Marcel e pelo Lucas.

Enquanto encerramos por aqui nosso últimos dias úteis do ano de 2013 as equipes estão em ritmo feroz para juntar um pacote competitivo para 2014. O tempo para o desenvolvimento dos carros está no final e os “crash-tests” estão começando. A Sauber já aprovou seu monocoque de 2014, por exemplo.

Com o tempo curto, voltando ao paralelo com o futebol, você tem seu time em um partida eliminatória, empatada com seu adversário em 1-1, faltando 5 minutos para o fim. O que você faz? Arrisca um ataque fulminante para prevalecer abrindo a possibilidade de tudo dar errado e tomar um gol no contra-golpe ou, cozinha o jogo ali no meio de campo, esperando o tempo acabar com 1-1 para você ter mais uma chance na prorrogação? Voltando ao automobilismo, as equipes tentam agora mais uma revisão no livro de regras para buscar alguma vantagem ou vão buscar confiabilidade em uma base sólida já quase pronta?

Foi assim que Ross Brawn venceu o campeonato de 2009, o primeiro depois da última grande mudança de regras. Seu carro foi desenvolvido pela Honda durante todo ano de 2008. Os resultados na pista eram mais do que sofríveis e todos apostavam suas fichas no projeto do ano seguinte. Com o carro pronto, antes das principais equipes que ainda disputavam o título de 2008, Brawn resolveu revisar o carro para ganhar mais downforce. Eram regras novas, ele não estava satisfeito, e havia em sua cabeça a certeza que seu time deixou escapar algo do livro do regulamento. Ele conseguiu o difusor duplo e acabou com a concorrência no primeiro semestre de 2009.

Há espaço para algo assim ocorrer em 2014? Sim, claro que sim. E com mais um período de estabilidade de regras pela frente, não é bom errar a base do projeto. Em 2009 a Red Bull tinha a melhor base, mas sem o duplo difusor perdeu aquele campeonato. E só perdeu aquele, depois foram 4 títulos seguidos para coroar um projeto bem nascido.

Que a Formula 1 não crie mais regras esdrúxulas caso algum carro prevaleça em 2014.

Que não nos mantenha distantes.

Que não nos faça passar por mais provações de nosso amor pelo esporte.

A todos os amigos leitores do GPTotal, boas festas e um ano de 2014 incrível para todos nós! Muito obrigado por 2013!

O GPTotal entra em recesso. Retornamos no dia 13/01/2014.

Abraços,
Flaviz Guerra – @Flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

5 Comments

  1. Fabiano disse:

    https://www.youtube.com/watch?v=IhI7ah4nKwQ&feature=youtube_gdata_player
    Nessa pista sim, dobro de pontos não seria injusto.

  2. Fernando Marques disse:

    HOHOHO!!!!
    FELIZ NATAL A TODOS DO GEPETO!!!!

    Que em 2014 o GP Total continue tão bom e sensacional como foi em 2013,2012,2011,2010 ….

    Abraços e boa ceia a todos

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  3. Ronaldo disse:

    Estou aplaudindo, de pé!

    Obrigado ao time, especialmente pelo espaço para nós, leitores.

  4. Walter Augusto disse:

    À todos os colunistas e leitores deste magnífico site:
    Que em 2014 consigamos fazer as curvas 1 e 2 do antigo traçado de Interlagos de “pé em baixo”

  5. Mauro Santana disse:

    Olá Flaviz!

    Respondendo a sua pergunta “Por que a F1 insiste em nos manter distantes?”, eu digo, “Querem matar a F1!”

    É o que parece.

    Mas, que venha 2014!

    Amigos do GPTotal, desejo a cada um de vocês, UM FELIZ NATAL E UM FELIZ 2014!

    Grande Abraço!

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

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