Terminada a temporada, torna-se providencial a abertura da temporada de análises. Minha lista de 10 melhores, se não vai agradar a todos, ao menos parece não ser completamente absurda…
1 – Nico Rosberg: O campeão que mais tempo esperou para levantar sua primeira taça ganhou confiança este ano. Nico sabe que globalmente não é mais veloz que o companheiro Lewis Hamilton, mas lutou com as armas que tinha e saiu vencedor. Mostrou extrema dedicação, como quando solucionou o mapeamento do carro no Azerbaijão, enquanto Lewis ficou na lamúria pelo rádio. E acima de tudo, Nico manteve um controle emocional que fez toda a diferença e lhe faltou em 2014 e principalmente em 2015 – quando cheguei a defender sua dispensa pela Mercedes. Há quem aponte que essa tranquilidade veio com o casamento com sua namorada de sempre Vivian e o nascimento da filhinha Alaïa, após uma gravidez de risco.
2 – Max Verstappen: Não há como escrever sobre Max sem ter um sorriso no rosto. Neste ano, lhe deram um Red Bull e ele logo de cara vence na Espanha, derrotando seu companheiro de equipe e as duas Ferraris. E Max é Max para o bem ou para o mal. Podemos esperar dele pilotagens espetaculares, como a recuperação no Brasil em piso molhado, e doideiras típicas de quem, é bom lembrar, ainda tem 19 anos. Ele traz não apenas uma pilotagem extremamente virtuosa, como uma personalidade forte que tem conquistado os fãs. Fica a pergunta de quando ele poderá ter um carro campeão nas mãos.
3 – Lewis Hamilton: Sim, ele continua sendo mais piloto que o colega Rosberg. Mas nesta altura da vida, prestes a completar 32 anos, Lewis já era para ter assumido uma postura mais madura sobre os fatos e ações que o cercam, para finalmente se tornar um Grande Senhor das Pistas, já que seu talento permite tal predicado. Mas ele continua moleque, chorão, e revelou-se mais uma vez um mau perdedor. Às vezes penso que se não fosse Niki Lauda a cochichar em seus ouvidos, Lewis não manteria o controle. E não, Lewis, o título não foi perdido no estouro de seu motor na Malásia. Foi uma conjunção de fatos, sobretudo nas várias vezes em que você hesitou em largadas decisivas e permitiu Rosberg coletar pontos importantes.
4 – Daniel Ricciardo: O sorriso que tem um piloto (e não o contrário) continua eficiente e rápido. Ele ficou fora dos pontos apenas UMA VEZ em toda a temporada, na Rússia, e mesmo assim ficou a apenas uma posição de pontuar: 11º, após sofrer danos numa largada difícil. E venceu o companheiro Verstappen em duelo aberto na Malásia, mostrando que também pisa fundo, só que sendo menos doido.
5 – Checo Pérez: O mexicano voltou a encontrar seus melhores dias, como quando surgiu como um grande talento na Sauber. Contra um companheiro reputado (Nico Hülkenberg), Checo pontuou mais e foi o responsável pelos dois pódios da Force India, time que cresceu muito na segunda metade do ano e derrotou a Williams na briga pelo 4º lugar entre os construtores.
6 – Fernando Alonso: É bom ver que o velho Alonso, mesmo com um carro que está longe até mesmo de pontuar regularmente, continua dedicado, compromissado e com a faca entre os dentes. Durante o ano ele deu mostras de que seu tempo não passou, como na Rússia, Malásia e EUA, e que faria estragos com um carro melhor.
7 – Sebastian Vettel: Não há muitas dúvidas de que Vettel se saiu melhor em 2015, quando venceu corridas e chegou até mesmo a tentar roubar de Rosberg o vice-campeonato. Mas isso apenas porque a Ferrari decaiu também. O tetra alemão se viu obrigado a tentar mais, se arriscar mais, e às vezes o resultado foi desastroso. Mas ele continua sendo aquele mesmo talentosíssimo piloto que moeu a concorrência quando pilotava pela Red Bull.
8 – Valtteri Bottas: Com uma Williams decadente em mãos, Valtteri continua com passe valorizado. Ele correspondeu às expectativas pontuando com regularidade e mais uma vez mostrando-se superior ao companheiro Felipe Massa, que assim como Jenson Button, encerra a carreira fora da lista de 10 melhores. Com a chegada de um novato, o canadense Lance Stroll, é esperado que Bottas assuma um posto de líder do time de Sir Frank, que precisa reagir.
9 – Kimi Räikkönen: Kimi anda (pasmem!) sorrindo mais. Todos esperavam mais dele na Ferrari após aquelas boas temporadas na Lotus. E este foi seu melhor ano de retorno à Ferrari, quando finalmente tirou o déficit de desempenho que tinha em relação a Vettel.
10 – Pascal Werhlein: Foi o nome mais destacado do fundão. Além do notável 10º lugar na Áustria, pista que finalmente favoreceu sua Manor, Pascal ainda andou em várias ocasiões na frente não apenas do promissor companheiro Esteban Ocon, como do duo da Renault e da Sauber – em qualificação e em corrida.
Na bolha:
– Romain Grosjean. Líder da novata equipe Haas, Romain quase figurou entre os dez mais. Teve um começo promissor com o time, com pontuações surpreendentes nas rodadas iniciais. Mas aos poucos, a Haas foi sendo superada por equipes que finalmente colocaram suas atualizações para funcionar. Foi a atitude que fez Romain ficar de fora: em vez de trabalhar para aprimorar o carro, passou o resto do ano reclamando da dirigibilidade pelo rádio.
– Carlos Sainz Jr.: Sofreu com uma Toro Rosso que foi decaindo durante o ano, mas pontuou com boa regularidade na primeira metade, e ainda conseguiu dois bons sextos lugares em Austin e em Interlagos.
– Felipe Nasr: Certamente teve seu ano mais difícil, com uma Sauber que esteve congelada em desenvolvimento desde meados do ano passado. Por isso, o 9º lugar em Interlagos vale pela temporada inteira de complicações. Não sei até que ponto é válido pleitear uma vaga no time em 2017, já que a Sauber já anunciou que usará motores de 2016: ou seja, já começa com déficit e congelamento de potência.
– Nico Hülkenberg: Foi muito bem no geral, mas esperava-se mais dele. O protagonismo na Force India acabou ficando com seu companheiro Pérez. Ainda assim, está com passe valorizado o suficiente para ter sido escolhido pela Renault para liderar o crescimento do time, que passou longe de ser competitivo em 2016.
Esta é muitíssimo provavelmente minha última coluna do ano. Desejo a todos boas festas, e que a temporada 2017 de cada um de nós seja recheada de desafios, emoções e vitórias.
Abração!