QUANTOS PILOTOS JÁ CORRERAM NA F1?

FIM DE ANO, ÉPOCA DE DESCANSO
19/12/2002
WITH A LITTLE HELP FROM OUR FRIENDS
10/01/2003

Edu e leitores,

Fim de férias. A temporada 2003 de trabalho já começou – para nós, para as equipes de F 1 e, creio, para a maioria de nossos leitores. Feliz ano novo a todos. Que seja de muita saúde, muito amor, muito trabalho, muita diversão e, por que não, grana também.

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Alguma vez você se perguntou quantos pilotos passaram pela Fórmula 1 em toda a sua história? Eu já, e achei uma resposta fuçando estes dias na internet. Atualizando os dados disponíveis no site Racing Memory, descobre-se que:

– De 1950 até o final de 2002, 767 pilotos diferentes estiveram inscritos pelo menos uma vez em uma corrida válida pelo Campeonato Mundial.
– Desses, 698 disputaram efetivamente pelo menos uma corrida, sendo que 103 disputaram as 500 Milhas de Indianapolis entre 1950 e 1960 (edições válidas pelo Campeonato Mundial).
– Os 69 pilotos restantes estiveram inscritos em pelo menos uma corrida, mas por razões diversas (na maior parte dos casos, não-qualificações para o grid) nunca participaram efetivamente de um GP.

Há ainda um número expressivo (mas muito difícil de ser determinado) de pilotos que disputaram apenas corridas extracampeonato, bastante comuns até os anos 70. E não se pode esquecer dos pilotos de teste, cuja atividade se intensificou a partir dos anos 90. Alguns deles, mesmo sem jamais terem largado em um GP, acumularam muito mais quilometragem a bordo de um carro de F 1 do que vários dos tais 698 que largaram em pelo menos uma corrida.

A estatística acima não considera como “participação em GP” os casos de pilotos que participaram de largadas anuladas mas não estavam no grid da largada definitiva. O caso mais notório é o do neozelandês Mike Thackwell no GP do Canadá de 1980. Inscrito excepcionalmente com o terceiro carro da Tyrrell (isso era permitido naqueles tempos), Thackwell escapou de um acidente coletivo na largada, mas seus companheiros de equipe Jean-Pierre Jarier e Derek Daly não. E Jarier, como primeiro piloto, teve direito de usar o carro de Thackwell na largada definitiva.

Com isso, Thackwell, segundo esta interpretação, perdeu a chance de ser o piloto mais jovem da história a participar de um GP (tinha 19 anos na época). Sua chance seguinte de correr na F 1 só aconteceu em 1984. Mas, como não há nos regulamentos da FIA uma regra específica a respeito do que é válido para as estatísticas em determinados casos, cada um pode adotar os critérios que bem entender…

Há uma outra situação: a da corrida que é interrompida, mas recomeça como continuação da “primeira bateria” (é a regra aplicada quando a interrupção acontece depois da segunda volta). Foi o que aconteceu no GP de San Marino de 1994: a participação de Ayrton Senna é válida porque, depois do acidente que matou o brasileiro, a corrida foi reiniciada e o resultado final foi definido pela soma dos tempos das duas partes.

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Primeira coluna do ano, ainda não há muito a ser comentado. Uma coisa é certa: quem quiser ler prognósticos sobre favoritos, fracassos e quetais não os encontrará nas minhas colunas. Já chega os papites furados que me meti a fazer no ano passado…

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O lançamento do Toyota TF 103 acontece hoje (o GPtotal colocará as fotos no ar assim que estiverem disponíveis) e acabo de ler no Grande Prêmio (www.grandepremio.com.br) que Ricardo Zonta será o piloto de testes da equipe. Com isso, fica afastada a hipótese, bastante comentada nas mesas de café nas últimas semanas, de ele correr na CART. Outro Ricardo paranaense, o Sperafico, será segundo piloto de testes da Williams (o primeiro é o espanhol Marc Gené). Ricardo foi piloto da equipe Petrobras Junior na F 3000, e isso certamente facilitou os entendimentos com a Williams. Muito boa sorte e bom trabalho aos dois.

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História que me foi contada pelo amigo Mário Sérgio Venditti. Em 1996, ele cobriu a 24 Horas de Le Mans para a revista “Quatro Rodas”. A certa altura, corrida rolando madrugada adentro, Venditti resolveu passear no meio do público acampado nas proximidades da pista. Deu de cara com um bando de alegres ingleses bêbados e, sei lá por qual razão, começou a conversar com eles.
“Para quem vocês estão torcendo?”, perguntou Venditti. “The Jag! The Jag!”, responderam os ingleses, pronunciando (evidentemente com a língua enrolada e a voz pastosa típicas dos alcoolizados) o apelido dos Jaguar na Inglaterra. Muito coerente, não fosse por um detalhe: nenhum Jaguar estava inscrito na corrida…

Abraços,

LAP

GPTotal
GPTotal
A nossa versão automobílistica do famoso "Carta ao Leitor"

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