Santo ou Campeão?

Corrida novamente. Essa é a vantagem desse calendário apertado no fim-de-ano, você sai de um circuito medonho como o da Coréia do Sul e na semana seguinte está feliz da vida assistindo os carros desfilarem por Suzuka. A torcida é pela coroação do título de Sebastian Vettel ainda em solo japonês. Sinceramente, é desolador ver a decisão do título na corrida Indiana, sem tradição e sem vaga do calendário de 2014.

Infelizmente Alonso não depende mais somente dele para conseguir uma milagrosa virada de jogo. Se, e se somente se, Alonso adiar a decisão do título, pode canonizar o rapaz. Esse título é de Vettel. E vamos aproveitar a corrida que tem tudo para ser excelente.

A Pirelli, alvo de grandes criticas após o incidente de Perez na corrida da Coreia segue com o discurso usual, estão fazendo o que lhe foi solicitado. É um mistério do marketing mundial uma empresa que busca renovar seu contrato para levar surras públicas de pilotos e equipes. Para essa corrida os pneus serão os médios e os duros. Resumindo, não haverá um degrau de performance tão grande entre os dois que permitiria surpresas estratégicas.

httpv://www.youtube.com/watch?v=ttXFErn9ego

Suzuka dispensa apresentações e comentários. Todos os amantes da Formula 1 colocam o traçado entre seus favoritos. Admiramos a sequencia de curvas logo no começo da volta que conduzem a subida da Dunlop. A chegada da Degner é despretensiosa mas ainda traz surpresas e tudo isso conduz o carro para o “gran finale” na R130. Tudo bem, hoje o carro moderno faz a curva com certa tranquilidade, mas tem a mesma beleza e dificuldade de uma Eau Rouge.

Circuito bom na F1 atual segue a máxima da Lei nº 1 de Tilke: onde não tocas, temos uma pista. E essa pista segue distante das pranchetas nefastas do escritório alemão. Mantem assim suas características básicas de alta velocidade, com sequencias de curvas com mudanças bruscas de direção, apimentadas pelo fato de muitas delas serem “cegas”, o piloto não vê onde está a saída da loucura que ele se enfiou.

Essa semana os gamers de plantão receberam a notícia do lançamento do novo jogo oficial da F1.

httpv://youtu.be/CxMRDCS9woE

A Codemasters, responsável pelo jogo desde de 2010, continuou a série de melhorias que estamos acostumados a ver nessas franquias esportivas: melhores gráficos, melhor “jogabilidade”, maior realismo etc. Mas dessa vez ela tentou variar um pouco o caminho muito linear que o jogo seguia e adicionou um modo de corrida com carros clássicos. Por problemas de direitos de imagem, não necessariamente você poderá correr contra o gênio da pista em seu carro clássico, talvez tenha outro piloto no volante e está tudo bem, as imagens valem a pena.

Particularmente ainda não entendo porque não é incluída a GP3 e a GP2 no jogo. Ficaria parecido com o jogo da MotoGP e daria uma vida mais longa ao jogo nos consoles dos fãs!

Na Red Bull o clima de “já ganhou” não impede de manterem a ponta em um trabalho sério e competente para conseguir mais alguns recordes e marcas. Webber, representa o clima oposto, de final de feira. Seu carro, destruído na Coréia, era um modelo especial, mais leve que o de Vettel, para compensar os 5 kg a mais que o grande piloto australiano carrega. Tem outro? Não. Vão fazer outro pro cara que é demissionário? Não. Webber que se vire.

Mercedes deu um brilhareco novamente na Coreia, mas, bom, veja bem, era só um brilhareco. O carro foi muito bem no trecho sinuoso, o downforce está lá, mas os problemas de tração acabam com as chances de boas corridas da turma prata. Hamilton em dado momento da corrida acabou com seus pneu de tal forma que chegou a andar no mesmo segundo de uma Marussia. Vão brigar pela pole, pelo 7º lugar na corrida e para espantar os boatos da saída de Ross Brawn.

Para a turma de vermelho, o que resta é lutar para ficar na frente da Mercedes no campeonato de construtores. Hoje só tem um pontinho de vantagem. O problema para a Ferrari é entender o que se passa na cabeça de Massa quando as luzes vermelhas se apagam. Não dá pra saber se é dia de pontos ou de problemas. Enquanto a dupla da Mercedes carrega uma distância de 39 pontos, a dupla da Ferrari amarga 89 de “intervalo” entre seus pilotos. É um intervalo comprometedor no “balanço fiscal” do time.

Kimi Raikkonen resolveu deixar a equipe e Grosjean não tem nada definido. Quem ganha é a Lotus. O primeiro piloto está sem pressão alguma e seu segundo piloto motivado para mostrar serviço. OS resultados aparecem na pista também graças a um carro (talvez o único do grid) que consegue oferecer aos pilotos diferentes estratégias devido aos bons tratos com o pneu.

A McLaren vem nas mãos de Button tentando abrir vantagem para a Force India, conseguiu 19 pontos de liderança que podem garantir sua posição até o final do ano. Falta confirmar no Japão se Sauber e Toro Rosso mantem o bom momento e continuarão a se aproximar, como feito na Coréia. São as duas equipes que mais evoluíram nesse momento do campeonato.

Agora na turma do “Deus me livre”, temos a Force India. Não dá pra dizer se está assim porque o carro “andou pra trás” ou porque seus pilotos desandaram a fazer besteira. Uma pena porque a briga estava boa com a Mclaren e era uma boa disputa para acompanharmos. Williams, Caterham e Marussia seguem em negação. O time de Sir Frank ainda manda comunicados dizendo que tem novidades, novas peças, e que tudo vai melhorar. Realmente deve melhorar, só não melhora a posição na folha de tempos. O time russo vibra por contar com motores Ferrari pro próximo ano e com Bianchi por mais um ano. Os engenheiros estão maravilhados com o que o rapaz faz com o carro mais lento do grid.

Um campeonato decidido ou a beatificação de um piloto? Não temos a mesma emoção do campeonato que havia em 2013 mas a corrida de Suzuka sempre é especial e na madrugada de domingo tem tudo para escrever mais um capítulo seu na história da Formula 1.

Abraços,

Flaviz Guerra – @Flaviz

Informações da Pista
Dimensão: 5.807 km Voltas: 53 Distancia: 307.471 km Volta mais Rápida*: 1:31.540 – K Raikkonen (2005)	*Volta mais rápida em corrida