O solo sagrado e berço do campeonato desde o nascimento das corridas de F1 recebe o circo nesse final de semana para mais um passeio prateado. Salvo grande surpresas climáticas, o céu cinza do Grande Premio da Inglaterra de 2015 tende a presenciar um desafio de velocidade pura entre companheiros de equipe.
Em uma Formula 1 que precisa se reinventar dentro de suas regras, voltar para “casa” sempre sugere uma reflexão mais profunda de suas raízes. Nada melhor que uma pista clássica de alta velocidade para nos lembrar do que a F1 é feita.
O GP da Inglaterra vai para 65º participação no calendário da F1. Pela 49º vez desfilará toda sua glória em Silverstone e desde 2010 usa a configuração atual de pista com 52 volta para totalizar o percurso.
Silverstone teve diversas mudanças durante a sua vida. Resumidamente foram 10 variações de traçado nessas 49 edições.
O mais intrigante foi o acompanhado na corrida de 1956. O traçado que foi usado por 12 vezes ( entre os anos 1952 – 1973), não sofria as restrições comerciais que impunham limites de tempo e, consequentemente, de voltas nas corridas. Nessa etapa, foram dadas 101 uma voltas no circuito pelo vencedor Fangio. O argentino completou os 475.766 km do percurso total em 2h59m47s, simplesmente uma volta à frente do segundo colocado (a dupla Alfonso de Portago e Peter Collins). Mais curioso ainda que o total de voltas é que a diferença entre cada piloto até a 8º posição foi de 1 volta e Paco Godia, de Masserati, chegou 7 voltas atrás do líder. Média horária da prova? 158.800 km/h
Outros tempos!
A disputa interna da Mercedes ganhou um sopro de vida depois da vitória e bom desempenho de Nico. Hamilton chega ao quintal de sua casa para defender a supremacia de vitórias na temporada sem deixar seu colega de box empatar o placar. O carro da equipe prateada continuará imbatível, é um circuito que valoriza todos os pontos fortes do carro e não há duvidas que será outro passeio na concorrência. Resumindo, um carro prateado deve se aproximar da Williams em poles consecutivas (está 24 a 19 a favor da Williams graças aos anos mágicos de 1992 e 1993) e devemos acompanhar a 7º vitória consecutiva da equipe na temporada.
Pelos lados da Ferrari, há expectativa que seu pacote apresente toda a performance prevista nessa pista. O carro ainda não é rápido o suficiente para bater as Mercedes, mas tem mantido um ritmo forte e constante durante as provas.
A grande disputa do time vermelho é com a Williams. O pacote de atualizações funcionou bem na Áustria e ficou provado que com qualquer deslize dos adversários eles estão em posição de ataque. Massa conseguiu um bom pódio na Áustria por conta de uma falha no pit de Vettel e estar nessa posição é o máximo que o time pode almejar.
No campeonato de pilotos chegamos a Grã-Bretanha com a divisão clara das forças. Duas Mercedes, duas Ferraris, duas Williams e duas RBR, enfileiradas nas 8 primeiras posições.
httpv://youtu.be/ckV60ZuVMX4
Piquet Jr foi campeão da Formula-E. E uma chuva de jornalistas critica quem critica (veja só que frase bem feita) o pequeno Piquetito.
Enxergo aí dois problemas.
Primeiro é o costume de se gastar mais tempo criticando a conjuntura do que noticiando o fato. Atentem ao título do post de Américo Teixeira Jr, um exemplo (que deveria ser) comemorativo: “Não adianta continuar torcendo o nariz para Nelsinho Piquet. Ele é campeão e fim de papo!” O campeonato, o título, fica em segundo plano.
O segundo ponto é a velha diferença de interpretação de texto. Não tem porque julgar o Nelsinho, não mesmo. Mas existe uma grande distância, considerável distância, gigantesca distância, entre não julgá-lo e torcer por ele. Não, não vou torcer. Deveria? “Óhhh é a redenção! Óhh é histórico! Óhh é o filho de Piquet! Óhhh menino sofredor que deu a volta por cima”. Não, não deveria torcer por ele. O título histórico dele me provoca a mesma emoção que teria se o título fosse de Nicolas Prost. Histórico. Único. Ponto final. Em um campeonato de carros iguais e com uma dezena de pilotos que passaram pela F1, é um feito e tanto.
Parabéns pois, Piquet!
Há esperança para a F1. O grupo de estratégia se reuniu essa semana e algumas coisas vão mudar.
Começando em SPA, os pilotos terão que fazer sua própria largada só usando acelerador, embreagem e caixa de marchas. Nada de botõezinhos pré programados e sincronizados com o semáforo da direção de prova.
A regra de motores também vai mudar. Tokens, punições, aumento do fluxo de combustível e ainda prometem algumas medidas para tornar os motores menos caros.
A única coisa que preocupa é que pensam em mudar o final-de-semana, vai saber o que vem por aí!
Feliz 2015! Essa é a mensagem que deveria estar no box da Force India. Finalmente o carro de 2015 vai estrear! Os testes na Áustria foram bem sucedidos e o carro finalmente vai para um fim de semana de competições. O time deve se consolidar na briga pelos pontos finais da tabela de classificação.
Essa disputa pelo 9º e 10º lugares leva contornos de uma disputa com a Lotus e a dupla de equipes empurradas pela Renault. Nos melhores dias a Toro Rosso incomoda até a Red Bull. E a Lotus sofre com a inconstância de seus pilotos, o carro tem potencial. Nesse grupo, somente a Sauber vai ficando para trás, esperando as atualizações previstas para o segundo semestre.
Falando em Toro Rosso, em um ataque ilimitado de modéstia, os pilotos da equipe acreditam que se o motor deles fosse no mínimo decente eles brigariam pelo posto de segunda melhor equipe da temporada. O carro é bom, mas não vamos carregar nas tintas.
No time de Woking, as coisas não andam boas. Vem mais punição nessa etapa já que Alonso teve seu motor danificado na batida da prova passada. Button jogou a toalha e disse que esse ano não tem nem briga por uma vaguinha no pódio. O carro vem atualizado para essa prova, com dois dias de testes bem sucedidos (leia-se, conseguiram andar) e a expectativa é de que ao menos os dois carros terminem a corrida sem dificuldades. A boa notícia veio da reunião do Grupo Estratégico dessa semana. Novos fornecedores de motores terão direito a um motor a mais no seu ano de estreia, a regra já está em vigor e a Honda poderá usufruir da unidade adicional.
Na Manor/Marussia, nada de novo? Calma gente, tem patrocinador novo no pedaço! Agora vocês notarão algo mais azul, por assim dizer! De resto, o pessoal ainda se organizado no escritório. Corrida mesmo só no ano que vem.
Alonso e Maldonado partem para um desempate nessa corrida: quem abandona mais no ano. Aguarde!
Lembra da pesquisa feita pela GPDA com os fãs de Fórmula 1? Pedimos aqui para a turma gastar um tempinho lá no site em colunas passadas.
A GPDA disponibilizou o resultado da pesquisa (pode baixar aqui http://gpda.motorsport.com/) e o resultado não é nada animador para o Brasil. Dentre os mais de 215.000 questionários respondidos, ficamos apenas em 10º lugar em participação.
A Inglaterra teve a base de fãs mais engajada na pesquisa e, considerando o peso deles no resultando é surpreendente ver Kimi Raikkonen como preferido do povo, seguindo por Alonso e Button.Nadinha de Hamilton.
Em linhas gerais a formula 1 ficou mais cara e mais entediante, segundos seus próprios fãs. E, logicamente, alguém precisa resolver o problema de som desse motores de máquina de costura.
Como nem tudo é maravilhoso no mundo dos pilotos, 86% dos fãs pediram para eles serem mais abertos e honestos. Um leve tapa na cara da pilotaiada.
Circuito: Silverstone
Voltas: 52
Comprimento: 5.891 km
Distância: 306.198 km
Recorde da Pista: 1:33.401 – M Webber (2013)
Programação
Sexta-Feira: 06h – 1º treino livre e 10h – 2º treino livre
Sábado: 06h – 3º treino livre e 09h – Classificação
Domingo: 09h – Corrida
O campeonato ainda continua nas mãos de Hamilton, seu companheiro precisa se reinventar toda corrida para provar que pode disputar a taça com inglês.
Em mais uma corrida sem campeonato, pelo menos há a luz de novas regras para um espetáculo melhor.
Qual o seu palpite?
Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz
5 Comments
Mauro,
esta papo de duas rodadas por corrida não deu certo nem na Indy quanto mais na Formula 1 … concordo contigo plenamente …
Quanto ao titulo do Nelsinho, confesso que fiquei contente, afinal sou um Piquetista … e ainda acho que se não fosse aquela burrada dele em Cingapura ele teria um futuro bem bacana na Formula 1 …
Fernando Marques
O Massa fez um belo Q3 em Silverstone … quem sabe as Mercedes se enrosquem na primeira curva … as duas quebrar na corrida é impossivel … mas um enrosco quem sabe … hehehehehe
Fernando Marques
Pois é Fernando
Mas, do jeito que os que comandam a F1 estão sempre fazendo cagadas em cima de cagadas com a categoria, eu tenho medo que esse papo de rodada dupla realmente aconteça.
Abraço!
Mauro
E vamos para Silverstone, uma pista clássica, mas que em 1991 foi “assassinada” pelo estupidamente “seguro”.
Não curto o Nelsinho Piquet, e não torci pra ele ser o campeão, mas, já que conquistou o feito, parabéns.
Esta mudança que o “grupo de estratégia errada” da F1 quer fazer, que é ter duas rodadas por final de semana, tipo o que vem acontecendo na F-E, na boa, vai ser a pá de cal na categoria.
O tesão das corridas de F1 é justamente por ser apenas 1 único GP, ou uma única etapa em cada circuito do calendário.
Isso não vai animar a categoria, pois se hoje em determinados autódromos as coisas são chatas, imagina só ter que ver isso dobrado.
Aí que a audiência vai despencar.
Querem fazer algo de bom pra F1, então se espelhem um pouco na MotoGP.
É isso.
Um ótimo GP a todos.
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR
O que mais me anima em acordar cedo no domingo para ver o GP da Inglaterra é o fato da corrida ser em Silverstone, circuito mais que tradicional e solo sagrado (como bem disse o Flavis acima) da Formula 1. A corrida pode até ser chata, e para ser sincero já de ante mão acredito muito que vai ser, mas vou acima de tudo me deliciar vendo o circuito.
Esta briga interna da Mercedes, a bem da verdade, está sem sal e sem graça pelo menos nas pistas … não tem emoção nenhuma a ponto da TV mostrar mais quem anda atras do que eles que voam na frente … quem leva a vitoria no domingo? … É só aguardar a primeira curva … a partir daí é ficar de olho na Ferrari e na Willians …
Esta pesquisa apontou o Ayrton Senna como maior piloto da historia da Formula 1, seguido de Schumacher e Prost. Penso que ela deveria ser mais elaborada e dividida a preferência por faixa etária pois não sabemos quem realmente viu quem correr … se tivesse votado jamais Schumacher e Prost estariam entre meus preferidos, talvez até nem Senna estivesse, pois sou um Piquetista … Eu acompanho a Formula desde 1970. Não vi Fangio e nem Jim Clark correrem … mas imagino o tamanho das suas façanhas face aos riscos de vida que ainda eram enormes nos anos 70 … no mais concordo com as palavras de Flavis no que diz as criticas a categoria e pilotos da atualidade …
Quanto a corrida de domingo continuo torcendo pelo Hamilton … o mais puro sangue dos Top Drivers …
Fernando MArques
Niterói RJ