O ano de 2016 entra em clima de despedida nas pistas. Chegamos a Abu Dhabi para a vigésima primeira prova do mundial de Fórmula 1 e, como nos melhores roteiros de cinema, a decisão do campeão ficou para o momento final.
A pista não é uma das série clássica da F1, seu traçado não empolga, mas nada disso vai diminuir o momento maior de do Mundial de 2016.
Uma mesma equipe nunca marcou tanto pontos em um campeonato só, dois pilotos dessa mesma disputam a supremacia da temporada. A vantagem está com quem busca um título inédito. O desafiante tenta igualar Prost e Vettel.
Esses ingredientes misturados no deserto dos Emirados tem tudo para oferecer uma grande final!
Desde o começo de ano lidamos com a proximidade de lidar com uma série de despedidas.
Despedida dos regulamento técnico atual, a primeira a afetar todo o planejamento de 2016. A Haas, novatinha de tudo, parou de trabalha no seu carro de 2016 em maio! Dentro da objetividade e busca por resultados com melhora incremental a cada ano, não fazia sentido para o time coletar conhecimento de um carro que não seria mais usado.
Depois, mexeram no sistema de Tokens para atualização dos motores. 2017, tudo liberado. Desenvolve quanto você quiser, onde você quiser, divirta-se!
No lado “humano”, a interrogação estava após o nome de 4 pilotos: Kimi Raikkonen, Felipe Massa, Jason Button e Fernando Alonso. Duas despedidas se confirmaram ao final desse ano. Perdemos um brasileiro e um campeão mundial.
Sem despedidas, a Sauber bateu na trave. Nos preparamos para um ano de fechamento das portas do time, mas aos 45º do segundo tempo chegou a salvação (financeira).
A tradicional coletiva de Quinta-feira foi animada. Dividida em dois blocos, teve como ponto alto a segunda parte com perguntas somente para os dois concorrentes ao título.
“Ah mas eles não quiseram dar as mãos, maus competidores”. Não, não quiseram, porque é uma infantilidade em busca de manchetes “caça-cliques”. A entrevista na integra é ótima. Ao invés de interpretar o texto, vamos ler, juntos, o que Hamilton pode nos dizer sobre Rosberg: “proud of him of how he’s driven, particularly this year obviously and generally it’s been a pleasure having him as a teammate“.
A entrevista segue. “Hamilton, qual corrida você acha que Rosberg se destacou?”. Hamilton rapidamente se posiciona: não assisto as corridas dele, mas ele foi bem rápido durante o ano todo.
Rosberg seguiu a mesma linha.
Os dois elogiaram a imprensa, Hamilton disse que prefere essas coletivas assim só com os dois. Adorou a participação de jornalistas que trouxeram perguntas das redes sociais.
“I like these press conferences when it’s just us two.” Hamilton, Lewis
Essa será a 21º prova do campeonato mais longo da história. Agora, com a dimensão do circuito de Baku oficializada, a F1 terá completado 1268 voltas por 6.396,837 quilômetros. Tá na hora de dar um descanso pra turma, não?
O campeonato foi tão longo que você nem lembra mais daquele formato de classificação “exótico” que tivemos no começo do ano, não é mesmo?
Massa e Button se despedem da F1. A saideira vai ser com festa para ambos. Grandes carreiras e muitas amizades cultivadas no paddock.
Que encontrem rapidamente outras pistas para diversão!
Não há teoria da conspiração ou estratégias mirabolantes. São 9 vitórias para cada piloto da Mercedes esse ano. Hamilton precisa vencer e torcer para as RBRs roubarem pontos de Rosberg. Rosberg por sua vez quer ganhar o título com vitória. Ser campeão vencendo mais que Hamilton. Claro que acidentes acontecem (e no caso de envolvimento de ambos, o título será de Rosberg) e se acontecer algo como Barcelona também não poderemos dizer que foi algo de caso pensado.
As RBR esperam ver o circo pegar fogo entre os prateados para conseguir capitalizar mais uma vitória. Os únicos a conseguirem vitória e pole além da Mercede, não tem a menor condição de disputa no “mano-a-mano”. Max é o mais motivado, só 5 pontos atrás de Vettel, busca nessa última prova o 4º lugar no campeonato.
Na turminha da Ferrari, o ano acabou faz algumas corridas. Vettel anda perdido e Kimi é o que parece ter mais força nesse momento final. O que será da Ferrari em 2017? Ninguém sabe, mas esse ano será apagado!
No meio do pelotão a grande surpresa do ano é Sérgio Perez. O melhor do resto (tirando RBR, Ferrari e Mercedes). Não é pouco. Tachado como piloto pagante, aplicou um sonoro 97 x 66 sobre o badalado Hulkenberg e levou dois troféus para casa. Já são 7 pódios no currículo, 3º ano seguido com pódios na Force India. Não é pouco.
Da mesma forma que não é pouco o 10º lugar de Fernando Alonso com seus 53 pontos. São 42 pontos a mais em comparação com a campanha pelo 17º lugar em 2015. Uma pena todo o esforço e classe de Alonso lhe oferecer um 10º posto na tabela. Certamente, se não brigar por pódios em 2017, veremos o espanhol levar suas sapatilhas para outras pistas.
Esse grupo de carros liderado por Force India deve reservar as maiores emoções da corrida mais uma vez. Sempre com um revezamento entre Willians e Force India no domínio da ações e com a competente contribuição da Toro Rosso. Há ainda chances da Haas juntar-se ao pelotão intermediário, deixando para trás as tradicionais lanterninhas Renault, Sauber e Manor.
Não há certezas sobre o título. A vantagem é de Rosberg mas essa vantagem é muito efêmera. Será uma prova tensa desde sua classificação no Sábado e imperdível no Domingo.
No campeonato mais longo do da história, não há motivos para perdermos toda emoção de sua grande final. Veremos neste domingo a decisão 67º título da história da Fórmula 1!
O que teremos? Teremos o 33º campeão da história ou o 5º piloto a conquistar quatro títulos. Um novo campeão mundial ou um novo tetracampeão?!
Boa corrida!
Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz