Que campeonato! Isso mesmo. Que baita campeonato!
A Fórmula 1 chega para sua segunda apresentação no Azerbaidjão em um clima de tensão e mistério.
A Ferrari não conseguiu dar um golpe de mestre nas pretensões de título da Mercedes e estamos com um campeonato com 7 provas realizadas e nenhum piloto e nenhuma equipe como favorita.
A batalha está armada para uma mais disputa em circuito de rua. A prova européia nos tentará mostrar, mais uma vez, quem leva alguma vantagem nesse campeonato de 2017.
É fato que a corrida de Vettel foi destruída no Canadá pela batida com Max e com a péssima estratégia da Ferrari de só chamar seu piloto para o box quando o safety-car saiu da pista. Uma sequencia de erros que custou para nós um duelo que tanto esperávamos.
Agora não há para Baku um time favorito. Há uma aposta que a super-reta azerbaijana favoreça a potencia das Mercedes. Será que ela existe nesse indócil carro de 2017?
Nenhuma aposta desse ano se concretizou de maneira categórica. São muitos fatores em jogo nesse campeonato de 2017: os bons carros das duas equipes, os bons motores das duas equipes e seus dois pilotos em formas exuberantes.
Não há como negar que a volta da pole de Hamilton no Canadá é uma das mais incriveis da história. Vettel também fez uma volta incrível, mesmo “levando” 0.3s de Hamilton. No Canada foi a primeira vez no ano que a primeira fila do grid ficou sozinha na faixa de tempo de 1% do tempo da pole, tamanha a distancia que os dois pilotos abriram dos seus companheiros de equipe.
Como prever uma corrida onde dois grandes pilotos podem fazer tamanha diferença em um dia?
O atual regulamento (com a estabilidade das regras de motores) ao menos permitiu que o piloto faça, em 2017, a diferença no desempenho do conjunto.
Finalmente!
Esperava mais uma semana de bastidores sobre a vida de Alonso e sua história de amor venezuelana sobre as tríplice coroa? A F1 é mais dinâmica que isso. Muito mais.
Acordamos com a noticia vinda da Suiça: Monisha Kaltenborn foi demitida.
A Sauber perde sua líder e a F1 perde sua única dirigente mulher. Uma perda drástica para todos os lados.
Acontece que Monisha tinha uma visão diferente dos novos donos para o método de tocar as coisas dentro da fábrica e na pista. Aparentemente – e as aparências costumam enganar – o fundo de investimento que comprou o time é ligado a Marcus Ericsson que não gostava nenhum um pouco de não ser tratado como queridinho milionário como sempre foi. Reclamou e suas reclamações encontraram ouvidos ávidos.
Essa história é a real? Um piloto liga pro ‘patrocinador’ e o ‘patracinador’ manda o a CEO embora? Essa história ganha contornos de veracidade pelo telefonema de Monisha somente para Pascal, excluindo Ericson? Nunca saberemos. Só ela saberá e os novos donos do time.
É uma boa história. Dá pra vender uns jornais, alguns cliques.
Olhando para o histórico recente da Sauber há indícios que pode ter sido uma gota d´água sim, só que não seria a primeira, vamos dizer, desse mês. Ainda com um agravante, Kaltenborn já era para ter saído quando o time foi vendido. Não saiu do cargo porque vendeu os 30% de ações que tinha com a condição de ficar no cargo. Forçou a mão. Ano ruim. Sem futuro, um time falido, decisões polêmicas (que tal começar 2016 com 4 pilotos sob contrato pra duas vagas?). Conseguiu ficar no cargo e assinou um contrato com a Honda para 2018. Essa mesma Honda que não faz um motor para mais de duas corridas. Parece que a turma da Longbow – que comprou o time – resolveu dar um basta.
Acharam um pretexto.
Ericsson. Piloto peculiar e milionário. Não estranhe, de verdade, não haver patrocínios no carro da Sauber relacionado ao piloto. O dinheiro é dele.
Até 2010, Ericsson era dono de 60% da M E Promotions. Conhecida? Não. “M E”, seria de Marcus Ericcson? No board, seu pai e um amigo sueco. Amigo do peito. Karl-Johan Persson, ‘dirigente’ na M E Promotions, uma amigão mesmo.
Podemos não conhecer pelo nome, mas o amigo Karl é o CEO da H&M. Não conhecemos de nome também? É uma C&A, uma Renner, sueca e um pouco mais refinada. Valor de mercado da H&M, empresa comandada pelo amigo Karl? US$ 39,9 bilhões. O rapaz tem de patrimônio, algo na casa de US$ 2 bilhões.
Para não ficar tão evidente, os 40% restantes da M E Pro. era da inglesa Sportpro. Curioso é que a Sportspro era uma sociedade composta com a sueca Ramsbury Invest. Dono da Ramsbury? Stefan Persson, papai do amigo Karl e 17º pessoa mais rica desse mundão.
Resumindo. Os amigos suecos de Marcus investem na sua carreira desde sempre com sociedades nas empresas do rapaz e, sem gerar polêmicas, a Longbow Finance é um fundo baseado na Suiça, país onde você não precisa declarar quem são os investidores do seu fundo.
Só falta alguém contar o motivo de tamanha amizade para manter um piloto na F1.
Pra não dizer que não se falou de Alonso e a Indy 500.
Em 2018 as provas de Monaco e de Indy estarão juntas na mesma data. Alonso vai correr em Indy novamente?
Segundo ele, óbvio que não. O objetivo primário dele é vencer na F1 mais um campeonato e, c-l-a-r-a-m-e-n-t-e, ele vai estar em condições de fazer isso em 2018.
Nessa segunda passagem por Baku a pista ainda é uma incógnita em referências de corrida.
Ano passado não tivemos uma mísero “safety-car”. Em um circuito de rua, o mais rápido entre os ‘não-permanentes’ do calendário, o primeiro do ano em sentindo anti-horário, pouquíssima aderência e pista suja, mas nada de neutralizações da corrida.
As incertezas sobre a pista e o seu desenrolar também afetam o que esperamos do desempenhos dos times.
A Red Bull adora um circuito de rua para mostrar suas forças, mas o motor TAG aguenta carregar a falta de potência do seu coração Renault na longuíssima reta? Max torce para não quebrar e os fãs da F1 torcem por mais uma exibição de gala do brilhante Ricciardo. Tem atualização de software que controla o motor Renault para essa prova. Dizem que vai permitir andar mais tempo em um nível superior de potência.
Tirando Ferrari, Mercedes e Red Bull, olhos voltados para a dupla sensacional: Perez e Ocon. Que gosto bom de ver esses caras pilotando um bom carro feito com ¼ do orçamento das grandes. O Canada deixou na pista uma rivalidade acessa entre os dois e um circuito de rua sempre é um bom palco para um duelo com as mesmas armas.
Nas sequencia temos a decadente e Williams misturada com os americanos da Haas, Toro Rosso e Renault. Impressionante que Paddy Lowe ainda não resolveu o crônico problema da Williams de desenvolvimento durante o campeonato. O time inglês vai ficando pra trás a cada corrida. Tem um desconto por contar com Stroll e Massa, mas não era pra tanto.
Nesse cenário quem se aproveita para estar nos pontos são os outros 3 times. A Renault tem mostrado um grande crescimento, sempre com o * para a presença pouco inspiradora de Palmer. Já a Toro Rosso mantem sua media, precisando só manter o animo dos seus pilotos sob controle. Parece que eles querem dirigir mais que o carro. A Haas não é a melhor do grupo mas é a regular: sempre está ali pronta para beliscar seu pontinho.
Claro que temos a McLaren no fim do pelotão. Podemos apostar todo o dinheiro do mundo que fecharão o grid. Vandoorne vem com sua sétima MGU-H na temporada. 15 posições no grid em punições. Mas não é só isso, fique, vai ter troca dos turbos. Nesse caso Alonso e Vandoorne usarão a 6º unidade e levam pra casa 15 posições de multa. A boa notícia é que na sexta tem motor novo, atualizado, bonitinho para os dois. O que falta saber se a nova unidade entrega mais potência e durabilidade. A Mclaren não sabe, os pilotos não acreditam e a Honda não fala nada. Após o primeiro treino livre teremos a respostas e Honda avisará se as novas unidades serão utilizadas no restante do fim-de-semana.
Edições: 2 (2016-2017)
Perímetro: 6003 metros
Voltas: 51 (306.049 km)
Volta mais rápida: 1’42.520 (2016 – Nico Rosberg – Mercedes)
Vitória: Nico Rosberg – Mercedes – 1:32’52.366
Pole position: 1’42.758 (Nico Rosberg – Mercedes)
Volta mais rápida (em corrida): 1’46.485 (Nico Rosberg – Mercedes)
É um campeonato equilibrado entre pilotos e times. Uma novidade real para uma F1 acostumada a ver só uma equipe dominando o cenário. O desenrolar das provas com carros e pilotos mostrando suas forças e fraquezas em cada novo grande prêmio é o fator de incerteza que tanto esperávamos.
Baku não é o circuito mais inspirador do sonhos do fã do automobilismo. Só que isso não será impedimento para uma boa batalha com tantos bons ingredientes na disputa.
Quem leva a nessa batalha pelo campeonato?
Abraços
Flaviz Guerra
2 Comments
Flavis,
o amigo insiste em falar em golpe de mestre da Ferrari, que não aconteceu e a meu ver não acontecerá … pelo não nestas próximas etapas … motivo: o regulamento. Por que? a limitação de uso dos MGH-U para esta temporada,
Quanto ao Alonso, creio que logo em breve saberemos por quem ele correrá ano que vem. A meu ver são grandes as chances dele não estar na Formula 1 a no que vem. Para a Ferrari ele não volta. Pelo andar da carruagem do Bottas, não será também na Mercedes. A surpresa pode se chamar a RBR … se não for nenhuma destas 3 equipes ele muda de categoria … é o que penso …
Esta história da Sauber, da demissão da Monisha Kaltenborn e do Marcus Ericsson, piloto peculiar e milionário deve render uma baita novela … nem Andreas de Césaris teve tanto mole assim na vida … hehehehe
Quanto a corrida em Baku, vou ver é claro mas não espero muita coisa … aquele trecho onde só passa um carro de cada vez não tem nada a ver.
Quem largar na frente, ganha.
Fernando Marques
Niterói – RJ
Fernando,
Para usar a palavra da moda: A Ferrari perdeu o “timming”.
Hoje a Mercedes tem a vantagem e Hamilton só não passou Vettel por causa da turbulência excessiva que esses novo carro geram.
Quanto Alonso, acho que o tempo dele na F1 acabou. Infelizmente para nós.
Grande abraço!