What a year!

Desaparece um campeão e nasce outro
14/12/2012
Adrian Chapman, Jim Vettel
20/12/2012

2012 foi um ano muito, muito especial.

Que ano foi esse de 2012?!

Um ano extremamente marcante na minha vida pessoal, e também na F1: começamos com o maior número de campeões mundiais alinhados no mesmo grid, tivemos o recorde de vencedores diferentes no início da temporada, várias exibições galantes ao longo dela, e um final absolutamente surpreendente.

Além disso, como Lucas lindamente apontou em seu texto, o convívio (inda que virtual) com vocês, leitores, ampliou nosso alcance e cada vez mais nos dá incentivo de tocar esse lindo projeto chamado GPTotal.

Podemos prometer que no ano que vem intensificaremos ainda mais o nosso trabalho, e que cada vez mais procuraremos atender às suas expectativas.

Por razões lógicas, temos nos concentrado bastante no Facebook, espaço no qual o amigo leitor tem ainda mais liberdade, e onde nossa pauta é uma só: a paixão pelo esporte à motor.

Benditos anos 80!

Depois da coluna da Alessandra, parei pra pensar no seguinte: podemos estar (eu disse ‘podemos’, e não ‘estamos’), a um só tempo, testemunhando o surgimento dos maiores vencedores de algumas das principais modalidades esportivas do mundo.

Temos Lionel Messi (nascido em 1987), Lebron James (1984) e Sebastian Vettel (1987) dominando futebol, basquete e F-1, e já donos das principais marcas de “o mais jovem a…”.

Maldosamente chamados de “geração PlayStation“, quando ainda nenhum deles era nascido o videogame sensação era o Atari e os grandes nomes eram outros:

httpv://youtu.be/VRQEh7tVDVM

Jackie Stewart já declarou que Vettel ainda não é um dos melhores.  Depende de quantos são “Os melhores” (e Sir Jackie certamente é um deles), mas pensar que ele tem ainda 25 anos é “coisa de lôco, meo!”.

Brazucas

2012 marca algumas despedidas importantes da Fórmula 1. Alguns pilotos e a equipe Hispania estão caindo fora. Bruno Senna, pelo que apresentou, de fato não merecia manter uma vaga.

Porém, se haverá algo realmente bom em sua saída é o fato de não termos mais de ouvir aquelas ironias rasteiras do tipo “primeiro-sobrinho”.

Quanto a Felipe, seu desempenho na reta final calou a boca de muita gente. Mas é realmente difícil imaginar que ele tenha grande progressão dentro da Ferrari.

Schumark Blundell

No entanto, esse ano certamente ficará marcado por ser o adeus definitivo de Michael Schumacher. Na nossa supramencionada página, homenageamos a despedida do heptacampeão através de memes em que outros pilotos (de gênios como Fangio e Piquet a insípidos como Eric Bernard, passando pelo singular De Cesaris) rebatiam as “queixas” de Schumy.

Recordes, como na primeira passagem, não faltaram. Só que dessa vez eles foram negativos: agora ele já não pode mais dizer que pontuou em todas as etapas que disputou, em 2012 obteve sua pior colocação em um campeonato desde a estreia (quando disputou 6 – seis! – provas) e atingiu seu maior número de abandonos num mesmo ano (8, contra os 7 de 93 e 2005).

httpv://youtu.be/hc02vnfIm8k

Claro, ninguém poderia exigir que Schumacher voltasse e fosse campeão: há uma série de fatores (idade, tempo parado, qualidade dos adversários, pneus iguais para todos, carro abaixo do esperado e ausência de reabastecimento) que contribuíram para a falta de sucesso. Mas quem falou em título? O próprio Schumacher.

“Aquele” piloto nunca será apagado, mas não podemos deixar de notar uma curiosidade: se levarmos em consideração o Schumacher versão Mercedes, teremos que sua derradeira temporada foi muito semelhante às de grandes nomes como Alexander Wurz e Eddie Irvine, e que sua “carreira” foi inferior à do brilhante Mark Blundell.

Nada mais precisa ser dito.

TOP 2012

Elencando os “melhores do ano”, normalmente focaremos nos três nomes que pontearam a tabela: Vettel, Alonso e Kimi.

Eu diria que o quarto colocado do ano, Lewis Hamilton, foi tão grande quanto eles: além de ter sido o piloto que mais marcou poles – numa época em que se começa a imaginar Vettel imbatível em treinos –, era para ter sido também o maior vencedor de GPs: foram duas falhas mecânicas e um acidente (em que não teve a menor culpa) enquanto liderava.

Hamilton começou na F1 pela porta da frente, e esse colunista duvidava dele, de início. Hoje, posso dizer que queimei a língua, e que o considero sério candidato ao título em 2014 (porque ano que vem ainda não dá, mas acredito em vitórias).

Como bem o definiu Fernando Alonso, ele “é um cara que com o carro bom, ganha; e com o carro não tão bom, quase ganha – e às vezes até ganha”.

Ah! Eu posso dizer que fui muito bem nas minhas apostas de começo do ano.

Merry Christmas

Meu presente de Natal eu já comprei: o livro “The Life of Senna”, que está em sua segunda edição (lançado originalmente em 2004, relançado em 2011). Pudera, tempos atrás o vi por 64,90. Agora, está disponível pela simbólica – pra não dizer ridícula – quantia de 25,20. Quem puder, compre.

O texto é em inglês, e até aqui me parece um material ainda mais completo que “Herói Revelado”, principalmente por detalhar o período de F-Ford e F-3. Ah, o autor é Tom Rubython, o mesmo de “Shunt”.

Esta foi minha última coluna no ano. Termino desejando ao amigo leitor um 2013 repleto de paz!

A propósito, dizem que o mundo vai acabar daqui a quatro dias… Bem, por mim, pode ser: já casei e o Corinthians já foi campeão mundial.

Abraços a todos,

Marcel Pilatti

Marcel Pilatti
Marcel Pilatti
Chegou a cursar jornalismo, mas é formado em Letras. Sua primeira lembrança na F1 é o GP do Japão de 1990.

2 Comments

  1. Fernando marques disse:

    As festas natalinas e de fins de ano estão chegando … o automobilismo está de ferias … sendo assim aproveito para fazer provavelmente meu ultimo comentário do ano para agradecer a existência do GP Total que a cada ano que passa melhora e promete vida eterna …
    Quero aqui deixar meus sinceros votos de um FELIZ NATAL E PROSPERO 2013 aos colunistas e a galera que fazem o GP Total ser tão legal …
    tudo de bom a todos

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  2. Ballista disse:

    Muitos assuntos a serem discutidos, então vamos em partes.

    Antes de tudo, tem-se de enaltecer o espaço dos comentários do GPTOTAL. Discussões sadias, e SEM CENSURA PRÉVIA.

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    Concordo que estamos testemunhando o surgimento de diversos monstros no esporte mundial. E temos de agradecer sempre a existência de uma ferramenta poderosa como a internet, que torna a abrangência das coberturas esportivas muito maior do que no passado.

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    Bruno Senna sai da F1 sem grande destaque. Se tivesse aproveitado melhor a oportunidade que teve ano passado na Lotus, talvez a história fosse diferente. Mas como bem foi dito, só o fato de nao ter de aguentar ironias gratuitas do anão de jardim, já é o suficiente.

    Massa estará melhor no próximo ano (pior do que o começo de 2012 é difícil), e isso poderá colocar a Ferrari novamente na briga pelos titulos de pilotos (com Alonso, claro) e construtores.

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    Sobre Schumark Blundell, algo precisa ser dito sim. Schumacher não atingiu as expectativas do grande público, mas esse não é o problema. O que não se esperava do piloto alemão era um festival de erros grosseiros, dignos de um David Coulthard em fim de carreira. No mais, para os que só enxergam os números, e consideram o alemão o maior de todos os tempos por causa disso, o desempenho semelhante a Mark Blundell é um belo tapa na cara.

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    Concordo que Hamilton poderia ter sido um concorrente ao título em 2012, mas os abandonos não permitiram. Para 2013, espero um bom desempenho, e talvez até uma vitória. Título, só se for em 2014, com uma grande evolução da Mercedes. Sinceramente, acredito que Lewis deu um tiro bastante fora do alvo.

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    Bom fim de ano para todos, e que venha logo a temporada 2013.

    Abraços

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