A primeira dobradinha da temporada chega para tentar rapidamente apagar o fracasso do GP Francês. Há grande expectativa para que a Áustria traga alguma emoção para o público e essa ansiedade já começa a se desenhar nesse sábado com a classificação do GP.
Mesmo com o campeonato aparentemente encaminhado para ficar nas mãos de Lewis Hamilton, os fãs da F1 esperam uma batalha nas provas com a Ferrari. Uma disputa entre equipes, uma ascensão de Charles Leclerc, enfim, algo que tire Lewis Hamilton e a Mercedes da zona de conforto que se encontram hoje.
Cá estamos nós para a 32º edição do Grande Prêmio da Áustria. Bastante, não? Apesar da sopa de letrinhas de nomes, as provas basicamente ocorreram sempre em Zeltweg. Österreichring, Red Bull Ring, A1-Ring, são todos nomes de variações do mesmo circuito. Claro que Österreichring, o original, teve que ser adaptado para regras de segurança da F1 moderna. Perdeu um pouco do desafio, é verdade, mas continua sendo uma pista rápida. Rápida e curta, com as voltas mais rápidas da categoria.
A pista de 4318 metros de comprimento é composta por somente dez curvas. A reta, em subida é bem desafiadora na chegada da primeira freada. Errou aqui, o piloto vai perder a maior área de aceleração máxima da pista. O mais divertido continua sendo o miolo com as curvas 6, 7 e 8: um combinação de curvas rápidas que expõe os pneus ao máximo de stress. Na saída da curva oito começa uma bela descida e vão enfrentar as cruéis zebras que sempre acabam com algumas corridas.
A situação da Mercedes é muito confortável. Tão confortável que esconde um problema de confiabilidade de seus motores. Stroll no Canadá, Bottas na chegada na Áustria, Hamilton e Russel na França, problemas seguidos com os motores da Fase 2 de desenvolvimento. Com os concorrentes tão atrás, a equipe não tem precisado puxar os motores ao limite pra vencer corridas. É triste, mas é a realidade da F1: estamos longe do limite.
Hamilton também dorme em berço esplêndido. São 36 pontos de vantagem para seu companheiro de equipe. Para Vettel, abissais 76 pontos.
Vamos dimensionar o tamanho do conforto de Hamilton? Se Vettel vencer as próximas 10 corridas e Hamilton chegar em segundo, o alemão ainda fica 6 pontos atrás. Então, Vettel, além de vencer que tem que no mínimo marcar 7 voltas mais rápidas nessas dez corridas.
São 10 vitórias em 13 provas. Acabou pra Ferrari, certo?
Alain Prost detém o recorde de mais vitórias nesse GP. São três canecos pro narigudo. Depois dele, com dois troféus na estante, Ronnie Peterson, Michael Schumacher, Mika Häkkinen, Alan Jones e Nico Rosberg. O saudoso Niki Lauda trouxe só um caneco pra coleção, foi em 1984 a bordo da McLaren-TAG.
Aliás, a equipe de Woking conseguiu seis vitórias até agora e é a recordista no solo austríaco. A Ferrari é a segundona, com cinco. Lotus e Mercedes alcançaram quatro vitórias. As vitórias da Mercedes vieram em sequência, entre 2014 e 2017, curiosamente só uma com Lewis Hamilton.
Pessoal “da corneta” decidiu que os pneus são a causa e razão de tanto domínio da Mercedes e das corridas chatas. Mentira, né gente? Pneu igual pra todo mundo. Todo mundo testou antes. Nada de novidade ou de manobras ilícitas.
Fato é que os pneus são ruins. Zero culpa da fabricante, que fez o que foi pedido e tem entregado pneus que correspondem. Só que alguém decidiu que pneu deveria: não esfarelar, não fazer bolha, não esquentar mais no meio, não degradar rapidamente, não, não, não. Um monte de “nãos”, ao invés de definir o pedido em uma linha: “Sentar a bota numa volta rápida e na perseguição de outro carro.”
Votaram nessa sexta a volta dos pneus de 2018. Mercedes, Renault, McLaren, Racing Point e Williams, contra. Red Bull, Scuderia Toro Rosso, Ferrari, Haas e Alfa Romeo, pela mudança. Quantidade de votos favoráveis insuficientes e segue o choro de quem não se entendeu com os pneus esse ano.
Nessa pista duas datas marcantes para o grande público brasileiro!
Pra começar, 19 anos atrás, estreava o comentarista oficial da rede Globo de Televisão, Luciano Burti. Pela Jaguar, fez a primeira de suas 14 largadas na F1. Até hoje, admito a ignorância, não imaginava que a passagem dele pela F1 foi tão curta.
E lógico, 17 anos do “Hoje sim” de Cléber Machado. Barrichello tinha só 29 anos e também ficou marcado pela atitude desse dia.
GP Áustria 2002 – Última volta.
Além de uma possível briga da Ferrari com Mercedes nessa pista, o meio de campo da F1 continua espetacular. Vale gastar um pouco mais de atenção nesse bloco.
A Red Bull que claramente está correndo sozinha esse ano, só vale acompanhar pelo processo de fritura de Gasly. Claramente o rapaz não é um novo Verstappen, mas poderia ter mais um pouco de tempo para se acostumar. Pra essa corrida, os carros vêm diferentes: Gasly com a parte dianteira e bico fechado que estreou em Mônaco, Max com a versão aberta do começo da temporada.
Na nossa querida turma da bagunça, destaque para a recuperação da McLaren. Finalmente algum sinal de recuperação para estar constantemente no Q3 e no top-10 das corridas. Traços de esperança!
Sem surpresas, Haas e Renault na montanha russa de desempenhos e decepções. Pessoal não tem se acertado e constância fugiu do vocabulário.
Expectativa elevada para a Ferrari cutucar o confortável time alemão. Em uma pista que Lewis não é soberano, esperamos ver o crescimento – ou inicio – de alguma combatividade da Ferrari.
O que esperam para essa corrida?
Abraços
Flaviz
1 Comments
Isso aí Flaviz, boas lembranças!
E amanhã a corrida promete ser boa, mas, é melhor esperar pra ver.
Rsrsrsrs
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba PR