Um palco apropriado

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Saideira?
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O Brasil novamente pode ser palco da consagração de um campeão mundial. Nico Rosberg depende dele, somente dele, para levantar a taça de campeão do mundo já nesse domingo.

O trabalho de Rosberg dentro do carro é manter sua constante superioridade em solo brasileiro. Correr com frieza e abrir mais 6 pontos de vantagem para Hamilton. O inglês por sua vez, não tem nada mais a fazer além de vencer para uma última tentativa em Abu Dhabi.

Na sua 34º edição, o GP Brasil pode coroar mais um campeão mundial. Nada melhor para a F1 do que um circuito clássico ver uma alternância de poder! É dia de casa cheia em Interlagos!

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A altitude de Interlagos, a falta de ar para os motores, o stress das unidade de potência. Tudo isso na volta mais rápida do ano.

Hamilton e Rosberg partem para mais uma decisão com igualdade de condições. Segundo a Mercedes, unidades de potências dos dois carros para esse final de semana tem o mesmo tempo de uso. Tam´bem não há punições pendentes para os dois.

Mano a mano.

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Para a F1 seria interessante um novo campeão. Não é legal saber que o na equipe dominante os dois pilotos podem vencer? Não havia esse “sentimento” na supremacia de Schumacher e no domínio de Vettel.

O marketing da Mercedes alcançaria a glória. No time prateado o melhor vence, sem ordens, sem favorecimento. Abrigamos os melhores pilotos do mundo, fazemos o melhor carro do mundo e eles que decidam quem pilota melhor na pista.

Fora das pistas também teríamos muito para escrever. O campeão baladeiro substituído pelo campeão budista. O recluso vence a estrela da mídia.

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Massa abandona a F1 por falta completa de vagas disponíveis de carros competitivos. Deve ter olhado para o projeto de 2017 da Williams e pensado “desse mato não sai cachorro”. A decisão de sair não engrandece seu caráter frente a outros pilotos que demoraram mais tempo em equipes medianas, ficar um ano a mais na Williams, da mesma forma, não descontaria nada em sua “nota”.

A Renault era uma (única) opção, mas fechou com Hulkenberg, provavelmente por ele ter mais tempo e (paciência) para aguardar o desenvolvimento de um carro.

Massa ainda tem muito a fazer pelo (e no) esporte. É jovem e é empreendedor. Devemos vê-lo longamente nas pistas pelo mundo. F-E é legal, seguir os passos de Christian Fittipaldi, WEC? Opções não faltam. Eu ainda colocaria na lista algumas corridinhas de duplas na Stock Car. Burti, Zonta, Barrichello, Pizzonia, andaram se divertindo por aqui na história recente, vale a tentativa.

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A carreira de Massa na F1 é muito mais que 2008. Deve ser alguma troca de favores para jornalistas ficarem martelando nessa tecla de “campeão de 2008”.

Só falam dos eventos de Singapura, mangueira presa e ultrapassagem de Hamilton sobre Glock, só que a temporada de 2008 teve outros fatores que subtraíram “aquele pontinho que ficou faltando” para o título de Massa. Talvez não rodar na Malásia sozinho e ficar preso na caixa de brita? Ou quem sabe não rodar sozinho em Mônaco? Rodar 4 vezes em Silverstone?

Também ninguém conta os problemas dos outros.

Recomendo a leitura de 3 colunas novinhas de Marcel Pilatti. Prova a prova, o 2008 de Massa e seus concorrentes diretos ao título.

E, por favor, falem das vitórias de Massa. É uma forma melhor de homenagem.

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A Renault explicou para quem ouvisse o que vai ser de 2017 para seus motores: conceito novo. Isso explica porque não gastaram todos os tokens em 2016.

O senhor Fred Vasseur conta que o motor será 100% novo. Chegaram ao limite de um excelente desenvolvimento com essas unidades de 2016. Para superar os times dominantes, só com uma nova filosofia.

Logicamente os times clientes foram consultados e todos devem estar de acordo e tranquilos que o fracasso de 2014 não vai se repetir.

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httpv://www.youtube.com/watch?v=e5yoldSte64
O que os pilotos acham desses carros que se aposentam esse ano? E das dinâmica das corridas?

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As vagas estão acabando!

Renault manteve Palmer para 2017 e Magnusen espera o anúncio da Haas. A opção por Palmer parece justa. Primeiro ano de F1 com um carro todo atrapalhado e um time destruído não ofereceram ao piloto a menor chance de mostrar algum talento.

Já a Force India anunciou nessa quinta-feira a contratação de Esteban Ocon. O menino protegido da Mercedes. Segundo Toto Wolf, a prova viva que o talento supera o dinheiro. Um cínico. Se Ocon não levasse seus motores Mercedes debaixo dos braços, não teria chances. Veja, não é um “braço duro”, foi campeão da F3 e da GP3, só que o ‘pulo’ para F1 é fruto de seu apadrinhamento.

A turminha da Williams confirmou Lance Stroll. Outro que tem um talento incrível, para trazer dinheiro. Seu pai lhe deu os melhores carros em todas as categorias (processo copiado no Brasil, onde o pai paga toda a estrutura para ter o melhor time) e comprou um pacote de testes com uma Williams 2014 da família Stroll para o menino andar em circuitos que ele alugou pelo mundo. Vem preparado e cheio de quilômetros no bolso.

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Temos o terceiro Estaban para uma temporada regular da F1, notaram? Ninguém esquece do grande argentino Estaban Tuero que em 1998 guiou a Minardi.

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Dois pilotos andam coçando a cabeça pelo paddock.

Bottas está apreensivo. Não consegui fechar nenhuma outra equipe e a Williams foi a única opção viável. O problema é o histórico do seu companheiro de box. Essa história da Família Stroll mandar financeiramente no time pode prejudicar o ano de Bottas.

O outro preocupado é Esteban Guitierrez. Duas temporadas na Sauber, uma chance como piloto da Ferrari para testes e simulador e mais uma ano na Haas, parece que não foram suficientes para o Mexicano mostrar que vale o investimento nele. Corre sério risco de ficar sem vaga para 2017 ou voltar para os testes (na categoria que não testa).

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Mas só dois coçam a cabeça? Sim. Um terceiro está arrancando os cabelos.

Felipe Nasr é o piloto preferido da Sauber. Na lateral do carro tem até uma declaração de amor, em letras azuis com fundo amarelo.

Sem polêmicas e fofocas, sem reclamar dos demais coleguinhas jornalistas, fato é que a presidência do Banco do Brasil mudou e o novo rapaz que assumiu pediu uma revisão de tudo que foi contratado nos últimos, podemos dizer, 13 anos. Não significa que vá cancelar o patrocínio ou que a politica de apoio a Nasr vai mudar agora, somente que tudo que foi contratado vai ser estudado.

Faz todo sentido. Pouco tempo atrás houve problemas no Marketing do Banco com pagamentos de shows em comícios. Um novo gestor só não quer ser pego de surpresa e isso toma tempo. Nesse tempo as portas se fecharam para Nasr que não conseguia escrever no post-it quanto sentimento ($) ele colocaria na equipe candidata.

Sobrou a Sauber.

E ainda assim, falta Nasr apresentar sua retribuição a preferência que a equipe lhe dá.

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Na pista, nada mais importa do que a disputa do título. Sabemos que as Mercedes vai sobrar. Em 2015 chegaram 15 segundos na frente do concorrente mais próximo e 2014, foram uns 40 segundos. Nada mudará esse cenário, somente se a chuva vier da represa, né amigos?

Ferrari e RBR continuaram sua briga por posições no pódio. Vettel e Max estão em pé de guerra e não seria surpresa alguma disputa mais emocionante entre os dois. Alguma mistura de tinta e, no mínimo, alguns áudios interessantes.

O resto do pelotão? Aqui virou um bolo uniforme, ainda mais em uma pista pequena como Interlagos. Mas nada é mais importante que a disputa do título. Fiquem com as migalhas dos pontos.

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A despedida de um brasileiro, a decisão de um título, uma das mais tradicionais pistas do mundo. São Paulo oferece todos os ingredientes para um espetáculo digno de coroação de um novo campeão.

Você aposta no título definido em Interlagos?

Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

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