Olá, amigos!
Depois de dois meses desde a última coluna, estamos de volta com muito assunto pra falar sobre a Nascar. Nesse período, tivemos nada mais nada menos do que nove corridas, um calendário espetacular, se comparado ao da F1 que, no mesmo tempo, teve apenas quatro provas. Claro que estamos falando de uma categoria regional, com corridas apenas nos Estados Unidos, mas não deixa de ser algo notável.
Nas últimas oito provas tivemos seis vencedores diferentes, o que mostra o grande equilíbrio no campeonato de 2015 da Nascar. Dá pra pedir mais que isso? Esse é o automobilismo que a gente quer ver, com vários pilotos com chance de vitória, a imprevisibilidade do resultado, a disputa roda a roda. Realmente, a Nascar dá um show. Nem vou alfinetar o vovô Bernie até porque contra números não há argumentos.
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Recapitulando os resultados dos últimos dois meses, no oval de uma milha e meia do Texas tivemos a segunda vitória de Jimmie Johnson na temporada, sua primeira na pista texana. O número 48 foi seguido de Kevin Harvick e Dale Earnhardt Jr. Na sequência tivemos o oval curto de Bristol e com ele um novo vencedor no ano de 2015, Matt Kensenth, em corrida marcada por paralisações por causa da chuva. O dono do carro 20 foi seguido pelos pilotos da Hendrick, Jimmie Johnson e o excelente Jeff Gordon, que ainda não venceu na sua temporada de despedida.
Na semana seguinte tivemos mais uma corrida que foi adiada por causa da chuva, dessa vez em Richmond. Confirmando a boa fase, Kurt Busch, o Buschão, venceu e garantiu vaga no Chase. Merecido! Na cola do número 41 veio o atual campeão, Kevin Harvick, e mais uma vez, Jimmie Johnson. Essa dupla está voando, como de costume.
Para uma das pistas mais tradicionais, a gigante Talladega, tivemos mais uma vitória de um carro da equipe Hendrick, dessa vez com Dale Earnhardt Jr., seguido por Jimmie Johnson e Paul Menard. O fim da corrida trouxe uma polêmica, quando um forte acidente ocorreu na última volta e a organização não sinalizou bandeira amarela. Alguns pilotos reclamaram, e não dá pra tirar a razão deles, já que essa é uma pista estilo “pé embaixo” o tempo todo.
Partimos para o Kansas e dessa vez não tivemos um vencedor inédito no ano, pelo contrário, quem levou a prova foi Jimmie Johnson, sua terceira na temporada. A corrida marcou a estreia de outro jovem talento, Erik Jones, que correu no carro do ainda afastado Kyle Busch. O garoto impressionou andando rápido e sendo constante. Sem dúvida um nome para acompanhar e prestar atenção no futuro. Completaram os três primeiros Kevin Harvick e Dale Earnhardt Jr.
Chegando quase na metade das provas do campeonato regular, antes do Chase, tivemos a corrida All Star, em Charlotte, não válida para o campeonato. A vitória ficou com Denny Hamlin, seguido de Harvick e Kurt Busch. A prova marcou a volta de Kyle Busch, após se acidentar no começo do ano e ter a perna quebrada. Buschinho voltou com tudo, andando rápido e na frente, surpreendendo a todos. O piloto do 18 chegou na sexta colocação, um resultado impressionante. É bom ter o “Rowdy” de volta, sem dúvida ele acrescenta muito à categoria e suas corridas.
Para encarar o fim de semana mais importante do ano para o automobilismo mundial, coincidindo com Mônaco e Indy 500, a Nascar tem sua prova mais longa, a Coca Cola 600, em Charlotte. Martin Truex Jr. fez uma corrida excelente, liderando muitas voltas, mas não conseguiu converter o ritmo rápido em vitória. Ele está merecendo, mas não foi dessa vez. Quem inesperadamente brilhou foi Carl Edwards, que venceu na estratégia de combustível e garantiu sua vaga no Chase. Greg Biffle e Dale Earnhardt Jr. fecharam as três primeiras posições. Chase Elliot, o garoto promessa que vai substituir Jeff Gordon no ano que vem no comando do carro 24, terminou a corrida em um bom décimo oitavo lugar. Aos poucos o jovem piloto vem adquirindo experiência e milhagem, algo que vai ajudar muito em sua temporada oficial de estreia, em 2016.
Após a prova de Charlotte, três times da Sprint foram punidos, a equipe do carro número 01 por alterar a um painel na roda traseira direita, após a classificação, o time do número 48, de Jimmie Johnson, por não passar na inspeção técnica após a classificação por duas corridas seguidas, e a equipe do carro 51, pelo mesmo motivo. Sem dúvida a Nascar está bem rigorosa esse ano, tanto nas inspeções entre treinos quanto durante as trocas de pneus nas corridas. O número de punições aumentou consideravelmente em relação ao ano passado.
No último fim de semana tivemos a prova de Dover, a “Monster Mile”, com Denny Hamlin largando na ponta. Mais uma vez Martin Truex Jr. e Kevin Harvick dominaram boa parte da corrida, após o stint inicial, com Hamlin permanecendo na ponta. Buschinho também estava muito rápido, andando sempre entre os ponteiros. Na hora do vamos ver, quem apareceu pra liderar as últimas voltas? Jimmie Johnson mais uma vez. O piloto do número 48 e seu chefe de mecânicos, Chad Knaus, deram o pulo do gato e venceram pela DÉCIMA vez a prova de Dover. Sim, uma década de vitórias! Johnson está alternando altos e baixos nessa temporada: é o piloto que mais venceu (quatro vitórias) mas é apenas o terceiro colocado na tabela de pontos. Na próxima coluna falarei mais sobre os números deste que é, sem dúvida, um dos maiores nomes da categoria.
O campeonato segue pegando fogo com Harvick na ponta, Martin Truex Jr na cola, mesmo sem vitórias, Jimmie Johson em terceiro seguido de Joey Logano, com Dale Earnhardt Jr. completando os cinco primeiros.
E vocês, estão gostando do campeonato? Pra quem vai a torcida de vocês nesse ano? Ah, sim: se assistir a um GP, cuidado pra não pegar no sono…
Grande abraço e até a próxima
Rafael Mansano
4 Comments
A Nascar é legal, do seu jeitão meio show, mas é.
O típico “Estado Unidense” que gosta de esporte americano, na verdade gosta mesmo é do show, da interação e principalmente da “imprevisível previsão” que esses esportes tem.
A Nascar é, como a maioria desses ‘American Sports’, um jogo de paciência que só se resolve no final.
Primeiro que 95% das corridas são em oval, então, as batidas já são parte do “espetáculo”. Se uma corrida tem 400 voltas, pelo menos 350 delas são maçantes, e quem sobreviver com o carro em melhores condições briga pela vitória. O que também não deixa de ser interessante, visto que a maioria das corridas são de longa duração.
Mas corrida, corrida mesmo, daquelas clássicas, na Nascar isso não existe.
Bandeira amarela de competição, Lucky Dog, parar a corrida no meio pra cantar o Hino Nacional… isso não é corrida.
Impossível de se comparar com F1.
Mas que as últimas 20 voltas são bacanas, isso são!
abraço,
Arthur
O grande erro da coluna é essa insistência em comparar a Nascar com a F1… A Nascar é show, mas do seu jeito. A F1 é show, mas do seu jeito.
Nunca cochilo assistindo corridas, mas o mais perto de tive de fazer isso foi assistindo… Nascar!
Muito boa a coluna Rafael!
Eu particularmente não tenho acompanhado a nascar, muito por causa do horário das provas.
Mas, sempre que possível eu tento assistir as etapas de Daytona e Talladega.
Aliás, aproveitando, quais as datas destas duas etapas?
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR
Não resta duvidas que a briga intensa por vitorias, a de poder chegar ao chase, a própria briga pelo titulo em si são realmente de encher os olhos de inveja para quem acompanha a Formula 1, assim como eu.
Mas ainda não consigo assistir a uma corrida inteira da Nascar … não é só questão de entender o regulamento mas também as estratégias das equipes nas corridas …
Fernando Marques
Niterói RJ