A grande final!

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Olá amigos!

Na minha última coluna do ano vou falar sobre a final do campeonato da NASCAR, porém dessa vez com uma perspectiva diferente. Tive a oportunidade de estar presente na grande final da NASCAR Sprint Cup, em Homestead, e vou contar cada detalhe para vocês.

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Cheguei Miami na sexta-feira, bem cedo, e já no aeroporto pude ver propagandas de boas-vindas aos fãs da NASCAR. Para mim a corrida já estava começando ali mesmo.

Na sexta-feira e no sábado acompanhei algumas reportagens na televisão americana falando sobre a grande final da NASCAR, com entrevistas aos quatro concorrentes ao título, e também programas recapitulando as corridas do ano, algo que só vemos por aqui quando temos algum piloto brasileiro concorrendo ao título, ainda assim se for da Fórmula 1, o que já não temos a muito tempo.

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No sábado à tarde fui para um bar de esportes acompanhar a final da XFINITY Series. O bar estava transmitindo vários esportes diferentes entre futebol americano, beisebol e até golfe. Pedi ao dono do bar que mudasse de canal para colocar na corrida e prontamente ele o fez. Ótimo atendimento.

A corrida foi bastante emocionante. Em alguns momentos conversei com o garçom, que me perguntou para quem eu torcia. Minha aposta estava com o garoto Erik Jones, mas quem levou o título foi Daniel Suarez, de forma merecida.

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O dia da grande final havia chegado, acordei cedo para pegar a estrada e chegar na pista o quanto antes. Meu hotel estava a aproximadamente 40 minutos do circuito, cheguei lá por volta de 8h30 da manhã.

Havia um estacionamento bastante grande e gratuito, onde deixei meu carro para caminhar em direção ao portão principal, onde pegaria meus ingressos. A programação fora da pista começou bastante cedo, com exposições de carros, trailers vendendo merchandising da categoria, caminhões para aluguel de rádio, locais para comprar comida e muitas outras atrações.

Fui até a bilheteria onde entreguei meu comprovante de pagamento dos ingressos e retirei as entradas para a pista e também para os Boxes. Antes de entrar no circuito vi uma área bastante grande onde cada piloto tinha uma loja que vendia seus produtos, desde miniaturas, bonés, blusas, canecas e muitas outras coisas. Um prato cheio para os fãs da categoria. Interessante notar que o espaço dedicado ao piloto Dale Earnhardt Jr. era quatro vezes maior do que os demais pilotos, sendo que os menos conhecidos até dividiam o mesmo espaço. Havia também uma área dedicada aos pilotos clássicos da NASCAR, algo sensacional.

Antes de entrar na pista fui até o trailer buscar o rádio que havia alugado. Tudo muito organizado e sem filas.

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Tudo pronto, era hora de entrar na pista. Passando pelo portão principal pude ver diversas barracas de comida, (mais) merchandising, e também uma área vip, onde só pessoas com credencial poderiam entrar.
Ainda era cedo, então resolvi ir até os boxes para ver mais de perto a preparação para a corrida.

Fiquei espantado com a liberdade que se tem dentro dos boxes. Andei no pit lane de cada equipe, entrei na pista, fui até a curva quatro. Voltei para garagem e vi os mecânicos trabalhando nos carros a um palmo de distância. Em um momento o chefe de mecânicos do carro Chevrolet SS #48, Chad Knaus, passou bem na minha frente.

Knaus estava nervoso, tenso, havia chegado grande dia.

Depois de ver os carros sendo inspecionadas fui para área vip, onde ninguém menos que Jeff Gordon, iria dar uma entrevista. Foi realmente emocionante ver uma lenda do esporte tão de perto. Depois de acompanhar a entrevista resolvi comer um pouco, afinal, a tarde seria longa.

Em seguida voltei para dentro da pista, onde logo começariam a chamar e apresentar os pilotos. Algo que me chamou atenção foi a liberdade com que os fãs podem trafegar dentro dos boxes, com pouco seguranças a vista, ainda que alguns com armas pesadas, mas com todos bem tranquilos. Alguns fãs até cumprimentavam os seguranças, pedindo para tirar fotografias. Inevitável não comparar com a esquizofrenia da F1 atual.

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Os pilotos começaram a aparecer, sendo apresentados um por um. Alguns mais simpáticos acenando para o público e dando autógrafos, outros mais sérios ou concentrados. Com o fim das apresentações as pessoas que ainda estava na pista foram convidadas para ir aos seus lugares nas arquibancadas, tudo muito tranquilo e sem correria. Faltava menos de meia hora para largada.

A cerimônia de início do evento começou, com apresentação do hino norte-americano, os caças passando no céu e o comando para os pilotos ligarem seus motores.

Em sua última corrida na categoria, Tony Stewart foi homenageado e liderou a volta de apresentação. Era o fim de uma grande carreira.

Para o público na arquibancada, a surpresa se deu com o piloto do número 48, Jimmie Johnson, largando do fim do grid. Ele, que era um dos concorrentes ao título, teria mais trabalho que os outros.

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Com a largada foi possível observar dois favoritos naquele momento. Carl Edwards estava voando com seu carro número 19 e Jimmie Johnson ultrapassando todos os carros vindo lá de trás. O piloto do número 48 escalou bem o grid, chegando a ficar entre os cinco primeiros antes da metade da corrida, porém, Edwards parecia imbatível, seu carro estava muito rápido. A corrida transgrediu de forma tranquila, sem grandes problemas ou acidentes, mas isso mudaria nas voltas finais.

Acompanhando o rádio dos quatro concorrentes ao título, era possível observar que a equipe de Carl Edwards estava tranquila, Joey Logano e seu time sabiam que tinham um carro rápido para pernas curtas, Kyle Busch não estava contente com seu carro, e Jimmie Johnson não sabia mais de onde tirar performance de seu carro.

Em determinado momento, o piloto do carro 48 disse no rádio: “não sei mais o que fazer. Eu achava que a gente estava rápido, mas esses caras estão ultra rápidos”. Nesse momento seu chefe de mecânicos disse: “faltam 10 voltas, ainda temos muito pela frente só me diga o que fazer”.

A corrida estava em bandeira amarela os pilotos fizeram suas paradas nos boxes para um último ajuste, e estavam prontos para relargada.

Na relargada, Carl Edwards estava em segundo atrás de Kyle Larson, que estava voando. Atrás vinham Joey Logano, Jimmie Johnson e Kyle Busch. Faltavam apenas 10 voltas e os quatro concorrentes estavam bem próximos um do outro.

O piloto do carro 22 largou bem e pressionou Carl Edwards, que tentou fechar a porta mas acabou recebendo um pequeno toque na traseira do seu carro, indo direto para o muro e depois atravessando a pista, sendo atingido de forma bastante forte por trás o até então favorito estava fora da disputa. O carro número 78, também envolvido no acidente, pegou fogo, o que obrigou a direção de prova a dar bandeira vermelha, interrompendo a corrida.

No retorno em bandeira amarela alguns carros resolveram entrar nos boxes para trocar pneus, foi o caso do carro número 22, envolvido no acidente e que tinha pequenas avarias na carenagem.

Na relargada a prova teria apenas três voltas, com Karl Larson partindo em primeiro, Jimmie Johnson em segundo, Joey Logano largando em quarto e Kyle Busch largando em sexto.

Bandeira verde, Johnson largou bem, mas Logano pressionou forte e com uma defesa brilhante o piloto do 48 conseguiu não só segurar o carro 22, mas tomar a liderança de Kyle Larson, vencendo a corrida e também conquistando seu 7º título na categoria principal. Johnson acabava de igualar Richard Petty e Dale Earnhardt, como os maiores vencedores da categoria.

Foi emocionante estar presente em um momento tão histórico.

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Após o fim da corrida pude voltar para dentro da pista, onde Jimmie Johnson e sua equipe ainda comemoravam o título vencido. Depois de muitas fotos, era hora de deixar o circuito. Já do lado de fora, alguns fãs indo embora tirando fotos e o muro da pista já trazia a foto do novo campeão. Organização exemplar!

Foi um dia bastante intenso, mas com muita organização, com tudo acontecendo dentro do horário previsto, sem atrasos sem filas, sem grandes problemas. Um dia para ficar marcado na memória e na história.

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A categoria principal da NASCAR vai mudar de nome, com o fim do contrato com a Sprint. O novo patrocinador principal sera a Monster Energy, empresa dos energéticos que espera atrair o público mais jovem para a categoria. Parece uma boa jogada, e o nome deve ficar bem legal, “Monster Cup”.

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Gostaria de agradecer aos amigos que acompanham a coluna e sempre comentam por aqui ou no facebook.

Um grande abraço a todos e que tenham um ótimo fim de ano. Nos vemos em 2017 com mais NASCAR.

Rafael Mansano
Rafael Mansano
Viciado em F1 desde pequeno, piloto de kart amador e torcedor de pilotos excepcionais.

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