Daytona 500!

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E começou o 2015 da NASCAR! Esse ano promete...

Finalmente começou a temporada 2015 da Nascar, com a sua corrida mais famosa, a lendária Daytona 500. E não poderia ter sido melhor, para nossa alegria e alívio, após o sempre interminável período de férias dos campeonatos. Para nós, fãs de automobilismo, esse é o período mais negro e longo do ano, nosso inverno particular, que, felizmente, chegou ao fim.

O ano para a Nascar começou com muitas notícias, acontecimentos e reviravoltas. Com o anúncio da aposentadoria de Jeff Gordon, uma série de tributos, declarações saudosistas dos companheiros e pilotos, além de muita história, dominaram os noticiários que falam da categoria. Tudo muito merecido, já que estamos falando de um tetracampeão, um dos maiores vencedores da categoria.

Sem perder tempo, a equipe Hendrick anunciou que vai recrutar para o lugar de Jeff Gordon o jovem piloto Chase Elliott, que atualmente disputa a Xfnity Series, a categoria de acesso à Sprint. Chase, que é filho do ex-campeão da Nascar Bill Elliott, foi campeão da Nationwide no ano passado e tem um talento que salta aos olhos. O garoto é muito rápido, sem dúvida uma escolha mais do que acertada da Hendrick. Antes do anúncio da aposentadoria de Gordon eu achava que Kasey Kahne seria substituído pelo jovem Elliott em breve, já que seu desempenho não estava acompanhando o de seus companheiros de equipe. Parece que o piloto do carro 5 ganhou uma sobrevida, pelo menos por enquanto.

Logo o foco das notícias se tornou o campeonato de 2015, começando com uma bomba: a suspensão por tempo indeterminado de Kurt Busch, por ter sido acusado de agredir a namorada. A Nascar resolveu afastar o piloto baseado em um artigo do regulamento que prevê punição para qualquer pessoa envolvida com a categoria, que tome alguma atitude que possa ferir a imagem da mesma. Decisão correta da Nascar, dando um belo exemplo.

Voltando às corridas, no início das atividades tivemos as disputas dos Duels, as corridas de curta duração que servem como classificatórias para a prova inaugural da temporada, a Daytona 500. A equipe Hendrick mostrou sua força mais uma vez, vencendo as duas provas, com Dale Earnhardt Jr. e Jimmie Johnson.

Antes da prova principal no domingo tivemos a disputa da Xfinity Series, a antiga Nationwide, categoria de acesso à Sprint Cup, a categoria principal da Nascar. Durante essa, prova ocorreu um famoso “big one”, acidente que envolveu vários carros. No acidente, Kyle Busch teve seu carro tocado, indo bater quase de frente no muro interno da pista. O resultado foi uma perna fraturada e um longo tempo de recuperação, ou seja, ele terá menos oportunidades de garantir sua vaga no Chase da categoria principal. Torcemos pela rápida recuperação de Kyle Busch, um piloto polêmico porém muito veloz.

Eis que chegou o grande momento, aquele que todos esperavam. A primeira corrida do ano, a mais importante e famosa do calendário. Finalmente ouvimos o ronco dos novos motores e a disputa começou. A corrida teve ótimos momentos, poucas bandeiras amarelas, para delírio dos detratores da categoria (desculpe aí, colegas do GPTo…), carros nervosos escorregando a traseira, disputas acirradas por um espaço mínimo para colocar o carro na frente dos demais, defesas no limite e filas de três ou até quatro carros na mesma curva. Espetacular!

As últimas 30 voltas foram de tirar o fôlego, com uma troca alucinante de posições, carros subindo e descendo nas filas mais rápidas. Os carros da Hendrick sempre andando na frente, o atual campeão Kevin Harvick mostrando sua velocidade ao fim da prova, e Joey Logano, um dos mais jovens e talentosos pilotos da categoria, impondo seu ritmo forte. Logano, que disputou o último campeonato até a última prova, começou o ano provando que não vai deixar barato a derrota de 2014. Um ritmo constante e muito rápido, além de uma defesa limpa e eficaz, foram as chaves para a vitória, a sua primeira Daytona 500, mais um piloto colocando seu nome entre os grandes vencedores da maior prova da Nascar. Muitos méritos para o jovem piloto e sua equipe, sem dúvida.

Não faltou emoção, velocidade, acidentes, disputas no limite e tudo o que o fã da Nascar gosta. Os números de audiência comprovam o sucesso da primeira corrida do ano, com um aumento de 44% em relação ao ano anterior, atingindo mais de treze milhões de espectadores. Fantástico para a categoria, melhor para os fãs.

Após as mudanças de regulamento aplicadas nesse ano, vimos que o resultado para a corrida não foi ruim como muitos imaginavam, principalmente pela redução de potência dos motores. Os carros continuam muito rápidos e barulhentos e a disputa e emoção não tiveram baixas em relação ao ano anterior.

Talvez a principal mudança que pudemos notar durante o evento foi na aplicação de mais punições nos boxes. O novo regulamento determina que ao invés de fiscais observarem o trabalho nas paradas para troca de pneus e combustível, câmeras instaladas nos pits fariam o trabalho. Claro que a possibilidade de ver as imagens em replay garante uma visão melhor dos acontecimentos, algo que mesmo olhos bem treinados e atentos poderiam deixar passar, pois só tinham uma chance de avaliar o andamento das paradas.

Ainda está cedo para um parecer definitivo, foi apenas a primeira prova do ano, mas se o ritmo se mantiver tão intenso quanto tivemos na Daytona 500, o ano promete. Convido você que não está acostumado a acompanhar a categoria para assistir os próximos eventos e nos dizer do que gostou e do que não gostou. Sem dúvida teremos muitos debates saudáveis sobre essa categoria tão espetacular.

Após a etapa inicial tivemos a prova no oval de uma milha e meia de Atlanta. A equipe Hendrick mais uma vez mostrou superioridade e Jimmie Johnson venceu de forma incontestável. A vitória do número 48 foi mais uma amostra de equilíbrio e competição da Nascar para os que não estão familiarizados com a categoria, já que o piloto seis vezes campeão largou num longínquo trigésimo sétimo lugar, depois de seu carro não passar na inspeção antes da classificação. Alguém imagina o Massa saindo lá atrás e ganhando a corrida nos tempos modernos da F1?

Difícil, muito difícil…

Rafael Mansano

Rafael Mansano
Rafael Mansano
Viciado em F1 desde pequeno, piloto de kart amador e torcedor de pilotos excepcionais.

13 Comments

  1. Mauro Santana disse:

    Bela coluna Rafael!

    Daytona 500 é sempre especial.

    A única que eu assisti inteira pela TV, foi a edição de 98, e pra minha sorte, o vencedor foi logo Dale Earnhardt “The Intimidator”.

    Abraço

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

    • Rafael Mansano disse:

      Obrigado, Mauro!

      Muito legal você ter assistido uma corrida tão emblemática e histórica quanto a Daytona de 98. Sem dúvida você começou com o pé direito.

      Obrigado pelo comentário.
      Grande abraço.
      Rafael Mansano

    • Mauro Santana disse:

      Olá Rafael!

      Este vídeo aqui é muito legal.

      https://www.youtube.com/watch?v=mvdgBdim2aU

      Abraço!

      Mauro Santana
      Curitiba-PR

      • Rafael Mansano disse:

        Mauro,

        muito bacana esse vídeo. Eu já tinha assistido alguns outros vídeos falando sobre a história do Dale Earnhardt e Daytona, mas esse resume bem a história da luta que foi para ele vencer por lá. Obrigado por compartilhar conosco.

        Abraços,
        Rafael

  2. Lucas Giavoni disse:

    Assisti com interesse a Daytona 500, Rafael.

    E fiquei um bocado puto quando o Justin Allgaier fez uma barbeiragem sozinho que acabou provocando um final muito menos quente do que o esperado. A corrida em si, porém, foi muito boa, e Logano mereceu a vitória.

    Más línguas dizem que a falta de bandeiras amarelas se deveu à total ausência do sobrenome Busch na corrida, hehe… Eles são tremendamente mala, chorões, chiliquentos, maus perdedores… mas são ótimos e fazem falta. Espero que ambos voltem rápido pra pista.

    Continue defendendo a Nascar! Abração!

    Lucas Giavoni

    • Rafael Mansano disse:

      Lucas,

      sem dúvida a bandeira amarelha tirou um pouco da emoção da volta final, mas as 30 voltas finais foram de arrepiar, não?

      Sobre as bandeiras amarelas devo concordar que os Busch podem contribuir para uma ou duas nas corridas, mas também deixam as corridas emocionantes!

      Obrigado pelo comentário.

      Grande abraço!
      Rafael Mansano

  3. Flaviz disse:

    Bela coluna!!

    Foram duas corridas espetaculares mesmo!
    Pena que o #24 foi tirado da disputa nas duas, já vai ter que começar uma reação para entrar no Chase sem sustos.

    • Rafael Mansano disse:

      Obrigado, Flaviz!

      Sem dúvida o #24 vai se recuperar, principalmente por ser o último ano dele.

      Grande abraço!

  4. Fernando Marques disse:

    Rafael,

    assisti de re lance alguns momentos da Daytona 500 … mas preciso me familializar com o regulamento e com os pilotos … como não conheço nenhum deles para mim são todos grecos …aos poucos vou entender melhor o universo da nascar com suas colunas.
    Por curiosidade tenho algumas perguntas:
    1) Por que o Nelsinho Piquet não chegou na principal divisão da Nascar,?
    2) Quais seriam as chances do Paludo de alcançar a principal divisão?

    Fernando Marques
    Niterói RJ

    • Rafael Mansano disse:

      Olá, Fernando.

      Muito legal que você esteja interessado em acompanhar a categoria, sempre bom receber gente nova debatendo por aqui. Continue acompanhando as colunas e procure também acessar o site da Nascar para conhecer mais sobre os pilotos e as regras da categoria.

      Respondendo suas perguntas:
      1) Nelsinho Piquet chegou a fazer uma corrida na Sprint Cup, em 2014, no circuito misto de Watkins Glen. O resultado foi razoável, partindo da 32ª posição e terminando em 26º. A verdade é que Nelsinho nunca brilhou nas categorias de base da Nascar, mesmo sendo o único brasileiro com vitórias na Truck Series e Nationwide.

      2) Acredito que atualmente as chances são mínimas, ou até inexistentes. Paludo não conseguiu evoluir em sua carreira mesmo competindo na Truck com uma equipe com boa estrutura. Ele continua por lá tentando voltar às competições mas ainda não temos novidade sobre sua situação.

      Obrigado pelo comentário e pelas perguntas.

      Grande abraço.
      Rafael Mansano

      • Fernando Marques disse:

        As perguntas a meu ver foram pertinentes pois seria bom ter um brasileiro na Nascar … ao menos para torcer …

        Fernando MArques

        • Rafael Mansano disse:

          Sem dúvida foram perguntas pertinentes, Fernando, realmente seria ótimo ter um piloto brasileiro disputando o título na categoria principal. Infelizmente nunca conseguimos “encaixar” um piloto bom com uma estrutura igualmente boa, mas vamos continuar torcendo!

          Abraços,
          Rafael Mansano

        • Marcelo C.Souza disse:

          Ótima coluna,Rafael!

          Também assisti a edição deste ano da sempre tradicional e imperdível Daytona 500,e,aqui entre nós,mesmo com aquele tumulto causado nas últimas 3 voltas pelo Justin Allgaier,a segunda metade da prova foi realmente de tirar o fôlego,com aquelas fileiras de “three-wide” nas curvas e,às vezes,até de “four-wide” nas retas! Apesar de eu ter torcido pelo Tony Stewart,foi muito bacana ver o Joey Logano escrevendo o nome dele na história da corrida mais simbólica da NASCAR,e provando que este jovem piloto fez a coisa certa ao trocar a equipe Joe Gibbs pela Penske.

          Quanto à prova de Atlanta,não cheguei a acompanhá-la na integra,mas,pelo compacto que vi,já estou chegando à conclusão de que as mudanças profundas no regulamento deste ano estão começando a ter o efeito esperado,embora ainda seja muito cedo para afirmar isto. Você gostou daquele salseiro na curva 2,bem “à lá Superspeedway” ?
          Se não me engano,chegou até a ser um “Big One” envolvendo,no mínimo,uns 10 ou 15 carros!

          Já com relação à participação de pilotos brasileiros na Sprint Cup(a divisão principal da categoria),infelizmente creio que isto não vá ocorrer tão cedo,em virtude do automobilismo norte-americano em si ser tratado com muito desprezo no nosso país,principalmente pela mídia. Perceba que,mesmo com inúmeras vitórias do Emerson Fittipaldi,do Tony Kanaan e do Hélio Castroneves,a F-Indy continua sendo vista com “maus olhos” pela maioria do nosso público automobilista. Nunca devemos generalizar,de maneira alguma,mas para muitas pessoas o automobilismo ainda resume-se apenas à F-1,as outras categorias são apenas o “resto”.

          A temporada 2015 da NASCAR promete!!!!!

          Um forte abraço!!!

          Marcelo C.Souza
          Amargosa-BA

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