De volta à praia de Daytona

Olá, amigos!

Mais um começo de ano para a Nascar, dessa vez cheio de expectativas por um novo regulamento, novos pilotos, o retorno de algumas pistas e a esperança de que um novo ciclo sempre nos traz. Nesta coluna do ano passado falei bastante sobre os carros de 2022, então vamos comentar sobre outras novidades que temos na categoria para este ano.

A equipe Chip Ganassi, com muito mais sucesso na Indy, encerrou suas atividades e seus pilotos Kurt Busch e Ross Chastain partiram para novas empreitadas. Kurt agora pilota o carro número 45 na equipe 23XI, de Michael Jordan e Denny Hamlin. A Front Row manteve o vencedor da Daytona 500 de 2021, Michael McDowell, e agora conta com Todd Gilliland no carro 38. A JTG Daugherty manteve Ricky Stenhouse no carro 47 e encerrou as atividades do carro 37. A Kaulig Racing correrá com Justin Haley no carro 31 e a Petty Motorsports agora conta com Ty Dillon no carro 42, além de manter Erik Jones no famoso 43.

Uma mudança bastante impactante aconteceu na equipe Roush Fenway, que agora adicionou o nome Kaselowski em sua nova formação. Obviamente o piloto Brad Kaselowski, tendo se tornado sócio do time, agora ocupa o carro número 6, que era do veterano Ryan Newman. O outro carro da equipe permanece com Chris Buescher no carro número 17. A equipe Trackhouse Racing manteve Daniel Soares no carro 99 e trouxe Ross Chastain, que agora carrega o número 1.  A tradicional Wood Brothers trouxe o jovem Harrison Burton para pilotar o carro número 21, no lugar de Matt DiBenedetto. A equipe Hendrick manteve sua formação com Chase Elliott no 9, Kyle Larson no 5, Alex Bowman no 48 e William Bryon no 24.

A equipe Gibbs também não teve mudanças e contará novamente com Martin Truex Jr. no 19, Denny Hamlin no 11, Kyle Busch no 18 e Christopher Bell no 20. Austin Dillon permanece pilotando o lendário carro 3 da Richard Childress, que mantém no carro 8 o talentoso Tyler Reddick. A Rick Ware manteve Cody Ware no carro 51, assim como a Spire Motorsport continuo com Corey Lajoie no número 7. A equipe Stewart-Haas, que esse ano precisa mostrar resultado melhor do que em 2021, ainda conta com Kevin Harvick no 4, Chase Briscoe no 14, Cole Custer no 41 e Aric Almirola no 10, sendo que este será o último ano pilotando esse carro, já que ele deve se aposentar ao fim do campeonato.

O esquadrão de Roger Penske manteve Joey Logano e Ryan Blaney com os carros 22 e 12, respectivamente. No carro número 2 foi recrutado o novato Austin Cindric, campeão da Xfinity em 2020. A contratação se mostrou muito feliz, já que no último fim de semana o novato simplesmente venceu as 500 milhas de Daytona, a corrida de maior prestígio da categoria. Cindric foi o primeiro novato a ganhar a tão sonhada corrida que deu origem à categoria. Em 2011 o jovem novato Trevor Bayne também venceu, mas como não correu o ano todo não foi considerado um rookie. Para se ter ideia do feito, existem vários campeões que nunca venceram a prova, como Bobby Labonte, Terry Labonte, Rusty Wallace, Tony Stewart, Kurt Busch, Kyle Busch, Brad Kaselowski e Martin Truex Jr.

A maior corrida da categoria foi o primeiro teste real dos novos carros da sétima geração, lembrando que a etapa inaugural, e festiva, do calendário foi disputada no minúsculo Los Angeles Memorial Coliseum. Um estádio de futebol americano transformado em pista. A impressão era de uma corrida de autoramas, e de verdade os carros não foram testados propriamente. Em Daytona, as disputas foram “pra valer” e não houve grandes mudanças em relação ao posicionamento dos carros, dinâmica no vácuo e até mesmo nas paradas nos boxes. Obviamente os pneus eram encaixados com mais rapidez, mas numa corrida nestes moldes não teria tanta diferença se os carros ainda estivessem equipados com as saudosas rodas com 5 parafusos.

Um ponto que chamou bastante a atenção é que a mudança estrutural da suspensão fez com que, ao menor toque, o eixo traseiro se quebrasse, fazendo com que vários carros tivessem que abandonar a prova. Outro ponto observado durante a corrida é que, dada a altura extremamente baixa dos carros e o perfil menor dos pneus, um furo fazia com ele não conseguisse sair do lugar, nem mesmo com um caminhão da Nascar empurrando por trás. Com certeza é algo que a organização vai precisar rever para as próximas corridas.

A prova teve de tudo: big ones, nervosismo nas empurradas, pilotos bravos com aqueles impacientes que empurravam sem um sinal de respiro, acidentes espetaculares, inclusive com o novato Harrison Burton capotando na reta oposta. Todos os segmentos foram vencidos por Martin Truex Jr., que como sempre estava muito bem. Mas no momento final, após uma breve bandeira vermelha e a relargada, o jovem Austin Cindric, de apenas vinte e três anos, conseguiu segurar seu companheiro de equipe Ryan Blaney e Bubba Wallace para vencer a prova. Bubba Wallace que fez uma corrida sólida, tendo um excelente desempenho na superspeedways, como é recorrente para ele neste tipo de pista.

Falando em pista, em 2022 teremos novas pistas no calendário e a segunda edição de Bristol na terra. Para esse ano, a Nascar vai disputar essa prova no horário da noite, o que deve causar uma dor de cabeça ainda maior para os pilotos, pela baixa visibilidade. Outras pistas, como o oval de 1.25 milha em Illinois, volta ao calendário, assim com a Auto Club Speedway. Em 2022, a Nascar só não vai ter corrida por uma semana, notícia que deixa os fãs muito contentes.

Ano novo, carros novos, pistas novas, pilotos novos e emoção renovada. Essa é a Nascar de 2022. Esse ano promete.

Abraços!

Rafael Mansano