E se Rubinho ganhasse?

VICE (QUASE) PERDIDO
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UM LUGAR ESPECIAL
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Panda

Vamos supor que o motor do Ferrari de Rubinho não tivesse aberto o bico e ele vencesse em Indy. Certamente teria levado um dez triunfal de todo e qualquer analista, mesmo de pessoas como nós, que simpatizam com o pai do Eduardo – aliás, gosto para nome ele até que tem… – mas não perdem o olho crítico.

Mas Rubinho não venceu e, dada a absoluta unanimidade de imprensa brasileira e mundial em elogiar o seu desempenho domingo, me rendo e também vou elogiá-lo. Tudo não passou de um terrível azar, de uma falha mecânica improvável, de uma falta de estrela, que teima em se entregar ao jovem brasileiro.

Não vou dizer que você tem toda razão em sua análise, nem que a Ferrari jogou fora uma vitória bastante provável quando pediu a Schumacher que deixasse Rubinho passar nem questionar que raio de estratégia é esta que te faz sair dos boxes em segundo. Vou apenas dizer que Rubinho fez uma corrida valente e perdeu, no mínimo, um segundo lugar muito merecido.

Mas não posso terminar sem repetir uma frase sua, que achei simplesmente perfeita, e citar outra, do Pino Allievi, de La Gazzetta dello Sport. Primeiro a sua: “se as coisas só dão errado com ele, deve haver alguma razão para isso. E ele seria a melhor pessoa para fazer uma avaliação correta.” Agora, a do Pino, dita depois da corrida de Monza: “A Rubens non mancano le qualità, ma ha troppi fantasmi che popolano la sua testa”.

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Não sei exatamente porque mas há algo que não me cai bem em Indy. Os carros de Fórmula 1 passando por aquela curva 1 ao contrário é algo estranho e diria mesmo ligeiramente entediante. O miolo é demais de lento. Naquela última seqüência de esses então, os carros parecem que quebraram de tão lentos.

E aquele pessoal na platéia me parece absolutamente abespinhado de ver o líder disparar na frente e ninguém fazer nada – digo inventar uma bandeira amarela – para segurá-lo, juntar todo mundo e começar a corrida de novo, depois de dar um tempo para moçada comprar mais cachorro-quente e cerveja-quente.

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Leio no site Autosport.com que a Toyota viajou até a Malásia para testar aquela encrenca com a qual eles provavelmente disputarão as últimas filas dos GPs do ano que vem com Minardi e Prost.

Mika Salo, ex companheiro do está-melhorando-muito Diniz, marcou 1m42.59s como melhor volta, depois de três dias de teste – sete segundos inteiros mais lento do que a pole de Michael Schumacher na corrida de março.

Isso depois de quase um ano inteiro de testes bancados pela segunda maior indústria automobilística do mundo. E depois tem gente que pensa que é fácil fazer um Fórmula 1 vencedor.

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Vem cá: você conhece Indy, não conhece? Foi cobrir corrida ou só passear? Foi no museu? Andou na pista? Conta aí pra gente…

Grande abraço

Edu

Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

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