Foto-Legendas – Viva Chaparral!

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Melhor seria um livro-legenda, tantas histórias há para contar da Chaparral e dos carros construídos por ela entre o começo dos anos 60 até final dos anos 70. O amigo Carlos Chiesa resumiu tanto quanto possível esta saga extraordinária numa série de quatro colunas e eu não poderia fazer melhor do que ele.

Por isso, limito-me nesta coluna a desfilar foto dos modelos da Chaparral, com brevíssimas informações sobre cada um, ressalvando que raramente a equipe deixou de implementar alguma mudança nos seus carros entre uma e outra corrida. Por isso, peço desculpas prévias por enganos e descuidos meus.

Em tempo, aqui vai o link para a coluna final do Chiesa sobre a Chaparral, publicada em janeiro de 2016. Lá, vocês encontram os links para as colunas anteriores: https://gptotal.com.br/o-pioneiro-do-ar-final/

 

 

Chaparral 1

Jim Hall, o fundador da equipe, pilotou este carro entre 57 e 62. Não foi originalmente construído por ele e seu sócio Hap Sharp, mas eles o modificaram de tal forma ao longo dos anos que se sentiram estimulados a assumir a criação e construção dos modelos seguintes.

O carro era equipado com um motor Chevrolet V8, marcando o início de um relacionamento técnico entre a equipe e a GM.

 

 

Chaparral 2A

Este foi o primeiro carro concebido e construído inteiramente pela equipe. Estreou em 1963 e foi continuamente modificado até 65, a ponto de alguns o definirem como 2B. competiu no United States Road Racing Championship e no West Coast Pro Series, entre outras competições americanas.

O modelo incorporou várias inovações ao longo da sua existência, inclusive uma transmissão automática. Venceu as 12 Horas de Sebring de 1965, com Hall e Sharp ao volante.

 

 

Chaparral 2C

Uma evolução natural do modelo anterior, incorporou a partir de um dado momento um aerofólio traseiro móvel, acionado por um pedal, dando origem às pesquisas aerodinâmicas que revolucionariam o automobilismo nos anos seguintes.

 

 

Chaparral 2D

O primeiro Chaparral fechado. Marcou a internacionalização da equipe, que o inscreveu em várias corridas na Europa, vencendo os 1000 km Nürburgring em 66 com Phil Hill e Joakim Bonnier e competindo também nas 24 Horas de Le Mans daquele ano.

 

 

Chaparral 2E

Este carro participou do Can-AM 66, com Hill e Hall, conseguindo uma dobradinha em Laguna Seca.

Não se engane com a sua aparência inofensiva: o carro foi considerado à época como a mais ousada experiência aerodinâmica incorporada a um carro de competição, inclusive com o deslocamento dos radiadores para a traseira do carro, um movimento que seria copiado pela Fórmula 1 anos mais tarde.

É considerado por Hall como o seu carro favorito.

 

 

Chaparral 2F

Coberto e com aerofólio, este modelo (visto acima e na foto de abertura desta coluna) tem conquistas importantes, como uma vitória nas 6 Horas de Brands Hatch e participação nas 24 Horas de Le Mans de 67, nas mãos de Hill e Mike Spence. É uma evolução natural do 2E.

 

 

Chaparral 2G

Inscrito no Can-Am 67 e 68, este modelo consegue três segundos lugares nas temporadas, com Hall ao volante.

Na corrida de Las Vegas, ele sofre grave acidente. É o fim da carreira de piloto de Hall.

 

 

Chaparral 2H

Uma experiência exasperada em aerodinâmica, concebida para competir no Can-Am em 1969, o modelo incorpora aquele que é provavelmente o maior aerofólio já aplicado a um carro de competição.

Nas mãos de John Surtess, o carro tem sucesso modesto, mesmo depois que a asa gigantesca foi retirada.

 

 

Chaparral 2J

O aerofólio dá lugar a potentes ventiladores instalados na traseira do carro que, com a completa vedação do fundo do carro, cria um efeito de sucção extremamente forte. Inscrito em quatro provas de Can-Am 70, o 2J mostrou-se rápido, mas inconsistente, mesmo quando pilotado por Jackie Stewart e Vic Elford.

No final da temporada, as autoridades esportivas proíbem o uso do artifício, mas o veremos reaparecer no Brabham BT 46B, que levou Niki Lauda à vitória no GP da Suécia de 78.

 

 

Chaparral 2K

O Fórmula Indy da Chaparral foi criado por John Barnard, incorporando efeito solo. Estreou em 79 e teve uma carreira de sucesso na categoria nos três anos seguintes, somando seis vitórias, incluindo a Indy 500 de 80 e o título da temporada, com Johnny Rutherford ao volante.

 

 

Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

6 Comments

  1. MarcioD disse:

    Bela reportagem!! Jim Hall foi um dos pioneiros e gênios da aerodinâmica aplicada aos carros de competição. O cara é muito criativo!!

  2. Robertão disse:

    Bela coluna Edu. Carros com uma ousadia de projetos que não veremos mais. Hoje temos uma infinidade de simulações que cercam erros de projeto mai rapidamente…( ou não, vide a Mercedes W13 que mais se parece com um 1313 basculante!!) . E revendo a foto do 2A algo me diz que ele foi a inspiração do carro do corredor X da serie Speed Racer. Segue o link
    https://www.worthpoint.com/worthopedia/speed-racer-shooting-star-2003-ertl-2013806932
    https://leotogashi.blogspot.com/2017/04/carros-e-filmes-shooting-star-e-o.html

    Abs e que venham mais colunas como essas.

  3. Carlos Chiesa disse:

    Muito gentil a menção à coluna publicada anteriormente. Tenho certeza de que você faria melhor.

  4. Fernando marques disse:

    Edu
    .o Chaparral 2J nunca tinha visto.
    Mais uma vez “Foto Legendas” dá um show de informações e belos registros.

    Fernando Marques
    Niterói RJ

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