O que realmente importa?

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Mergulhar em manobras de ultrapassagem impossíveis, deixar nas mãos do adversário a escolha quanto a bater ou recuar… Frear além do último ponto possível; ignorar limites da pista; atrasar adversários em treino classificatório; bater rodas em sessões nas quais não havia nada em jogo, exceto afirmação ou intimidação; discutir punições ou procedimentos via rádio; cometer erros em meio a falhas de comunicação; hesitação; brake test; burlar as restrições ao desenvolvimento de motores sob a fachada de aumentar a confiabilidade; escolher – de forma um tanto arbitrária – quando recorrer a carro de segurança virtual, carro de segurança convencional, bandeira vermelha, ou sobre quando deixar retardatários recuperarem voltas perdidas…

Essa intensa viagem que fizemos juntos ao longo de 2021 nos brindou com um dos mais preciosos contextos esportivos já vistos em categoria de topo no esporte a motor, e de quebra revelou um quarto piloto a vencer por quatro vezes as 500 Milhas de Indianápolis. Por outro lado, também nos cobrou, ao longo do caminho, as presenças de Frank Williams; Al Unser Sr. e Bobby Unser; Carlos Reutemann; André Ribeiro; Adrián Campos; Johnny Dumfries; Bob Bondurant; Jean-Pierre Jaussaud; Mansour Ojjeh e Murray Walker, entre tantos outros. E encaminhou a aposentadoria de grandes do esporte, como Kimi Räikkönen; ou gigantes como Valentino Rossi.

Do Bahrein a Abu Dhabi Lewis Hamilton, na Mercedes, e Max Verstappen, na Red Bull, fizeram lembrar a épica e dramática batalha travada por Ayrton Senna e Alain Prost ao longo de 1990, tanto pela tensão quanto pela qualidade da disputa. De fato, raras vezes o esporte a motor viu um contexto estimular com tamanha intensidade os espíritos competitivos de pilotos e equipes, e foi muita sorte nossa que tal conjuntura tenha se formado num momento em que tínhamos talentos do quilate de Lewis Hamilton e Max Verstappen para aproveitá-la enquanto escreviam a história de uma das melhores temporadas de todos os tempos.

E que esteve perto de ser ainda melhor.

Ao fim de 22 corridas e algumas das mais vigorosas batalhas já vistas no topo do esporte a motor, uma infinidade de pequenas influências externas ou de natureza questionável foram se acumulando, mas de algum modo isso não se refletiu num distanciamento entre os principais conjuntos na tabela de pontuação. Ao contrário, é fácil desenvolver a impressão de que tais influências – fossem elas evitáveis ou não – serviram para aproximar Max e Lewis em diversos momentos, propondo uma reflexão a respeito do quanto a narrativa histórica construída a partir dos campeões de cada ano é satisfatória para que se faça justiça ao que efetivamente de melhor foi feito na História deste esporte.

Tal questionamento se impôs a mim em meio aos acontecimentos deste fim de ano. Ao observar todo o drama em torno da última volta da última corrida, e a todo o peso dado por pilotos e pela comunidade automobilística mundial por saber, afinal, quem seria coroado campeão mundial em 2021, me vi perguntando a mim mesmo qual a real relevância disso tudo. Até que ponto o resultado dessa última volta teria legitimidade para jogar nova luz sobre tudo que havia sido feito até ali? Seria justo, no fim das contas, olhar para tantos momentos a partir das influências do resultado de uma única volta, para no fim simplesmente alçar um dos conjuntos à prateleira dos campeões mundiais e outro à esquecida galeria dos vices?

Sério, é só disso que se trata? Quero dizer: faz sentido que os desempenhos entregues por Lewis e sua Mercedes neste ano de 2021 sejam igualados, à base de muito reducionismo, aos vices conquistados por Bottas em 2020 e 2019? Mais: é justo que sua empolgante campanha neste ano seja resumida no futuro simplesmente como uma derrota, apesar de ter sido muito mais vistosa do que outras que renderam – a ele mesmo, inclusive – o título mundial?

O que, afinal, importa nisso tudo? A qualidade do que de fato foi entregue, ou simplesmente saber quem foi campeão, sem maiores atenções ao nível da concorrência que enfrentou?

Ayrton Senna tangenciou essa questão quando afirmou que “todo ano alguém obrigatoriamente vence o campeonato mundial”, e, portanto, “é preciso fazer mais do que isso”. De fato, se ainda hoje tanta gente enxerga no tricampeão um piloto melhor (o que quer que isso signifique) do que outros que venceram mais do que ele, isso se deve justamente ao fato de ter ido além do patamar automaticamente alcançado por quem logra conquistar o título mundial.

Mas, no frigir dos ovos, o que pode se esconder além do horizonte visível das vitórias?

Pilotos como Senna ou Valentino Rossi descortinaram trechos deste véu ao demonstrar que a forma como se compete pode, sim, ser maior do que o resultado obtido. Outros, antes deles, também já haviam compreendido isso, e podemos citar o cavalheirismo de Stirling Moss como bom exemplo dos valores cultuados pelos melhores representantes de gerações passadas. Pois bem, dentro das possibilidades atuais, vimos também isso se repetir em 2021 de forma bastante sensível.

Basta observar, por exemplo, que transcorrido tão pouco tempo desde a decisão em Abu Dhabi já é possível notar que muitas vozes – algumas mais entendidas, outras nem tanto – perderam a inibição quanto a identificar em Lewis Hamilton o melhor piloto na história da F1.

Continuo pensando de maneira diversa, mas o interessante aqui é observar a falta que uma grande rivalidade e as devidas cargas dramáticas fazem ao reconhecimento e ao dimensionamento de uma carreira. Mesmo tendo de se conformar com o vice-campeonato, Hamilton – e não sei se ele já se deu conta disso – sai de 2021 com uma aura muito mais destacada do que a que teria neste mesmo momento caso tivesse conquistado um oitavo título com três ou quatro provas de antecedência, lutando apenas contra um companheiro de equipe subserviente.

Faltava à sua carreira a necessária carga dramática, mas talvez seja justo observar que este não é um fenômeno que se aplique somente a ele, pois parece ser uma marca de nosso tempo.  Há que se lamentar, olhando em perspectiva, que o excessivo e medíocre foco nos números, nas estatísticas, no tamanho da fatia do bolo financeiro, na imagem institucional e tantos outros interesses não esportivos nos tenham privado de todos os duelos que poderíamos – e deveríamos – ter visto entre os principais volantes de uma geração especialmente generosa na distribuição de talentos, que agora se aproxima da aposentadoria.

A eletrizante temporada de 2021 apenas reforça a sensação de que a safra que reuniu Hamilton, Vettel, Alonso, Kimi, Button, Rosberg e Kubica, com margem para incluir um ou outro nome, talvez mereça ser lembrada no futuro como uma geração quase que perdida, ao menos no que diz respeito ao potencial esportivo que desperdiçou.

Não acredito que vá acontecer, mas seria muito oportuno se todos na F1 se dessem conta de que a relevância da categoria como um todo cresce de maneira exponencial quando alguns dos melhores carros e pilotos do mundo se enfrentam com liberdade e proximidade de condições. A ponto de ser preferível – e mesmo mais lucrativo, no longo prazo – ser eventualmente derrotado numa batalha épica e honrada do que vencer sem oposição.

Colocando noutros termos, talvez seja momento de aflorar a consciência de que a qualidade de uma temporada não se mede pela estatura de seus campeões, mas pela grandiosidade do conjunto vice-campeão, e de outros que por ventura se credenciem à disputa. É a robustez dos adversários batidos que define a altura do sarrafo, e compreender isso demanda o direcionamento de esforços no sentido de promover condições mais próximas de trabalho, naturalmente sem apelar a atalhos que simplesmente punam a competência.

Se tivesse de apontar uma única lição a ser aprendida com 2021, provavelmente seria essa.

Ainda a esse respeito, muitas vezes eu respondi às compreensíveis alegações de alguns amigos de que a temporada de 1988 teria sido enfadonha com a ponderação de que ela abrigou aquele que possivelmente foi o conjunto vice-campeão mais forte de todos os tempos.

A presença, agora, de Lewis Hamilton e sua Mercedes nessa lista acrescenta um pouco de pimenta a este debate, valorizando ainda mais o primeiro título de Verstappen, a exemplo do que ocorreu com Ayrton 33 anos antes.

Aliás, fica o convite aos amigos para que exponham, nos comentários, suas listas com os conjuntos vice-campeões mais fortes da história.

Passando a régua no que foi a temporada 2021 na Fórmula 1 é fácil concluir que, num apanhado geral, Max Verstappen e a Red Bull formaram o conjunto mais forte do ano, e por isso o título teria ficado em boas mãos. Mas, se é assim, por que então tantos de nós estamos saindo deste banquete com um gosto amargo na boca?

Arrisco uma resposta, ou ao menos uma hipótese. Se Max mereceu o título, Lewis provavelmente mereceu a vitória em Abu Dhabi, ainda que o posicionamento dos fiscais diante do imbróglio na primeira volta seja tão passível de questionamentos quanto o que vimos na fase final da corrida.

Se o campeonato tivesse seguido seu curso normal, refletindo em pontos o desempenho entregue em pista, ou se o sistema de pontuação admitisse o descarte de número compatível de resultados de modo a evitar que abandonos tenham mais peso do que vitórias no cômputo final, Max provavelmente teria chegado a Abu Dhabi com a disputa já definida em seu favor, ou ao menos em condições de conquistar o título sem depender da vitória. Não teria sido tão “emocionante”, mas teria sido mais verídico e respeitoso.

Da forma como tudo se deu, no entanto, coube ao diretor de prova decidir quem teria mais chances de ser campeão, e isso é absolutamente lamentável. A F1 quis imitar o Divino e escrever certo por linhas tortas, mas não chegou a esse resultado consertando o que estava errado, e sim entortando o que deveria ser reto.

Entre as coisas que precisam ser modificadas, é preciso falar sobre áreas de escape.

É ponto pacífico que a função primordial das áreas no entorno do traçado é assegurar o máximo de segurança a todos os envolvidos, mas não se pode perder de vista uma segunda função quase tão importante quanto, por se tratar de um postulado imprescindível à própria essência do esporte a motor.

Vencer nas pistas tem de passar, obrigatoriamente, por se aproximar dos limites, sem os ultrapassar. Não se trata de uma disputa para ver quem é mais louco, ou um videogame no qual se pode arriscar um chute sem qualquer consequência. A exemplo do que acontece nas motos, onde qualquer desrespeito a essa regra é sinônimo de queda, o automobilismo precisa recuperar o real significado dos limites a serem respeitados, agregando penalidades naturais a quem os ultrapassar.

De fato, muitas das decisões judicializadas e arbitradas ao longo de 2021 teriam sido evitadas ou resolvidas por si próprias se ao acaso houvesse alguma faixa de perda de tempo (ou mesmo de abandono) às margens do traçado. E aí, quem quiser frear depois do ponto, que freie e assuma as consequências. Sem apelações via rádio, sem choro, sem insinuações de favorecimento, sem barganha por punições reduzidas ou direcionadas a adversários.

Em termos simples, o que torna um piloto mais eficiente do que outro é justamente a forma como lida com os riscos, com a presença do limite, o quanto consegue reduzir – de modo consistente e sustentável – a própria margem de segurança. E grande parte disso se perde quando tudo se torna uma questão de ultrapassar ou não uma linha desenhada no asfalto, sempre podendo contar com uma zona interpretativa que jamais será atenta a todas as curvas em todas as voltas para todos os pilotos.

Aí, amigos, fica fácil para um piloto menos talentoso carregar em curvas quase tanta velocidade quanto um fora de série, sabendo que isso não representará um prejuízo definitivo. Acreditem, se a última volta de Max na Q3 da Arábia vinha sendo tão assustadora e impressionante até terminar num toque ao muro, isso se deve justamente aos riscos representados pela ausência de margem para erros ou excessos.

Naturalmente não defendendo que as pistas sejam cercadas por muros, mas o cenário atual também está longe de ser satisfatório se ainda queremos, de fato, separar os homens dos meninos, bem como assegurar aos melhores pilotos as necessárias ferramentas para que possam compensar, no braço ou no risco assumido, eventuais deficiências de equipamento.

A guerra de 2021 também expôs, de forma até mesmo desanimadora, nossa tendência coletiva à simplificação narrativa e à adoção de falsas equivalências.

Nas muitas vezes em que a rivalidade Senna x Prost foi evocada a história foi frequentemente contada sem o devido cuidado, ignorando as enormes diferenças contextuais que separam, por exemplo, as batidas de 1989 e 1990. Da mesma forma, interesses comerciais, falta de conhecimento/memória ou empolgação momentânea se uniram inúmeras vezes para decretar que jamais se viu temporada melhor que 2021, que Lewis é inegavelmente o maior/melhor de todos os tempos, além de uma série de outras afirmações vazias de significado real.

Mais importante, contudo, talvez seja revisitar, desde já, a narrativa que propõe a Max Verstappen e Lewis Hamilton, respectivamente, os papéis de agressor e vítima, em razão do que se viu nas últimas provas do ano, quando um toque que eventualmente levasse ambos ao abandono teria favorecido o piloto holandês.

Registros históricos, no futuro, deveriam considerar com a mesma atenção a mensagem não verbal transmitida por Hamilton quando, na etapa seguinte à batida em Silverstone – na qual foi único beneficiado e maior responsável –, comportou-se de maneira triste e pequena durante a Q3, sendo o primeiro, de fato, a levar a disputa para um patamar instável e com regras de comportamento nebulosas.

Com a mesma eloquência com que o comportamento excessivo de Verstappen deve ser cobrado por quem sustenta este esporte, as atitudes provocativas de Hamilton precisarão ser lembradas no futuro por qualquer narrador que esteja mais comprometido com a busca por justiça do que com vaidades ou preferências pessoais.

Com esta coluna chegamos ao fim de um ano especial, em que mais uma vez estivemos juntos.

Já são 20 temporadas deste veterano chamado GPTotal, e nossa gratidão aos amigos que frequentam este espaço e complementam as colunas com seus excelentes comentários é proporcional ao tempo de estrada que temos acumulado.

A todos os “gepetos” nosso carinho e os votos de um feliz natal e um 2022 de muita saúde para todos.

Márcio Madeira
Márcio Madeira
Jornalista, nasceu no exato momento em que Nelson Piquet entrava pela primeira vez em um F-1. Sempre foi um apaixonado por carros e corridas.

6 Comments

  1. Diego Lopes Del Vecchio disse:

    Estava indo bem, sendo bastante analítico, imparcial e tudo mais, mas aí no final pra mim deu uma escorregada e meio que se declarou.

  2. Rubergil Jr disse:

    E desejo um Feliz Natal e um excelente 2022 a toda equipe GPTotal e aos leitores!

  3. Rubergil Jr disse:

    Belíssimo texto, brilhante modo de fechar a temporada.

    Sobre os vices mais fortes, fico com as duas temporadas que tiveram 2 vices ambos da mesma equipe, e uma virada espetacular. Falo, claro, de 1986 e 2007.

  4. Stephano Zerlottini Isaac disse:

    Sem palavras, Márcio. Incrível texto; todas as pontas amarradas. Uma aula!!!!

  5. Fernando Marques disse:

    Marcio,

    a saideira de 2021 está bem reflexiva … e suas palavras estão perfeitas principalmente no sentido que se faz necessário esperar baixar a poeira para realmente poder analisar o que foi a temporada de Formula 1 em 2021 … uma analise profunda mas sem os sentimentos da passionalidade que gerou em todos que gostam da Formula 1 este ano e indo mais além refletindo também sobre o passado e como tudo se explica, já que o que vimos este ano, já aconteceu com outras intensidades e enredos mas de certa forma com finais semelhantes.
    Refletindo sobre a questão de vice campeões mais fortes da história, vou listar de forma diferente do que você pediu. O que vem na minha memória não é conjunto forte em si, mas o quanto teria sido bom também, se os vices tivessem sido campeões. Vamos a minha lista, e ela é curta:
    – 1976 – Por tudo que Lauda passou, ele merecia o titulo daquela temporada. Até mesmo pela coragem que ele teve em abdicar da briga pelo titulo na ultima etapa no Japão. Para mim Lauda foi o vice mais campeão da história.
    – 2008 – A forma como o titulo escapou do Felipe Massa, na ultima volta no Brasil, como se fosse uma ironia do destino, não achei justo com Massa que a eu ver fez uma temporada melhor que o Hamilton

    A minha visão sobre a rivalidade entre Senna e Prost , difere da maioria das opiniões a partir do momento, por ser totalmente contrário a forma como se decidiu as temporadas de 1989 e 1990. Não vejo muito o que de se dar destaque em decisões anti esportivas que vimos na pista. Pelo contrário o que vi achei tudo muito feio.

    Agora eu penso que se faz necessário uma reflexão muito grande pela forma como Verstappen se comporta na pista. Se fosse nos idos dos anos 70,80 e 90 ele teria sido banido da Formula 1. Seu estilo agressivo se confunde com jogo sujo. Exemplos nestes anos que ele faz parte do circo são grandes e inúmeros.

    Infelizmente a temporada de 2021, a mais sensacional que vi desde a virada do século, também foi manchada por decisões controversas onde o regulamento sei lá ganha tanto destaque quanto o titulo conquistado pelo Verstappen. Mas como bem disse o Gus, esse papo de GOAT pro Hamilton não cola mais.

    No mais aproveito também para desejar meus sinceros votos de um feliz natal e um 2022 repleto de saúde para todos os amigos do GP Total … que brilhou como nunca em 2021 e da qual me orgulho e tenho a honra de ser um dos Gepetos.

    Paz e sáude a todos!!!!

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  6. Gus disse:

    “Aliás, fica o convite aos amigos para que exponham, nos comentários, suas listas com os conjuntos vice-campeões mais fortes da história”

    1. Hamilton e a Mercedes-AMG em 2021; (piloto e carro excepcionais)
    2. Prost e McLaren em 1988; (piloto e carro excepcionais)
    3. A dupla da Williams em 1986 (dois grandes pilotos, carro bem acima da média)
    4. Senna e McLaren em 1993 (maior exibição de um piloto na era moderna, terceiro melhor carro do grid – dois FW antes – junto com a Benetton de Schumacher).

    Max mereceu o título, teve o melhor carro em 9 ou 10 provas (o resto só deu Mercedes), ousou mais e errou menos que Lewis, os dois estiveram longe demais dos seus colegas de equipe; dois gigantes, mas – indubitavelmente – esse papo de GOAT para o Hamilton não cola mais, na verdade não cola para ninguém – rsrsrsr

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