Temporada de respostas

Chegamos para a quarta prova da temporada no lendário circuito de Imola! Não aquele traçado desafiador, por vezes violento e fatal, mas um circuito que encontrou na Pandemia o seu caminho de retorno para a Formula 1.

Sua pista estreita e o clima sempre variável tras sempre corridas movimentas. Como será que os – enormes e pesados – carros de 2022 vão se comportar num pista clássica?

Essa resposta e algumas outras começam a ser respondidas nessa sexta feira!

Se contarmos todas as variações, nomes, sobrenomes e afins, essa seria a trigésima prova no circuito italiano. Não é pouca coisa e por isso clama por seu posto como uma das mais clássicas das pistas da F1.

Desde 1980, essa pista já teve 8 variações de traçado. A mais conhecida da Formula 1 é a versão de 5040 metros que recebeu 14 Grandes Premios entre 1981 e 1994. Obviamente, depois do tragico fim de semana de 1994 o circuito foi profundamente alterado. Sua maior alteração transformou a Tamburello em uma chincane e a Villeneuve também. A Acque Mineralli foi simplificada, a Rivazza virou duas curvas de angulo praticamente reto e a Variante Bassa perdeu uma das suas “pernas”.

Era preciso adaptar o circuito para as velocidades cada vez maiores dos carros. A pilha de acidentes ao longo dos 14 anos não poderia mais continuar. De 1995 até 2020, mais uma série de pequenas mudanças, até a chegada de mais uma modernização na pista: dessa vez a Variante Bassa foi eliminada, criando um reta continua desde a sainda da Rivazza até a Tamburello.

Para os brasileiros, o circuito é não deixa boas lembranças. Mas é inegável o fato que a geração que cresceu vendo F1 e assitiu ao vivo o Grande Premio de 1994, reconhece imediantamente por onde os carros passarão quando se ouve nomes como Variante Alta, Tosa, Rivazza e Variante Alta. Era um outro tempo, e ao menos nos sobrava tempo – e repeito – para as curvas terem nomes.

Sobre os tempos modernos, sem saudosismo, diga-se, dois exemplos marcantes.

Primeiramente, hoje o Autodromo Enzo e Dino Ferrari é apresentado como um traçado de 19 curvas. Todas numeradas e sem nomes no site da F1.

E nas redes sociais, um perfil do aplicativo de dancinhas “TikTok”, trouxe um TOP 5 dos pilotos da Mclaren. Pela ordem crescente, segundo o perfil: Hakkinen, Alonso, Norris, Hamilton e Senna. Para não comenter nenhuma injustiça com algum dos outros 57 pilotos que passaram pela Mclaren na sua história, resta uma dúvida: Norris é maior na história da Mclaren do que… Prost?

Dos 62 pilotos da Mclaren (incluindo na conta o bom Bruce Mclaren), qual seria seu top-5?

Vale também assistir o belo Mclaren: O Homem Por Trás Do Volante. Procure na Apple TV ou em DVD.

A corrida desse fim de semana é no formato Sprint. Certamente o pior momento do campeonato para Mercedes. Explica-se.

Nesse formato temos uma sessão de treino livre na sexta-feira, de somente uma horinha. Uma miséria. Depois já partem para a classificação. No sábado mais um treino e prova Sprint. Domingo, a corrida com o grid definido na prova Sprint. Quem estava esperando chegar num circuito tradicional na europa para trazer as grandes atualizações do carro, fica sem tempo algum pra testar.

Não só a Mercedes, a Ferrari também vai guardar suas maiores atualizações. Essa duas são as equipes que declararam seus planos, possivelmente teremos outras seguindo ese caminho.

Com esse cenário, depois de 3 provas bem diferentes, podemos suspeitar que a ordem de corridas não deve sofrer grandes variações e quem está sofrendo com os carros que “pulam”, continuará sofrendo mais um pouco.

Toto Wolff já se adiantou e disse que sua equipe, em sua avaliação sempre matemática, tem 20% de chances de ganhar o campeonato esse ano. Seu carro está 0.9s atrás dos líderes, é preciso de muito trabalho pra tirar essa diferença e voltar a vencer por mérito próprio.

Se pudesse apostar, colocaria um bom dinheiro nos 20% de chances da Mercedes citado por Wolff.

Na garagem vermelha, o começo de ano não é 100% perfeito por conta do desastre que foi a ultima corrida de Sainz. Obviamente um ponto for a da curva na jornada do espanhol dentro da Ferrari. Segue com apoio do time, patrocinadores e torcida. Esse combo-mágico lhe garatiu essa semana a extensão do contrato até 2024. Um bom carro, definido por um bom conceito aerodinâmico, e estabilidade no time técnico e de pilotos é tudo que a Ferrari precisa pra sair da incômoda fila de títulos que já persiste por 13 anos.

O esforço da Ferrari (pode-se dizer planejamento também) é notável. Hoje, com 3 corridas no bolso, o time fez 104 pontos no campeonato de construtores. Em 2020, foram 131 na temporada toda. O time literalmente saiu do fundo do poço que havia se metido.

A ordem dos times nesse começo do mais longo campeonato da história, se desenhou de forma curiosa.

Temos duas equipe brigando ativamente por poles e vitórias. A Ferrari e a Red Bull. Depois temos uma Mercedes que não classifica bem, mas tem bom ritmo de corrida e anda sozinha na pista. O terceiro grupo tem absolutamente todas as equipes. Claro que a Williams é dona, titular e proprietária, da ultima posição desse grupo, mas é um grupo surpreendentemente compacto.

Surpreendente por conta das novas regras. Toda vez que um novo regulamento chega, há um tendência de o grid se espalhar um pouco mais e a compactação acontecer no decorrer dos anos. Esse cenário atual é ótimo, dá expectativa de termos alguns anos de competição acirrada nas pistas.

Para a corrida desse final de semana há também uma grande expectativa sobre a Red Bull. Claramente o carro precisa chegar ao fim das provas. Dois abandonos em 3 provas não é bom pra quem espera defender o titulo de pilotos e busca retomar o titulo de construtores. Mas é importante entender como será o comportamento de Max Verstappen se mais algum revés acontecer. Hoje ele não é mais o franco atirador, tem algo pra defender e suas ultimas declarações jogaram a responsabilidade da defesa do seu titulo totalmente para a equipe. Cada vez mais, um antagonista da postura de Hamilton (“ganhamos e perdemos juntos”) dentro e for a das pistas.

Independente das questões de relações publicas e imprensa, o quanto isso afetará sua pilotagem é a questão. Não custa lembrar que o líder do campeonato é da mesma geração que ele, é tão agressivo quanto e está na posição de caça ao campeão. Leclerc já tem uma boa vantagem (que pode sumir com dois abandonos, vale lembrar) para continuar atacando e determinando as ações em busca da conquista inédita.

Ainda com as tintas misturadas e algumas equipes entendendo seus projetos, é esperada alguma clareza adicional na ordem da F1 nesse fim de semana.

Alpine, Aston Martin e Mercedes ainda estão devendo ao público uma resposta as suas auspisicoas promessas. Mclaren e Toro Rosso, não ficam atrás no quesito “dívida” de performance. Na outra ponta dessa lista temos a Alfa Romeo e a Haas que entregam muito mais que o esperado nesse começo de ano e, proque não, adicionar a Williams nessa lista? Ninguém esperava a Williams lutando por vitória, nem disputando o título e os caras já tem um ponto no campeonato!

Será um fim de semana intenso, lembre-se que ele começa com a classificação já na sexta-feira!

Qual seu palpite!?

Abraços
Flaviz Guerra