Olá, amigos! Chegamos na terceira e derradeira parte do nosso passeio pela história da Nascar (relembre a primeira parte aqui e a segunda aqui). Hoje falarei sobre os tempos mais recentes da categoria, trazendo os destaques da última década da categoria até os dias de hoje.
Após a chegada do novo milênio nos anos 2000, a NASCAR viu a aparição uma renovada leva de pilotos que colocaram uma dose extra de energia nas disputas. Pilotos como Jimmie Johnson, Ryan Newmann, Dale Earnhardt Jr., Kevin Harvick, Math Kenseth, Kurt Busch, e mais recentemente, Brad Kaselowski, Joey Logano, Kyle Busch e Denny Hamlin, se juntaram aos velhos leõs da categoria e travaram duras batalhas nas pistas. A emoção das corridas aumentava cada vez mais com a chegada de “sangue novo”, e o público adorava.
Nesse período da categoria, Jimmie Johnson foi o piloto de maior destaque, vencendo nada mais nada menos do que seis títulos da categoria principal, sendo cinco deles de forma seguida nos anos de 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e o último conquistado no ano de 2013. Essa performance incrível levou muitos a acreditarem que Johnson se tornaria o maior nome da história da categoria em todos os tempos, mas o dono do carro 48 ainda está atrás de outros dois grandes nomes da categoria que possuem sete títulos cada, Richard Petty e Dale Earnhardt. Alguns argumentam que falta no #48 um espírito comum em grandes pilotos, como Ayrton Senna, Gilles Villeneuve, Dale Earnhadt e Jeff Gordon, mas a eficiência, habilidade e capacidade de Johnson é inquestionável.
No decorrer da década, os líderes da Nascar exploraram algumas mudanças na categoria buscando sempre trazer mais emoção e inovação para a categoria, obviamente visando um aumento de cobertura da mídia, aumento no número de fãs e venda de ingressos. Em 2004 foi instituído um novo formato de disputa pelo título, o famoso Chase. Já falei um pouco sobre esse formato de disputa aqui. Em resumo, o novo formato classificaria apenas os dez melhores pilotos do campeonato e qualquer outro que estivesse até 400 pontos do líder para a disputa do título, buscando trazer mais emoção para as últimas corridas do campeonato.
O Chase foi evoluindo com o passar dos anos e teve algumas mudanças de regra até o momento atual, contando com 4 sessões eliminatórias até a corrida final. A cada etapa quatro pilotos perdem a chance de disputar o título e somente a vitória garante a presença na próxima fase sem a necessidade de conseguir pontos suficientes para estar entre os primeiros. Sem dúvida esse novo formato trouxe uma nova emoção para as corridas finais do campeonato, embora alguns não o considerem o formato mais justo, já que, mesmo que o piloto lidere o campeonato todo, ele venha a ter algum problema nas fases eliminatórias do Chase, ele não poderá disputar o título no final. Simples assim.
Nesse período da história da Nascar tivemos mudanças na liderança da categoria, com a nomeação de Brian Z. France, filho de Bill France Jr., como novo CEO e Chairman da liderança. Brian continua tentando inovar a categoria e aumentar os números de venda de ingressos, audiência, cotas de patrocinadores e venda de merchandising.
Os carros também mudaram bastante nesse período, com a introdução do conceito do Car of Tomorrow, um carro focado no aumento de segurança, baixo custo e visual mais voltado para carro de corrida do que carros de rua. Esse foi um dos pontos mais criticados nesse novo carro, já que as origens da Nascar são justamente o contrário disso. A Nascar sempre foi a categoria que trazia carros de rua para as pistas, aumentando a identificação das pessoas com os carros que elas poderiam ter em casa.
Outro ponto muito criticado foi a falta de dirigibilidade dos novos carros, o que prejudicava muito as disputas na pista. Com os fãs torcendo o nariz e os pilotos reclamando do novo carro, não foi surpresa quando a Nascar anunciou a nova geração 6 de carros para a categoria. Introduzidos em 2013, os novos carros lembravam muito os carros de rua, eram bem mais bonitos, mais seguros e melhores para dirigir. Um tiro bem no alvo, não poderia dar errado, assim todos ficaram felizes com a mudança.
Além do novo carro, a Nascar assegurou um novo contrato de transmissão com as televisões com duração até 2024, sem dúvida um ótimo negócio para os fãs da categoria. Por aqui no Brasil, esperamos que tenhamos cada vez mais cobertura da emissora que transmite as provas, assim poderemos acompanhar as corridas sempre ao vivo, ao invés de VTs do campeonato Argentino de futebol…
Chegamos em 2015, um tempo de grande emoção com a despedida de Jeff Gordon, dono de 93 vitórias na categoria e um dos maiores nomes da categoria. Durante o ano foram feitas incontáveis homenagens ao piloto do carro 24, uma mais legal que a outra. Foi um privilégio ver esse piloto guiar por tanto tempo, mostrando competitividade e vontade de vencer. Gordon pode não estar mais no seu auge, mas um piloto que venceu sua primeira corrida no ano de 1994 e a última em 2015, é um cara que merece todo o respeito.
No último domingo tivemos a grande final da temporada de 2015. Muitas homenagens à Jeff Gordon, como era esperado, contando inclusive com as presenças de Lewis Hamilton e o grande Mario Andretti, que acompanharam Gordon na sua última caminhada pelos boxes, antes da corrida. Realmente emocionante. Na pista, um pequeno atraso por conta da chuva, porém a corrida se desenvolveu sem problemas. Os quatro candidatos ao título, Gordon, Harvick, Truex Jr. e Kyle Busch, estiveram na posição de levar o caneco.
A torcida foi ao delírio quando o piloto do 24 tomou a liderança e sem dúvida seria um desfecho brilhante para sua sensacional carreira na Nascar. Mas não era pra ser, e honestamente, talvez foi o resultado mais justo, se levarmos em conta o desempenho no ano todo. Em uma corrida sólida, sempre andando na frente, Kyle Busch venceu a prova e se tornou o campeão de 2015, em um ano em que teve uma recuperação surpreendente. Todos devem lembrar que o piloto do 18 sofreu uma fratura na perna no início do ano e perdeu algumas corridas da Sprint Cup, mas logo ao voltar o carro se mostrou extremamente veloz e com muita vontade de vencer. Título merecido para o Buschinho.
Assim se encerra o ano para a Nascar. Um ano muito emocionante, com ótimas disputas, polêmicas, e a despedida de um dos maiores nomes da categoria. Que venha a próxima temporada e que a emoção só aumente.
Abraços e até a próxima!
12 Comments
Belo texto, Rafa!
Concordo com tudo e acho que a melhor frase foi:
“Gordon pode não estar mais no seu auge, mas um piloto que venceu sua primeira corrida no ano de 1994 e a última em 2015, é um cara que merece todo o respeito.”
É isso ai! Que venha 2016 trazendo uma nova fase das Nascar pós JG#24
Abraço!
Excelente coluna!
Estava in-loco e posso dizer que foi extremamente emocionante. A torcida pelo Gordon dominou o autódromo, e foi exatamente como você mencionou, quando ele assumiu a liderança da prova foi algo espetacular, literalmente emocionante. Mas os números mostraram que o título foi merecido, não apenas pela recuperação incrível e pelas quatro vitórias seguidas, mas também pelo ritmo imposto por KB na última corrida, sem dúvida o mais rápido da noite.
Como torcedor fanático do Gordon, ano que vem não terei um piloto para quem torcer, mas espero que seja mais um campeonato emocionante e com muitas disputas.
Grande Coluna Rafael, e uma verdadeira aula sobre a Nascar, Parabéns.
Eu sempre curtia ver fotos do carro 43 do Richard Petty, e espero poder acompanhar mais de perto a Nascar em 2016.
Uma Pergunta
As provas de Daytona 500 e Talladega são transmitidas ao vivo pela emissora aqui do Brasil?
Abraço!
Mauro Santana
Curitiba-PR
Olá, Mauro. Tudo bem?
Teoricamente as provas são transmitidas ao vivo sim, pela Fox Sports. Porém, não podemos garantir até o momento que eles divulguem a programação.
Abraços,
Rafael Mansano
Olá, Mauro. Tudo bem?
Teoricamente essas corridas serão transmitidas ao vivo sim, porém temos que esperar a liberação da programação pelo canal que possui os direitos.
Abraços,
Rafael Mansano
Que coluna sensacional, Rafael!
Estava torcendo muito pela “zebra” deste ano (o Martin Truex Jr.), mas o título da temporada de 2015 da NASCAR ficou em boas mãos! Afinal de contas, o Kyle Busch deu simplesmente a volta por cima após ficar afastado das primeiras 11 corridas da Sprint Cup (a divisão principal da categoria) em virtude do acidente sofrido na prova de Daytona do 1° semestre da Xfinity Series, vencendo 4 corridas consecutivas e correndo como um campeão em Homestead-Miami. Na realidade, penso que ele precisava ser campeão para acabar com a chacota daqueles que o chamavam de “amarelão” e ganhar o respeito que ele merece.
E quanto ao próximo ano, estou torcendo desde já para o Tony Stewart ressurgir das cinzas.
Um forte abraço!!!
Marcelo C.Souza
Olá, Marcelo. Tudo bem?
Que bom que gostou da coluna. Martin Truex Jr. foi muito bem nesse ano, espero que ele mantenha o ritmo para o próximo ano. Confesso, gostaria muito de ver Tony Stewart voltando a disputar as primeiras posições, acho ele um ótimo piloto. Vamos ver o que 2016 traz pra gente.
Abraços!
Rafael Mansano
E os órfãos do Gordon?
Vão torcer pra quem em 2016??? 🙁
Eles provavelmente vão torcer pro Chase Elliott.
Flaviz,
Temos uma boa safra de pilotos para torcer. Aposto no Chase Elliot, que seguirá com o #24.
Abraços.
Rafael Mansano
Rafael,
bela coluna …
A Nascar em 2015 pelo visto foi o sucesso que todos esperavam
Fernando Marques
Niterói RJ
Olá, Fernando. Tudo bem?
Esperamos que em 2016 seja melhor ainda.
Abraços,
Rafael Mansano