Foto-legendas – Os F1 de Rubinho

Normalidade em meio ao caos (coluna + Youtube)
08/07/2025

Desde seu primeiro ano na F1, Rubens Barrichello nos despertou sentimentos contraditórios, em muitos casos por motivos extra-pista.

Mas não se pode negar que ele deixou sua marca na categoria, pela longevidade (é o 4º piloto com mais GPs disputados – 323. Seu seguidor na ativa mais próximo, Nico Hulkenberg, está 84 GPs distante) e pela qualidade dos resultados alcançados, considerando que em seus anos na Ferrari ele estava subordinado a Michael Schumacher.

Foram onze vitórias, 68 pódios, 14 poles, 17 melhores voltas, dois vice-campeonatos mundiais (2002 e 2004) e mais dois 3os (2001 e 2009).

Nesta e na próxima coluna, lembro brevemente os F1 que Rubinho pilotou em sua passagem pela categoria.

 

1993

O Jordan 193 (na foto que abre esta coluna), carro de estreia de Rubinho na F1, foi projetado por Gary Anderson e era equipado com um motor Hart V10 com controle de tração, mas sem suspensão eletrônica.

Era um carro muito fraco em relação à concorrência e fez Rubinho e seus vários colegas de equipe ao longo da temporada sofrerem bastante. Os únicos pontos colhidos pela Jordan vieram no penúltimo GP do ano, no Japão, com Rubinho em 5º e Eddie Irvine (na sua estreia na categoria) em 6º.

Em 16 GPs, Rubinho abandonou por quebra em sete, bateu em dois e em outros seis terminou fora da zona de pontos. No final da temporada, terminou em 18º e a Jordan em 11º no Mundial de Construtores, mesma colocação da temporada anterior e grave retrocesso em relação à sua temporada de estreia, em 91, quando foi 5ª no Mundial.

A Rubinho restou comemorar seu desempenho excepcional no GP da Europa, disputado em Donington – aquela corrida de magna de Ayrton Senna. Estava em 3º a seis voltas do final quando abandonou.

 

1994

Na mais triste das temporadas para Brasil, Rubinho desponta como promessa de se tornar a nova estrela, o que ofuscou um desempenho razoável, considerando os meios que tinha. Pontuou em seis dos 15 GPs de que participou – 3º lugar no Pacífico e 4º em Interlagos, Silverstone, Monza, Portugal e Austrália. Não largou em Imola, depois do pavoroso acidente nos treinos da sexta-feira.

No final do ano, é 6º no Mundial de Pilotos, ajudando a Jordan a voltar ao 5º posto entre os Construtores. Seu carro era o Jordan 194 (foto acima) com motor Hart, bem semelhante ao modelo anterior.

 

1995

Os Jordan passam a usar motores Peugeot V10 (foto acima). Os resultados foram decepcionantes – com uma exceção: no GP do Canadá, Rubinho termina em 2º com Irvine em 3º, ambos sempre correndo no pelotão da frente e tiran1do proveito dos abandonos de Schumacher, Damon Hill e Gehard Berger.

Além disso, Rubinho pontua na França e Hungria (6º em ambas) e Nurburgring (4º), somando dez abandonos por quebras ou acidentes. No final do ano, é 11º no Mundial de Pilotos, um ponto à frente de Irvine.

 

1996

Os Jordan mantêm os motores Peugeot e mudam radical de pintura, graças ao novo patrocinador da equipe, começando o ano com um amarelo bem claro seguida por um dourado de doer nos olhos (fotos abaixo)

Rubinho terminará o ano em 8º entre os pilotos, com 14 pontos (dois 4os lugares, três 5os e dois 6os), seis a mais que Martin Brundle, seu companheiro de equipe e que sofreu acidente impressionante no GP da Austrália (vídeo abaixo).

 

1997

Rubinho muda-se para a recém-criada equipe Stewart, liderada por Jackie, o tricampeão mundial, e amparada pela Ford. O carro é o modelo SF01 (foto abaixo), projetado por Alan Jenkins e empurrado por um motor Ford Zetec Cosworth V10.

A equipe paga o preço da inexperiência, com quinze abandonos de Rubinho nos dezessete GPs do ano, destino semelhante ao do companheiro de equipe, Jan Magnussen.

A exceção – excepcional exceção, diga-se – vem em Mônaco, disputado sob chuva, onde Rubinho é simplesmente 2º colocado, posição que ocupou a partir da 6ª volta. É tudo o que ele e a equipe conseguem durante o ano.

 

1998

Os resultados fracos seguem. Rubinho consegue apenas dois 5os, terminando o ano em 12º e a Stewart em 8º entre os construtores.

O modelo SF02 (foto acima) é fraco, quebrando com frequência. Magnussen segue na equipe pelos primeiros sete GPs do ano, sendo substituído por um certo Jos Verstappen, cujos melhores resultados são dois 13os.

 

1999

Rubinho terá nesta temporada a companhia de Johnny Herbert ao volante do Stewart SF-3 (foto abaixo).

Os sete primeiros GPs do ano não são de todo mal: um 5º na Austrália e dois 3os, em Imola e na França. Nos seis GPs seguinte, mais um 5º e um 4º lugares. Vem, então, o GP da Europa, em Nurburgring, uma corrida marcada pela chuva intermitente.

Os favoritos abandonam ou se atrasam (Irvine, correndo pelo título, na Ferrari, fica sem pneus nos boxes) enquanto Herbert e Rubinho, que largaram em 14º e 15º, vão ganhando posições até que, a 16 voltas do fim, assumem, respectivamente, a liderança e o 3º lugares, posições que mantêm até o final, naquela que será a única vitória da equipe.

Ambos pontuam no GP seguinte e terminam fora dos pontos no GP final, no Japão, o último da curta história da Stewart, que encerra as atividades, cedendo seu material para a Jaguar.

 

2000

O inesperado acontece: a Ferrari contrata Rubinho com companheiro de Schumacher e o brasileiro pode participar da maior e mais longeva hegemonia observada até então na categoria e que só seria ultrapassada quando Lewis Hamilton juntou-se à Mercedes, em 2014.

Rubinho irritou a todos negando a condição de 2º piloto da equipe, mas já falamos disso à exaustão. Na pista, ele correspondeu às expectativas. Em meio à forte oposição da McLaren, com Mika Hakkinen e David Coulthard, conquistou nove pódios, inclusive sua primeira vitória, no GP da Alemanha, uma corrida rocambolesca, onde larga em 18º e ganha posições em meio a invasão da pista, pancadas de chuva e um ato desesperado, mas certeiro, de não trocar pneus.

O Ferrari da temporada é o F1-2000 (foto abaixo), produto de Ross Brawn e Rory Byrne e empurrado por um V10. Ganhou dez dos 17 GPs do ano, os demais sendo vencidos pela dupla da McLaren. Rubinho termina o ano em 4º, com 62 pontos, ante 108 de Schumacher.

2001

Com o Ferrari F2001 (foto abaixo, Rubinho seguido por Schumacher em Monza, o carro expressando o luto pelos atentados terroristas de 11 de setembro), termina o Mundial em 3º, com 56 pontos ante 123 de Schumacher, nenhuma vitória, dez pódios. Enquanto isso, o alemão consegue nove vitórias e repete o título. O vice-campeonato fica com Coulthard.

O F2001 será usado por Rubinho também nos três primeiros GPs de 2002, registrando três abandonos.

 

2002

O ano do domínio abissal da Ferrari com o modelo F 2002 (foto abaixo): 17 GPs, onze vitórias de Schumacher, quatro de Rubinho – Europa (disputado em Nurburgring), Hungria, Monza e Indy. poderia ter sido cinco aas vitórias se ele não fosse instado pela equipe a ceder a vitória a Schumacher no GP da Áustria.

O modelo será usado por Rubinho nos quatro primeiros GPs de 2003, rendendo-lhe um 2º e um 3º lugares.

Concluo em nosso próximo encontro

Abraços

Edu

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Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

2 Comments

  1. Carlos E C Toledo disse:

    Amigos
    Vale registrar as poles de Rubinho no período 93-02:
    Spa 94, França 99, Silverstone 00 e Austrália, Áustria e Hungria 02.
    E as melhores voltas:
    Austrália, Hockenheim e Spa 00 e Imola, Mônaco, Silverstone, Monza e Indy 02.
    Abraços
    Edu

  2. Fernando Marques disse:

    Edu,

    Mais show de Fotos Legendas … com uma merecida homenagem ao Rubinho Barrichello … creio que ele e sua rica história na Fórmula 1 faz dele ser um vencedor na sua carreira.

    Fernando Marques
    Niterói RJ

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