Foi o melhor da história? Um dos três melhores? Certamente um entre os cinco maiores da Fórmula 1 – e isso ninguém discute.
Em onze anos incompletos na categoria, Ayrton Senna conquistou em 161 GPs disputados 41 vitórias (o que lhe dá um “aproveitamento” de 25%), 65 poles, três Mundiais e uma fama de competitividade que ultrapassou em muito as pistas.
A seguir, uma breve lembrança dos carros de Senna na F1.
1983
O sucesso extraordinário de Ayrton Senna no automobilismo inglês a partir de 81 – 70 corridas, 47 vitórias para ir direto ao poste – atraiu a atenção das grandes equipes da F1 e, ao longo de 83, o brasileiro testou pela Williams (em 19 de julho, em Donington Park, na foto e vídeo acima), McLaren (em 25 de outubro, em Silverstone) e Brabham (em 14 de novembro, em Paul Ricard, nas fotos e vídeo abaixo).
Senna saiu-se bem em todas as oportunidades (não tão bem na Brabham, segundo Nelson Piquet), mas assinou contrato para a temporada seguinte com a Toleman, após um teste em Silverstone, em 9 de novembro.
1984
Senna estreia em Jacarepaguá, em 25 de março, a bordo do Toleman TG183B (foto acima), o carro do ano anterior, projetado por Rory Birne e que rendera à equipe dez pontos no Mundial de Construtores, todos conquistados nos quatro últimos GPs do ano.
No Brasil, Senna larga em 16º e abandona ainda no começo da prova, após a quebra do turbo do seu motor Hart de quatro cilindros em linha.
Ele fará mais três corridas com o modelo: África do Sul e Bélgica – terminando em 6º em ambas – e Imola, onde não consegue se classificar para a largada. Foi a última corrida da Toleman com pneus Pirelli. A partir de então, usaria Michelin.
Na prova seguinte, na França, estreia o modelo TG184 (foto abaixo), uma considerável revisão do modelo anterior e um abuso em asas traseiras. Estava em 10º quando seu turbo quebra novamente.
E vem Mônaco. Debaixo de um aguaceiro, Senna ganha quatro posições na largada, faz cinco ultrapassagens e, com mais dois abandonos à sua frente, chega ao 2º lugar, perseguindo Alain Prost. O final todos conhecem e Senna já tinha seu lugar na história da F1.
Ele subiria ao pódio duas outras vezes na temporada: Brands Hatch e Portugal (foto abaixo, o Toleman com uma pintura diferente), 3º colocado em ambas, sendo que nesta última prova, começa a demonstrar suas virtudes nas classificações, tendo largado em 3º, dois décimos de segundo atrás do pole, Piquet.
O ponto baixo de 84 aconteceu em Monza: Senna foi impedido de correr pela equipe, como punição por ele ter anunciado unilateralmente a sua ida para a Lotus. Em seu lugar, entrou Stefan Johansson, que terminou em 4º.
1985
O Brasil se entusiasma por Senna, agora ao volante de um Lotus com o mesmo preto-e-dourado do carro de Emerson Fittipaldi, campeão em 72.
Equipado com o motor turbo V6 da Renault, o modelo 97T foi projetado por Gérard Ducarouge e era uma evolução do modelo de 84, que dera à equipe o 3º lugar no Mundial de Construtores, ainda que sem nenhuma vitória.
Em 85, o carro mostrou-se consistente desde a primeira corrida, em Jacarepaguá, Elio De Angelis – companheiro de Senna na Lotus – marcando o 3º lugar no grid e Senna o 4º. O italiano terminaria a prova em 3º enquanto Senna abandona quando corria em 3º.
A corrida seguinte, disputada em 21 de abril, em Portugal (nas duas fotos abaixo, a de Senna sentado na pista tendo sido tirada após seu motor quebrar durante o warm up), marcaria a primeira vitória em GP de Senna. Ele largou da pole e liderou de ponta a ponta, apesar da chuva épica. A Lotus não vencia um GP há dois anos e meio e era apenas a sua segunda vitória desde 1978.
Nas sete provas seguintes, Senna marca três poles e dois segundos lugares no grid, liderando ou andando em segundo em todas elas, mas abandona ou não pontua por diferentes problemas – em San Marino, prova seguinte a Portugal, liderou até quatro voltas do final, abandonando por falta de gasolina.
Em compensação, emenda cinco pódios nos GPs seguintes: dois terceiros, dois segundos e uma vitória em Spa, de novo sob chuva, de novo com larga superioridade sobre a oposição.
Termina a temporada em 4º, com 38 pontos, uma posição à frente de De Angelis, que marcou 33 pontos, tendo vencido em San Marino.
1986
O modelo do Lotus agora era o 98T (foto acima), bastante parecido ao modelo anterior. Com ele, Senna disputa a liderança do campeonato desde a primeira prova com Piquet, Alain Prost e Nigel Mansell.
Em dezesseis GPs, foram oito poles e oito pódios sendo duas vitórias – Espanha e Detroit (nas duas fotos acima, incluindo a chega centímetros à frente de Mansell na Espanha), terminando o ano com 55 pontos. Em praticamente todas as provas do ano, Senna andou ou em 1º ou em 2º, estendendo a disputa pelo título até o antepenúltimo GP do ano, apesar da cada vez mais evidente superioridade dos Williams Honda e a grande fase da McLaren e de Prost, que acabariam levando o Mundial de Pilotos da temporada.
Abaixo, mais duas fotos da temporada, Mônaco e Hungria, esta segundos antes da ultrapassagem antológica de Piquet.
1987
Os motores Honda V6 turbo passam a equipar o Lotus graças, em grande parte, ao trabalho de Senna na aproximação com os japoneses. Eles estavam se tornando dominantes na F1, após a boa temporada de 86. De fato, os Honda, equipando também os carros da Williams, ganhariam onze dos 16 GPs de 87, conquistando seu primeiro Mundial de Pilotos com Piquet.
Com o Lotus 99T (fotos abaixo), pintado agora em amarelo, Senna terminaria o ano em 3º, somando 57 pontos, com duas vitórias – Mônaco e Detroit – mais seis pódios, deixando novamente a Lotus em 3º entre os Construtores. Durante o ano, a equipe usou uma suspensão eletrônica, trazendo para a F1 uma tecnologia que balançaria a categoria.
Os anos McLaren de Senna e depois deles eu mostro em nosso próximos encontro.
Abraços!
Edu
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3 Comments
Edu,
Maravilha “Fotos Legendas” do Ayrton Senna.
A Lotus sempre lindas … Não a amarela …
Fernando Marques
Niterói RJ
Rapaz, como sempre digo, nunca me arrependo de visitar esta página. Bom final de semana a todos.
Muito bom poder apreciar estas imagens e história