Temporada 2016 ou 2017?

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Barcelona divide o campeonato, quem permanece e quem mira 2017?

Nossa Barcelona querida. A pista sagrada para a F1 moderna. Onde tudo acontece. Aqui se testa, aqui se corre. Não há circuito no mundo, nessa segunda década do século XXI que viu tantas vezes os carros da F1 rodando por seu traçado.

Barcelona se prontificou ser a pista de ensaio e o divisor de águas do campeonato. Na Espanha os times costuma trazer suas versões de carro atualizadas com o melhor de seus aprendizados nas primeiras provas da temporada. Para endossar esse momento, hospeda ainda o primeiro teste durante o campeonato, logo após a corrida desse fim-de-semana.

Quem será que vai continuar apostando as fixas no campeonato de 2016? Em quem será que vai buscar novas soluções para as regras alteradas para 2017?

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Barcelona é a pista das supremacias. Do domínio dos carros que beiram a perfeição. Não, a F1 não assiste o primeiro domínio da sua história. Suas 13 curvas e seu asfalto abrasivo desafiam o equilíbrio mecânico e a eficiência aerodinâmica dos bólidos.

Os times fizeram 8931 voltas somadas nos testes de inverno, sabem direitinho os pneus que devem escolher apesar das diferenças de temperatura entre março e maio. Não tem surpresa e as equipes do topo da tabela vem com as mesmas seleções de pneus para seu par de pilotos. Nessa prova temos a estreia dos pneus duros na temporada (os laranjas), lado a lado com os macios e médios.

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Voltando as supremacias. Que tal lembrarmos de 1995?

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Schumacher cravou 51.988 de vantagem para o segundo colocado. Segundo colocado que dirigia um carro similar ao seu (ao menos era da mesma equipe). Era o renascimento da equipe Benneton naquela temporada, depois de um resultado ruim na Argentina e uma rodada de Schumacher em Ímola, e não poderia ter acontecido de forma mais dominante.

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Será que a Mercedes está no limite? É difícil acreditar que estão no limite nas corridas, mas buscaram novos limites no desenvolvimento de seu carro e algumas coisas estão dando errado. Hamilton teve problemas seguidos e Rosberg sofreu no final da prova da Rússia com uma incerteza se chegaria ao fim. Mesmo assim, Rosberg chegou quase 32 segundos na frente do competidor “não-Mercedes” mais próximo. Estão sobrando e continuarão mais um tempinho. A equação velocidade x constância deixam a Mercedes quilômetros na frente da concorrência.

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A grande conversa dos últimos dias é a brincadeira de troca de pilotos dos times comandados pela Red Bull. Que chacoalhada, não?

Max Verstappen vai ter esse ano pra justificar o investimento feito na carreira dele. Esperneou, gritou, criou um ambiente instável na Toro Rosso, cheio de arrogância. O pessoal da Red Bull costuma acertar nos seus talentos que encontra pelo caminho, mas também costuma assar pilotos como frangos de padaria. Buemi e Alguersuari são os mais recentes e não os únicos.

Daniil Kvyat poderia estar hoje chorando em casa e não sabe se agradece a vaga na Toro Rosso. Acredito que sim, uma chance rara de não sair pela porta dos fundos. Terá que ser o novo home de gelo da F1 para não cometer um errinho mísero sequer até o fim do ano. Aí quem sabe consiga uma vaga na mesma Toro Rosso para o ano que vem.

Nessa dança toda, Ricciardo já disse que não tem nada com essa história. Ele chega as 8:00, bate o cartão dele no relógio do ponto e vai para seu escritório como em qualquer outro dia. Vai ser desafiado pelo novo menino prodigio da fabricante de latinhas e sai para Barcelona com larga vantagem. Vai ter que converter na pista e nos pontos essa vantagem, verdade. Só que as vozes da garagem, desde que venceu corridas quando dividia o box com o tetracampeão Vettel, apoiam Ricciardo de olhos fechados. Ficou atrás de Kvyat ano passado? Sem problemas, Horner saiu das sombras e disse que não significa a tradução da realidade. Lá no box, segundo Horner, Ricciardo é o melhor do grid. Não comente erros. É rápido. Motiva o Time.

Vai ser interessante. Podemos ver o nascimento de um novo gênio ou o moedor de carne da F1 acabar com mais um futuro campeão.

Seja ele Ricciardo ou Max.

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Quero compartilhar uma regra estúpida com vocês.

Sabia que será proibido, a partir de Monaco, jogar a sobreviseira na pista? Sim, aquela pelicula fininha que os pilotos tiram ao montes quando estão sujas e jogam para fora dos carros.

Era pra ser proibido na Espanha, mas foi adiado para Mônaco.

Esse é o tipo de preocupação que move o esporte para um futuro grandioso.

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Para não olharmos só para uma volta durante a corrida, que tal uma média das 10 voltas mais rápidas de cada piloto nas 3 últimas corridas?

Russia, Rosberg abre 0.578 para o 2º (Felipe Massa).
China, Rosberg abre 0.360 para o 2º (pasmem, Romain Grosjean).
Bahrein, Hamilton abre 0.339 para o primeiro “não-Mercedes” (Kimi Raikkonen).

Como os números são cruéis. E na Australia? Na Austrália, Daniel Ricciardo abriu 1.240 para o primeiro Mercedes. Ganhou? Nada disso, chegou 24 segundos atrás do vencedor.

Essa é a vantagem da Mercedes, Não é rápida em uma volta ou em 10 voltas. Ela consegue ser consistente a corrida inteira.

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Para a Ferrari o tempo acabou. Está na hora de começar a incomodar a Mercedes em um final-de-semana sem problemas. É o cenário ideal, conhece a pista, tem atualizações importantes no carro e o motor funcionou bem na Rússia. Andar próximo da briga pela vitória é importante para manter o time animado e não lança-los na fogueira.

Quem vai estar perto dessas duas equipes? Red Bull? Williams? A Red Bull tem excelente carro para essa pista mas ainda não tem o novo motor Renault e vive um momento de instabilidade pela troca de pilotos no meio da brincadeira. Mesmo assim, aparece com boas chances de incomodar a Williams que não apresenta um ritmo de evolução como se esperava.

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O pelotão da “Zona (de Pontos)” é pequeno, mas é uma festa. Force India, Toro Rosso, McLaren, Renault, uma galera muito animada sempre pronta para beliscar uns pontinhos no infortúnio dos mais afoitos. Vamos manter aquele critério de média das 10 melhores voltas e usar a prova da Rússia como exemplo? Do 6º ao 15º colocado na classificação final, somente um 1.046 de separação pela média das 10 melhores voltas de cada um. Nesse intervalo você vai encontrar, pela ordem, Williams, Red Bull, McLaren, Renault, Force India, Manor, Haas, Toro Rosso e até uma Sauber.

Não é esperada vida fácil para Barcelona.

Force India tem uma prova decisiva, se o carro andar bem com as novas atualizações previstas para a corrida (e para o teste subsequente) o time continua no campeonato de 2016. Se a situação não for animadora, vai focar nas novas regras de 2017.

Um cenário semelhante que deve ser seguido pela Toro Rosso. Mas com menos drama financeiro e mais trabalho. Será interessante também ver o comportamento de seus pilotos depois dessa misturada toda e como time reage. O carro é bom, mas vai ficando pra trás com a desatualização do motor Ferrari/2015.

Quem vem com muito animo é a McLaren. Seu time vibra com o fato que finalmente pegou a mão do setup e todas as atualizações tem surtido o efeito previsto em túnel de vento. Isso é fundamental para o time recuperar a confiança. Lembram dos carros vencedores da RedBull que tinham a traseira mais levantada? A Mclaren seguiu esse caminho em 2015 e até a etapa de Melbourne nesse ano de 2016 (testes de inverno incluídos) não havia conseguido acertar o carro para esse conceito. Peter Prodromou era chefe de aerodinâmica na Red Bull e finalmente está ambientado e prontinho para levar a Mclaren para outro nível. A Honda ainda deve em potência e promete novidades para breve, no Canadá. Assim, o time segue investindo em 2016 e deve ser presença mais constante nos pontos.

A novata Haas ainda sofrerá de pista para pista e já avisou que até o final do ano tem peças novas para cada corrida. Nada grandioso, mas detalhes aqui e ali. É o ano de aprendizado e de coleta de dados. Os caras não são de muita conversa mole, mas já deve ter bem planejado como seguir o desenvolvimento do carro de 2017.

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No terceiro grupinho, a Manor chegou definitivamente. Mas as 3 equipes desse grupo devem se despedir da Renault em breve.

O time amarelo considera essa prova como sua primeira prova da temporada. O que veio até aqui era somente uma tentativa de encaixar todas as peças e colocar o carro para correr. Terão para Barcelona um grande pacote de mudanças aerodinâmicas e nos testes da semana que vem estreiam seu novo motor.

Os britânicos da Manor estão engatinhando mas começam a andar constantemente próximos ao fim do pelotão. Não estão anos-luz, não são mais motivos de chacota. Ainda tem Pascal Wehrlein fazendo um ano de estreia sensacional para as limitações que tem.

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A Sauber, bem…a Sauber. A Sauber continua seu calvário. Não participará dos testes pós-corrida em Barcelona. Não tem piloto novato e não tem nada novo para testar. Exato, nem uma pecinha nova.

Pra salvar a lavoura, tem motor novo atualizado brilhando que a Ferrari mandou entregar na Suíça. Como já está pago, vai pro carro.

E só.

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Circuito: Circuit de Barcelona-Catalunya
Voltas: 66
Comprimento: 4.655 km
Distância: 307.104 km
Recorde da Pista: 1:21.670 – K Raikkonen (2008)

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Programação
Sexta-Feira: 5h00 – 1º treino livre e 9h00 – 2º treino livre
Sábado: 6h – 3º treino livre e 9h – Classificação
Domingo: 9h – Corrida

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Barcelona marca uma nova fase da temporada. Mas com a aprovação das novas regras pode ser o fim de 2016 para muitas equipes.

Qual sua aposta?

Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

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