Um ano prateado…

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Um campeonato decadente ou o ano da virada. O campeonato da disputa nas pistas ou da batalha dos bastidores. A temporada de 2015 da Fórmula 1 é uma incógnita!

Um campeonato decadente ou o ano da virada. O campeonato da disputa nas pistas ou da batalha dos bastidores. Um batalha na frente entre Rosberg e Hamilton e um campeonato separado para os demais. Equipes liderando a tecnologia de carros híbridos e equipes lutando financeiramente para sobreviver ao verão europeu. Dezenove corridas ou vinte corridas.

O campeonato de 2015 da Formula 1 começa decisivo e preocupante, desde o momento do primeiro teste até a luz verde em Melbourne.

Quem estará melhor no final da epopeia mundial e quem sobreviverá?

Foram longos meses de espera. Desde o fechamento das garagens em Abu Dhabi até o início dos testes de inverno a expectativa só aumentava.

Dois pontos principais chamavam a atenção. Primeiro, a distância aberta pela Mercedes. Alguém chegaria para ameaçar? Segundo, a novíssima McLaren Honda. O que aconteceria quando essas duas equipes tocassem o asfalto de Jerez de La Frontera?

O que aconteceu é o anti-clímax inicial da temporada e acredito que os amigos do GPTotal já sabem. A Mercedes está cada vez mais longe do pelotão e a McLaren Honda não saiu do lugar.

Nos bastidores há notícias de clima de velório, gente fazendo contas pra saber se terminarão na mesma volta dos carros bávaros. Atrás deles a briga parece próxima entre Williams, Ferrari e Red Bull. Todos apresentam carros sólidos, ninguém errou feio a mão. Aquele alívio, mas é frustrante. Não perdemos de 7 x 1 esse ano, foi só 2 x 0.

Na McLaren até agora estão tentando entender porque ficaram um ano rodando os componentes do carro nos dinamômetros mais incríveis do planeta Terra, nada funcionou. É impressionante e frustrante ao mesmo tempo.

Para McLaren a esperança é fazer um “RedBull” em Melbourne. Isso mesmo, repetir a equipe austríaca em 2014. Saiu de uma pré-temporada patética e chegou atrás da Mercedes na prova inaugural e no campeonato.

Já imaginou se no dia que o motor funcionar ele for um canhão mais forte que os Mercedes? Seria fabuloso para a F1!

E o meio do pelotão? Não existe. Morreu. Agora é o “resto do pelotão”.

Force India não paga suas contas e não apareceu até os 45 minutos do segundo tempo. Lotus tenta se agarrar ao motor Mercedes novinho em folha para sair das últimas posição. A Toro Rosso é competente mas o dinheiro é contadinho, na medida certa para não dar vexame e não o suficiente para superar a equipe matriz. A Manor-Marussia Marussia-Manor Manor F1 Team? Vale o espirito e a história de conto de fadas, mas não teremos resultados esse ano.

A Sauber que tinha tudo pra fazer um campeonato decente – com dois pilotos pagantes – virou atração dos bastidores com o papelão de ter 3 pilotos sob contrato e só dois carros pra alinhar no grid. Van der Garde foi aos tribunais pedir seu assento em Melbourne. Movimento friamente calculado e preciso. Foi e venceu. Mas a disputa dele é por dinheiro. Duvido que nesse cenário de sorrisos do piloto ele realmente sonhou em algum momento em pilotar nessa corrida. Nem superlicença o cara tinha. Que pena a equipe do velho Peter se meter numa roubada dessas. Uma bela escorregada.

Mentirinhas da pré-temporada.

Horner afirmou que o carro camuflado seria substituído por um com uma pintura ainda mais surpreendente. Pois é!

Dennis afirmou que a brochante pintura cinza e preta da sua querida McLaren não era definitiva. Esperamos a próxima corrida? Pois é!

Depois da revolução das regras de 2014, esse as coisas estão mais simples.

Bicos mais curtos, um quilo a mais de peso mínimo do carro e proibição daquelas suspensões que eram interligadas entre traseira e dianteira.

Com essa estabilidade de regras e com um ano de conhecimento na bagagem, os carros serão mais rápidos, coisa de 1.5s a 2s. Com grandes chances de finalmente os recordes das pistas tradicionais serem pulverizados. Não se engane, esses novos carros são rápidos!

Nesse cenário mora o novo dilema da F1. Mudamos essas regras pra fazer uma corrida mais legal para o público ou mantemos essas regras porque as equipes menores não conseguem bancar outra mudança depois de tão pouco tempo? Esse é o “campeonato” paralelo disputado nos bastidores.

A coisa tá tão feia pra F1, mas tá tão feia, que chegamos ao ponto de não ter todas as corridas confirmadas… Nurburgring – sim o templo máximo do automobilismo ‘europeu’ – ainda não tem dinheiro pra pagar Tio Bernie. Equipe campeã do mundo é alemã. Vettel na ativa e Tetracampeão. E mesmo assim não vamos ter corrida na Alemanha? Complexo!

Enquanto isso nenhuma menção em aproximar a F1 das redes sociais e da internet.

Ninguem fala nada do Schumacher. Bianchi em coma. As histórias mais tristes da F1 moderna continuam a nos perturbar.

Em breve também começa a nova temporada da Indy, a primeira depois de anos com diferenças entre carros.

Quando a Dallara venceu a concorrência para fazer a nova categoria ser novamente monomarca, morri de medo. Era o fim, porque a vencedora era (é) a Dallara e estava fresco na memória o fracasso épico que era seu carro de F1.

Passado 3 anos de uso do novo (horrível) carro da Indy, as equipes seriam liberadas para fazer pacotes aerodinâmicos. Ficou muito caro, então a responsabilidade ficou vinculada aos fabricantes de motores. Hoje temos Dallara-Honda e Dallara-Chevrolet, motores diferentes e pacotes aerodinâmicos diferentes.

Atraente. Grande expectativa. Até que vieram as imagens dos carros….. e pelo amor dos Céus, são ainda piores. Uma profusão de asinhas e penduricalhos.

Vejam aqui e aqui, tirem suas conclusões.

Torcemos para soluções mais harmoniosas para Indy 500 (ainda não divulgadas)!

Enquanto a F1 não libera as redes sociais, acompanhe as equipes. Estão divertidíssimas. Elas agora conversam entre elas. É sensacional!

Falamos de carros e equipes. E pilotos?

É um ano divertido pra gente acompanhar. Vamos falar das novidades!

McLaren trouxe o Alonso e manteve Button. Que dupla! Alonso é a técnica pura, Button é o piloto mais legal do grid e um cavalheiro na condução de sua viatura. Acredito em uma pequena vantagem pro Alonso no final-do-ano. Mas bem pequena. Todo ano falam que Button será superado, todo ano ele anda bem!

Na Ferrari, um alemãozinho tetra campeão do mundo realiza seu sonho de infância. Vettel, depois de conquistar o mundo por 4 vezes, parecia desmotivado, cabisbaixo em 2014, até que fechou um contrato simpático com os vermelhos italianos. Vem motivado e a equipe não tem a potência centralizadora (e muitas vezes não de forma positiva) do Alonso, caminho aberto pra se divertir de montão com Raikkonen. Um chama seus carros por nome de mulheres o outro adora se vestir de macaco em festas, no mínimo o happy hour vai ser digno de nota.

Carlos Sainz e Max Verstappen estreiam para a F1. Apostas alta em Sainz por sua bagagem. Vestappen só tem a pressão de não fazer besteira (igual Kvyat em 2014). É seu aninho de aprendizado, precisa terminar o “colegial” ainda!

No trio de pilotos da Sauber (sic), vamos focar em Nasr e Ericsson. Nasr pode ser um “Prost” brasileiro. Sabe ler corridas, mas não é um novo “Senna” do Brasil-sil-sil. Obrigação é chegar na frente de Ericsson. Não uma vez ou outra. Todas as vezes. Tem que ser 19 x 0 (ou 20 x 0).

Ricciardo e Kvyat é uma dupla interessante. Ricciardo superou Vettel em 2014 e venceu 3 provas. Sem contar a simpatia. Kvyat é o cara que cumpriu seu papel em 2014 (não fazer besteiras) e foi promovido ao time principal. Ricciardo tem que provar que bater Vettel não foi casualidade e Kvyat tem que justificar sua vaga para não perder espaço para Max. Interessante demais esse ano da Red Bull.

Na Marussia, Manor, Marussia-Manor, se correr, vem com Stevens e Merhi. Dois novatos. Não espero nada. Nada mesmo. Esperava de Bianchi em 2014, desses dois, nada. 1 Ponto será milagre.

Na Mercedes não há o que falar da dupla de pilotos. Todos sabemos o que são capazes tendo em mãos o melhor carro do Grid. Sabendo disso, o resultado não será diferente do ano passado. Só esperar as lágrimas de Hamilton e os soluços de choro quando o jornalista, na sala de imprensa, lhe perguntar como se sente igualando o Tri de Ayrton Senna.

Felipe Massa e Felipe Nasr. Dois brasileiros, sorte nossa. Sorte mesmo, porque pra aparecer outros agora só com a passagem do Cometa Harley.

Massa dificilmente supera Bottas nesse ano. O Finlandês é rápido e está em início de carreira. O cara é bom mesmo.

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Ano passado, voltando no pelotão do fundo, as previsões deram certo: seria o ano da Marussia e o fim da Caterham. A desgraça foi o acidente de Jules Bianchi que acabou com a graça de uma temporada inteira do pequeno time.

Para esse ano um grande investidor resolveu investir na brincadeira de Formula-1. Vai ser a Manor F1 Team, alguém viu o carro? Contem aqui pra gente, porque tirando o caras da DHL que empacotaram as coisas para Austrália, ninguém fora da equipe viu a viatura. O que esperar? Nada.

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Circuito: Albert Park
Voltas: 58
Comprimento: 5.303 km
Distância: 307.574 km
Recorde da Pista: 1:24.125 – M Schumacher (2004)

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Programação
Quinta-Feira: 22h30 – 1º treino livre
Sexta-Feira: 2h30 – 2º treino livre
Sábado: 0h – 3º treino livre e 3h – Classificação
Domingo: 2h – Corrida

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Além do nosso querido Facebook, aparecemos agora no Instagram. Visite a gente por lá em acompanhe o @GPTotal onde estiver!

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Qual sua aposta para essa temporada?
Vamos anotar nos comentários e conferir no fim do ano?

Boa Temporada!

Abraços, Flaviz Guerra – @flaviz

Flaviz Guerra
Flaviz Guerra
Apaixonado por automobilismo de todos os tipos, colabora com o GPTotal desde 2004 com sua visão sobre a temporada da F1.

7 Comments

  1. Ronaldo disse:

    Só eu achei os nomes dos nossos Felipes muito semelhantes foneticamente? Muda o sobrenome, mas vai ficar complicado; o próprio Max Wilson teve muita dificuldade nos treinos livres, pelo menos o Galvão não se enrolou muito. Daqui a pouco, com a família tendo entregue o apelido, o cara vai virar Pipo Nasr, ou Luiz Nasr. Se o Massa não se aposentar no fim do ano, claro.

  2. Flaviz disse:

    Belo Video Mauro!
    Obrigado!

  3. Fernando Marques disse:

    Flavis,

    perfeito o texto …
    mas meu felling aposta no Massa ganhando a disputa interna na Willians …
    com relação aos Indy Cars, eles estão tão feios quanto os Formula 1 deste ano …

    Fernando Marques
    Niterói RJ

  4. Rafael Mansano disse:

    Juntar conhecimento e bom senso dá nisso, excelente coluna. Mandou bem, como sempre, mestre.

    Vamos ver o que vai acontecer depois da primeira prova!

    Abraços.

  5. Mauro Santana disse:

    Bela Coluna Flaviz!!!

    Pois é, vamos pra mais uma temporada.

    Eu aposto numa disputa de título da Mercedes, e se o ano passado a comparação foi com a temporada de 88, este ano eu acredito que a temporada seja semelhante com a de 89, com Ferrari, Red Bull e Williams fazendo o papel das respectivas Ferrari, Williams e Benetton da época.

    A Mclaren será a Lotus de 89.

    E o Rosberg irá ser campeão em cima do Hamilton, restando saber se irá ou não jogar o carro pra cima do inglês.

    E já que estamos na Austrália, posto este pequeno vídeo dos bastidores da maior(na minha opinião) decisão de título que eu já assisti na F1.

    Aquilo sim, ERA F1 DE VERDADE!!!

    https://www.youtube.com/watch?v=jQ6WgIexJGA

    Abraço e um excelente GP a todos.

    Mauro Santana
    Curitiba-PR

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