Foto-legendas – Os F1 de Graham Hill 3

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1971

Graham Hill muda-se para Brabham, agora sem a presença de Jack, fundador da equipe, que a vendeu para o engenheiro Ron Tauranac. Ele cria o modelo BT34 (foto abaixo), equipado com motor Ford Cosworth e um estranho sistema de radiadores à frente das rodas dianteiras, o que rendeu ao carro o apelido de “Patas de Lagosta”.

Hill divide a equipe com Tim Schenken e os resultados são decepcionantes. Em onze GPs, Hill pontuou apenas em um – 5º lugar na Áustria, somando seis abandonos. Terminou o ano em 21º no Mundial de Pilotos.

Mas houve uma exceção aos maus resultados no ano, uma exceção notável, valendo quase tanto quanto uma vitória em GP: o XXIII BRDC International Trophy, prova extracampeonato, disputada em duas baterias em 8 de maio em Silverstone e vencida brilhantemente por Hill, mesmo com toda a F1 presente, exceto a Ferrari, inclusive a Lotus, com Emerson Fittipaldi pilotando o Lotus turbina – terminando em 3º na segunda bateria –, e Jackie Stewart, com o Tyrrell, em suas primeiras corridas.

Foi a última vitória de Hill na categoria, mais do que isso, a sua última corrida na F1 digna de nota.

 

1972

Quando todos pensavam que Hill era apenas um velho piloto inofensivo, ele consegue mais um grande feito, vencendo nada menos do que as 24 Horas de Le Mans (fotos e vídeo abaixo), dando à Matra a sua primeira vitória na prova.

Ao volante do modelo MS670, carro número 15, dividido com Henry Pescarolo, Hill enfrentou uma edição marcada pela chuva. Ele tinha comparativamente pouca experiência em provas de longa duração e não contava com a simpatia do companheiro de equipe, já naquela altura um veterano em Le Mans. Eles foram beneficiados pela ausência de vários adversários, inclusive a Ferrari, e também por problemas nos principais adversários.

Hill e Pescarolo disputaram a liderança durante toda a prova, principalmente contra os outros dois carros da Matra, até que se consolidaram na liderança, perto do meio-dia do domingo. Terminaram onze voltas à frente do Matra 2º colocado, pilotado por François Cevert e Howden Ganley, e 19 voltas à frente do 3º colocado, um Porsche.

Na F1, Hill foi apenas um pouco melhor do que na temporada 71. Correndo com o Brabham BT37 (foto acima), em doze GPs, pontuou em três: África do Sul e Alemanha – 6º – e Monza – 5º. Terminou o ano em 15º, sendo que a Brabham, além dos pontos de Hill, conseguiu apenas mais um 4º lugar, com Carlos Reutemann.

Como registro, Hill disputou os dois primeiros GPs de 72 com velho modelo BT33, que usou também na primeira corrida de 71 (foto abaixo).

1973

Hill tenta a cartada da equipe própria. Com patrocínio da Embassy, compra um chassi Shadow DN1 (foto abaixo), o equipa com motor Ford Cosworth, estreando na quarta prova do ano e… nada acontece. Hill não colhe um ponto sequer ao longo do ano, abandonando em metade dos doze GPs de que participa. Seu melhor resultado é um 9º lugar na Bélgica.

1974

Agora correndo com um Lola T370 (foto abaixo) e dividindo a equipe com outros pilotos – Guy Edwards e Rolf Stommelen –, Hill consegue apenas um 6º lugar na Suécia.

1975

Assisti ao último GP de Graham Hill na F1, em Interlagos, disputado em 26 de janeiro. Ele larga em 20º, com um tempo cinco segundos mais lento que o pole. Na corrida, vai ganhando posições, principalmente por conta de abandonos, até terminar em 12º, uma volta atras do vencedor, José Carlos Pace.

Hill chegou a participar dos treinos para o GP da África do Sul, mas não largou, depois de se acidentar nos treinos. Nestas três primeiras provas do ano, ele pilota o Lola do ano anterior.

No GP seguinte, na Espanha, Hill aparece como chefe de equipe, inscrevendo o próprio chassi – um Lola T371 reciclado –, batizado GH1, e equipado com o motor Ford Cosworth (foto acima). Stommelen é um dos seus pilotos e naquele GP insano, disputado em Montjuïc, um circuito de rua totalmente despreparado para um GP, a ponto de ser boicotado por Emerson e outros pilotos com um mínimo de juízo, Stommelen chega à liderança, depois de largar em 9º. Mas o aerofólio traseiro do seu Hill se desprende e o carro voa sobre o público, matando cinco pessoas.

Hill até se inscreve para o GP seguinte, em Mônaco, pilotando o GH1. Porém, não consegue se classificar para a largada.

Seus pilotos ao longo do ano são, além de Stommelen, François Migault, Tony Brise, Vern Schuppan e o futuro campeão mundial Alan Jones. Brise (com Hill, na foto abaixo) e Jones colhem os únicos pontos da equipe no ano, um 6º na Suécia e um 5º na Alemanha.

No GP da Inglaterra, é concedido a Hill uma merecida horaria: ele dá uma volta pela pista de Silverstone pilotando o carro que leve o seu nome (foto abaixo).

No final do ano, retornando à Inglaterra depois de testes da equipe na França, o avião de Hill cai, matando a ele, Brise e mais três colegas.

É o fim da equipe e de um dos maiores piloto de todos os tempos.

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Eduardo Correa
Eduardo Correa
Jornalista, autor do livro "Fórmula 1, Pela Glória e Pela Pátria", acompanha a categoria desde 1968

1 Comments

  1. Fernando Marques disse:

    Edu,

    Sem dúvidas a terceira parte do Fotos Legendas com G. Hill, demonstra que o final da carreira dele na fórmula 1 não foi a altura que Hill merecia.
    Um grande piloto , um grande bi campeão na fórmula 1, vencedor da Indy 500 e vencedor das 24 horas de Lê Manns.

    Show de bola

    Fernando Marques
    Niterói RJ

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